AÇÃO DE SAÚDE COMUNITÁRIA DO CURSO DE MEDICINA COM PROJETO IRMÃOS INVISÍVEIS NA CIDADE DE ANÁPOLIS GOIÁS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Palavras-chave:
Administração Pública, Pessoas Mal Alojadas, Política de SaúdeResumo
A população em situação de rua (PSR) no Brasil sofre de exclusão social e privação de direitos básicos, como saúde, garantidos pela Constituição. Em 2022, 236.400 pessoas estavam cadastradas no CadÚnico, mas as políticas públicas, como a Política Nacional para a População em Situação de Rua (PNPSR) e serviços como Consultórios de Rua, são insuficientes para suprir suas necessidades. Na cidade de Anápolis, a ONG Irmãos Invisíveis, com a colaboração de alunos de medicina da Universidade Evangélica de Goiás, busca auxiliar a PSR através de oficinas de educação e saúde, oferecendo banho, roupas e refeições. O projeto envolve 40 voluntários que se revezam em ações quinzenais, abordando temas como direitos civis, saúde mental, higiene e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). As intervenções ocorrem de forma individualizada, com diálogos informais que facilitam a conexão com a PSR. Além disso, houve uma parceria com o Consultório de Rua para a realização de testes rápidos de ISTs, revelando uma alta prevalência de sífilis. Apesar dos esforços, a PSR enfrenta dificuldades para acessar serviços de saúde, obter medicamentos pelo SUS e entrar em centros de reabilitação. A falta de documentos e a negligência nos atendimentos agravam a situação. O projeto evidenciou a necessidade de políticas públicas mais eficazes e de maior integração entre universidades, prefeitura e órgãos públicos para garantir o atendimento básico e uma assistência mais humanizada.