CARCINOMA ESPINOCELULAR EM BORDA LATERAL DE LÀNGUA DE PACIENTE EX-FUMANTE HÁ 30 ANOS: RELATO DE CASO
Resumo
CARCINOMA ESPINOCELULAR EM BORDA LATERAL DE L�NGUA DE PACIENTE EX-FUMANTE H� 30 ANOS: RELATO DE CASO
HEITOR MARTINS CARVALHO1; FABIANA SILVA FERREIRA1; GEOVANNA MORAIS CINTRA1; RAPHAELA JYEYNYFFA OLIVEIRA 1; LEANDRO BRAMBILLA MARTORELL2; MARCONDES SENA FILHO2;
1DISCENTES DO CURSO DE ODONTOLOGIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS UNIEVANG�LICA; 2DOCENTES DO CURSO DE ODONTOLOGIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS UNIEVANG�LICA
 
RESUMO SIMPLES: O CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC) ORAL � A NEOPLASIA MALIGNA DE ORIGEM EPITELIAL MAIS COMUM DA REGI�O DE CABE�A E PESCO�O, AFETANDO PRINCIPALMENTE HOMENS FUMANTES E ETILISTAS COM MAIS DE 50 ANOS DE IDADE. PACIENTE DO SEXO FEMININO, 80 ANOS DE IDADE, APRESENTOU-SE � CL�NICA ODONTOLÓGICA DE ENSINO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS (UNIEVANG�LICA) QUEIXANDO-SE DE TUMEFA��O EM BORDA LATERAL ESQUERDA DE L�NGUA H� 6 MESES, INDOLOR, COM CRESCIMENTO PROGRESSIVO E SEM FATOR ETIOLÓGICO LOCAL APARENTE. TRATAVA-SE DE UMA PACIENTE HIPERTENSA, A QUAL SE DECLAROU EX-FUMANTE H� 30 ANOS. AO EXAME F�SICO EXTRABUCAL NÃO FOI DETECTADO NADA DIGNO DE NOTA. AO EXAME F�SICO INTRABUCAL NOTOU-SE A PRESEN�A DE NÓDULO EM BORDA LATERAL ESQUERDA DE L�NGUA, COM APROXIMADAMENTE 5X4X1 CM, BASE S�SSIL, SUPERF�CIE RUGOSA E ERITROLEUCOPL�SICA, CONSIST�NCIA FIBRO-EL�STICA, INDOLOR A PALPA��O E DE LIMITES PARCIALMENTE DEFINIDOS. SOB HIPÓTESE DE DIAGNÓSTICO DE CARCINOMA ESPINOCELULAR, FOI REALIZADA UMA BIÓPSIA INCISIONAL DA LES�O, NA QUAL P�DE-SE OBSERVAR UMA MUCOSA RECOBERTA POR EPIT�LIO ESCAMOSO MOSTRANDO INTENSA DISPLASIA EPITELIAL, COM �REAS DE CARCINOMA ESPINOCELULAR INVASIVO. A PACIENTE FOI ENCAMINHADA PARA UM SERVI�O DE ONCOLOGIA, ONDE FOI SUBMETIDA A UMA REMO��O CIR�RGICA DA LES�O E RADIOTERAPIA COADJUVANTE. A PACIENTE ENCONTRA-SE EM PROSERVA��O H� UM ANO, COM BOA EVOLU��O CL�NICA E SEM SINAIS DE RECIDIVA.
PALAVRAS-CHAVE: CARCINOMA, TABAGISMO, L�NGUA
 
RESUMO EXPANDIDO
 
INTRODUÇÃO: COM CARACTER�STICAS CL�NICAS VARI�VEIS, O CARCINOMA DE C�LULAS ESCAMOSAS (CEC) APRESENTA MANIFESTA��ES CL�NICAS EXOF�TICAS COM AUMENTO DO VOLUME DE FORMA VEGETANTE, PAPILAR E VERRUCIFORME, ENDOF�TICAS COM CRESCIMENTO INVASIVO E ULCERADO, LEUCOPL�SICAS DE COLORA��O ESBRANQUI�ADA, ERITROPL�SICAS COM MANCHAS AVERMELHADAS E ERITROLEUCOPL�SICAS QUE � A COMBINA��O DE LES�ES LEUCOPL�SCIAS E ERITROPL�SICAS (NEVILLE, 2009).
DE ORIGEM MULTIFATORIAL, O CEC TEM FATORES ETIOLÓGICOS INTR�NSECOS E EXTR�NSECOS, � POUCO PROV�VEL QUE APENAS UMA CAUSA POSSA DESENCADEAR UM PROCESSO DE NEOPLASIA MAL�GNA. OS AGENTES EXTERNOS COMO TABAGISMO, ETILISMO, S�FILIS E EXPOSI��O SOLAR COMP�EM OS FATORES EXTR�NSECOS. PROBLEMAS NO ESTADO GERAL DE SAÚDE DO PACIENTE COMO DESNUTRI��O OU ANEMIA POR FALTA DE FERRO SÃO CONSIDERADAS CONDI��ES INTR�NSECAS. AL�M DE TER UM ALTO FATOR DE RISCO, O TABACO POTENCIALIZA AS CHANCES DE OCORRER LES�ES DE CARACTER�STICAS MAL�GNAS, QUANDO CONSUMIDO POR UM GRANDE PER�ODO DE DURA��O DO V�CIO. COMBINA��ES DE FATORES ETIOLÓGICOS PODEM APRESENTAR UM RISCO SIGNIFICATIVO PARA O DESENVOLVIMENTO DO C�NCER ORAL. ASSOCIADO AO CIGARRO O �LCOOL PONTENCIALIZA O RISCO INDIVIDUAL PARA C�NCER ORAL, OBSERVA-SE TAMB�M QUE CERCA DE 20% DOS PACIENTES COM C�NCER DE BOCA APRESENTAM CASOS DE CIRROSE HEP�TICA. JUNTO AO ALCOOLISMO AS DEFICI�NCIAS NUTRICIONAIS TAMB�M PODEM CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO DESTAS DOEN�AS. ATUALMENTE V�RIAS CULTURAS AINDA PRATICAM H�BITOS ANTIGOS, COMO O USO DO FUMO INVERTIDO, AINDA MUITO ENCONTRADO NA �NDIA E AM�RICA DO SUL E O CONSUMO DO SACH� DE BETEL NA �SIA (NEVILLE, 2009).
ESSA NEOPLASIA ACOMETE O TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO, CONSTITU�DA PELA PROLIFERA��O AT�PICA DE C�LULAS ESPINHOSAS E PODENDO SURGIR EM QUALQUER SITIO DO TOGUMENTO. TAMB�M DENOMINADO CARCINOMA EPIDERMÓIDE E CARCINOMA ESCAMOCELULAR A NOMENCLATURA MAIS UTILIZADA � CARCINOMA ESPINOCELULAR (COARACY ET AL, 2008).
AS CARACTER�STICAS HISTOPATOLÓGICAS DO CEC SÃO REPRESENTADAS POR IN�MERAS ILHAS E CORD�ES INVASIVOS DE C�LULAS ESCAMOSAS EPITELIAIS MAL�GNAS COM CITOPLASMA EOSINOF�LICO CONSIDERAVELMENTE ABUNDANTE, N�CLEOS GRANDES E HIPERCROM�TICOS, PLEOMORFISMO NUCLEAR E P�ROLAS DE CERATINA. ESTAS C�LULAS PODEM SE ESTENDER E INVADIR TECIDO ADIPOSO, MUSCULAR E ESQUEL�TICO (NEVILLE, 2009).
APESAR DO AVAN�O NA PREVEN��O E TRATAMENTO, O C�NCER OCASIONA MAIS DE 8 MILH�ES DE MORTES NO MUNDO ANUALMENTE, SENDO A SEGUNDA COLOCADA DENTRE AS CAUSAS DE MORTE DOS SERES HUMANOS. O C�NCER BUCAL NO BRASIL � CONSIDERADO PELO INSTITUTO NACIONAL DE C�NCER (INCA), UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA POIS, FORAM REGISTRADOS CERCA DE 6,5 MIL NOVOS CASOS DE C�NCER ORAL E 2,8 MIL MORTES DEVIDO A ESTE MAL EM 2008, SENDO ASSIM O TIPO MAIS PREVALENTE, CARACTERIZANDO-O COMO A MALIGNIDADE MAIS COMUM DA REGI�O DE CABE�A E PESCO�O. A SUA INCID�NCIA VARIA DE ACORDO COM IDADE, SEXO, H�BITO, OCUPA��O, GRUPOS �TNICOS E LOCALIZA��O GEOGR�FICA. EMBORA POSSA OCORRER EM QUALQUER PARTE DA CAVIDADE ORAL, CERTAS �REAS SÃO FREQUENTEMENTE MAIS AFETADAS DO QUE OUTRAS, COMO L�BIO INFERIOR, L�NGUA E SOALHO BUCAL. O CEC � RECONHECIDO COMO A NEOPLASIA QUE ATINGE PREFERENCIALMENTE OS PACIENTES DO SEXO MASCULINO E FAIXA ET�RIA ENTRE 50 A 70 ANOS, PORÉM ATUALMENTE PERCEBEU UM AUMENTO DE CASOS NO SEXO FEMININO, POIS PASSARAM A TER O H�BITO TABAGISTA E ETILISTA TANTO QUANTO OS HOMENS E ASSOCIADO COM O AUMENTO DA EXPECTATIVA DE VIDA (COARACY ET AL. 2008).
 
OBJETIVO: O PRESENTE ARTIGO TEM COMO OBJETIVO RELATAR UM CASO DE CARCINOMA ESPINOCELULAR EM BORDA LATERAL DE L�NGUA DE UMA PACIENTE EX-FUMANTE � 30 ANOS.
RELATO DE CASO: PACIENTE DO SEXO FEMININO, 80 ANOS DE IDADE, APRESENTOU-SE � CL�NICA ODONTOLÓGICA DE ENSINO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS (UNIEVANG�LICA) QUEIXANDO-SE DE TUMEFA��O EM BORDA LATERAL ESQUERDA DE L�NGUA H� 6 MESES, INDOLOR, COM CRESCIMENTO PROGRESSIVO E SEM FATOR ETIOLÓGICO LOCAL APARENTE.
TRATAVA-SE DE UMA PACIENTE HIPERTENSA, A QUAL SE DECLAROU EX-FUMANTE H� 30 ANOS. AO EXAME F�SICO EXTRABUCAL NÃO FOI DETECTADO NADA DIGNO DE NOTA. AO EXAME F�SICO INTRABUCAL NOTOU-SE A PRESEN�A DE NÓDULO EM BORDA LATERAL ESQUERDA DE L�NGUA, COM APROXIMADAMENTE 5X4X1 CM, BASE S�SSIL, SUPERF�CIE RUGOSA E ERITROLEUCOPL�SICA, CONSIST�NCIA FIBRO-EL�STICA, INDOLOR A PALPA��O E DE LIMITES PARCIALMENTE DEFINIDOS (FIGURA 1A).
SOB HIPÓTESE DE DIAGNÓSTICO DE CARCINOMA ESPINOCELULAR, FOI REALIZADA UMA BIÓPSIA INCISIONAL DA LES�O (FIGURA 1 B), NA QUAL P�DE-SE OBSERVAR UMA MUCOSA RECOBERTA POR EPIT�LIO ESCAMOSO MOSTRANDO INTENSA DISPLASIA EPITELIAL, COM �REAS DE CARCINOMA ESPINOCELULAR INVASIVO. A PACIENTE FOI ENCAMINHADA PARA UM SERVI�O DE ONCOLOGIA, ONDE FOI SUBMETIDA A UMA REMO��O CIR�RGICA DA LES�O E RADIOTERAPIA COADJUVANTE. A PACIENTE ENCONTRA-SE EM PROSERVA��O H� UM ANO, COM BOA EVOLU��O CL�NICA E SEM SINAIS DE RECIDIVA.
CONCLUS�ƑO: O ACOMPANHAMENTO CL�NICO DA CAVIDADE BUCAL PARA DETEC��O PRECOCE DO C�NCER BUCAL DE PACIENTES TABAGISTAS E EX-TABAGISTAS � IMPRESCIND�VEL, POIS ESTES COMP�EM O GRUPO DE INDIV�DUOS COM MAIOR RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE CARCINOMA ESPINOCELULAR DA CAVIDADE BUCAL.
 REFER�ŠNCIAS BIBLIOGR�FICAS:
COARACY AE, LOPES FF, CRUZ MCFN, BASTOS EG. CORRELA��O ENTRE DADOS CL�NICOS E HISTOPATOLÓGICOS DOS CASOS DE CARCINOMA ESPINOCELULAR ORAL DO INSTITUTO MARANHESE DE ONCOLOGIA ALDENORA BELLO, EM SÃO LU�Z, MA. SÃO LU�Z, MARANH�O: JORNAL BRASILEIRO DE PATOLOGIA E MEDICINA LABORATORIAL; 2008.
NEVILLE BW, DAMM DD, ALLEN CM, BOUQUOT JE. PATOLOGIA ORAL E MAXILOFACIAL. 3. ED. RIO DE JANEIRO: ELSEVIER; 2009., P. 410-23.