PERIGO DOS DISCURSOS INTOLERANTES NO ATUAL MANIQUEÀSMO BRASILEIRO

Autores

  • à‰der Mendes de PAULA
  • Maxilene Soares CORRÊA
  • Geovanna Julia Garcia Rosa FERREIRA
  • Juliana Monteiro MENDES
  • Kalvyn Carlos Batista ANACLETO

Palavras-chave:

Política, Discurso, Maniqueísmo, Intolerante, Ideologia

Resumo

2 INTRODUÇÃO
� INDISCUT�VEL O FATO DE QUE O BRASIL ESTÁ PASSANDO POR UMA FASE DE GRANDE INSTABILIDADE POLÍTICA E ISTO GERA IN�MERAS CONSEQU�NCIAS COMO UMA ECONOMIA FRAGILIZADA, REFLETINDO TAMB�M NOS SETORES B�SICOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA POPULA��O; ESTAS SÃO AS CONSEQU�NCIAS MAIS PERCEBIDAS PELOS INDIV�DUOS. PORÉM AS PESSOAS NÃO SE ATENTAM AO FATO DE ALGO MAIS PROFUNDO COMO O PERIGO DOS DISCURSOS DE POL�TICOS OPORTUNISTAS QUE SE APROVEITAM DE UM MANIQUE�SMO ATUAL NO BRASIL, PARA PROPAGAR SUAS IDEIAS RADICAIS E ALIMENTAR O ÓDIO POR QUALQUER POSICIONAMENTO CONTR�RIO �S SUAS CONCEP��ES IDEOLÓGICAS.
O MANIQUE�SMO PODE SER CONCEITUADO COMO O DUALISMO ENTRE DOIS PRINC�PIOS OPOSTOS, NO CEN�RIO POL�TICO PODE SER CARACTERIZADO POR COMPORTAMENTOS DE ÓDIO POR QUALQUER POSI��O DE IDEOLOGIA CONTR�RIA � SUA. � NESTE CONTEXTO QUE SURGE O PERIGO DOS DISCURSOS DE POL�TICOS QUE FOMENTAM AINDA MAIS ESTA OPOSI��O, PRINCIPALMENTE OS DISCURSOS RADICAIS ERIGIDOS SOB PILARES CONTR�RIOS � PAZ, POR EXEMPLO, FAZENDO QUE AJA UMA RUPTURA DUALISTA ENTRE PESSOAS QUE SE DIZEM DE DIREITA E QUE SE DIZEM DE ESQUERDA. DIANTE DE TAL PROBLEMÁTICA, ESTE TRABALHO TEM COMO OBJETIVO ANALISAR E ESCLARECER COMO ESSE FEN�MENO ATUAL DO MANIQUE�SMO ACARRETA DIRETA E INDIRETAMENTE DE FORMA NEGATIVA A POPULA��O COMO UM TODO.
3 METODOLOGIA
PARA SE DEFINIR O TEMA DESTE TRABALHO FORAM ANALISADOS PROBLEMAS ATUAIS DA SOCIEDADE BRASILEIRA, ONDE SE SOBRESSAI O CEN�RIO POL�TICO. FORAM REALIZADAS PESQUISAS BIBLIOGR�FICAS EM LIVROS E ARTIGOS, AVALIA��O DOS COMPORTAMENTOS P�BLICO DOS POL�TICOS, AL�M DE SEREM TAMB�M ANALISADAS NOTÍCIAS RELEVANTES PARA O ASSUNTO.
4 RESULTADOS E DISCUSS�ƑO O DISCURSO INTOLERANTE �, SOBRETUDO, UM DISCURSO DE CONDENA��O AOS INDIV�DUOS CONSIDERADOS NÃO CUMPRIDORES DE CERTAS NORMAS SOCIAIS. NO CASO DA POLÍTICA, ESTAS NORMAS SOCIAIS SÃO AQUELAS ALMEJADAS E DEFENDIDAS POR CERTA PARTE DA POPULA��O QUE SE APOIA EM
REPRESENTANTES DE SUAS IDEOLOGIAS. � ONDE SURGE A M� F� DE PESSOAS QUE QUEREM OBTER O PODER DE REPRESENTA��O, AGINDO DIRETAMENTE COMO O ATOR DA ENUNCIA��O DOS DISCURSOS, ELEVANDO GRANDE ADMIRA��O DAS PESSOAS QUE SE SENTEM REPRESENTADAS, E POSTERIORMENTE AT� SEGUIDORES FI�IS A SUA IDEOLOGIA, MUITAS VEZES DEIXANDO TODO O SEU SENSO DE VERDADE INDIVIDUAL, PARA TOMAR COMO VERDADE TUDO O QUE O REPRESENTANTE POL�TICO IMP�E.
A INTOLER�NCIA VEM SENDO PROPAGADA CADA VEZ MAIS EM SUA MAIORIA NAS REDES SOCIAIS, REFOR�ANDO A INTRANSIG�NCIA POLÍTICA. AS PESSOAS CONCORDAM ENTRE SI EM LEVAR O DEBATE COM AS OUTRAS A N�VEIS HIST�RICOS, MUITAS VEZES APOIADOS PELOS OPORTUNISTAS QUE SE APROVEITAM PARA MANTER OU CONQUISTAR CADA VEZ MAIS SEU PODER.
AS PROPAGANDAS ELEITORAIS T�M COMO FINALIDADE A DIVULGA��O DE CANDIDATURA E IDEOLOGIAS DE CANDIDATOS. ESTES TEM O OBJETIVO DE PERSUADIR O ELEITOR PARA ASSIM OBTEREM MAIOR QUANTIDADE DE VOTOS. NO �MBITO DAS PROPAGANDAS, ALGUNS L�DERES CONSTROEM PROPAGANDAS MENTIROSAS E QUE EXALAM O ÓDIO COMO FORMA DE PROMOVER O PARTIDO E PASSAR A REPRESENTAR A IDEOLOGIA POR SI PRÓPRIO (GOMES, 2004).. OCORRE UM MECANISMO DE CRIA��O DE UMA IMAGEM DO POL�TICO PARA QUE O P�BLICO VINCULE ESTA IMAGEM AO MEIO SOCIAL.
CONFORME PEREIRA, B.B., MORGADO, C.E.M., ROCATELLI JUNIOR, I.N. EM DO TOTALITARISMO � DEMOCRACIA CONTEMPOR�NEA (2012, P.11):
A INTERNET TAMB�M PODE SER USADA COMO IMPORTANTE FERRAMENTA DE PROMO��O POLÍTICA. UM CASO DE SUCESSO, E DE GRANDE REPERCUSS�O, FOI A CAMPANHA PRESIDENCIAL DE BARACK OBAMA EM 2008. NELA O USO DAS REDES SOCIAIS E DA INTERNET FOI FEITO DE MANEIRA INTENSA. COM UMA H�BIL CONSTRU��O DE SUA IMAGEM, A CAMPANHA UTILIZOU-SE DE MANEIRA EXTRAORDIN�RIA A INTERNET EM SEUS MAIS DIVERSOS RECURSOS, DE FORMA PIONEIRA NA PUBLICIDADE POLÍTICA. ESTA FERRAMENTA FOI ESSENCIAL PARA CONSTRU��O POSITIVA DA IMAGEM DE OBAMA TANTO NAS PRIM�RIAS CONTRA SUA COLEGA DE PARTIDO HILARY CLINTON, QUANTO NAS ELEI��ES CONTRA JOHN MCCAIN DO PARTIDO REPUBLICANO. A CONSTRU��O H�BIL DE SUA IMAGEM, MESMO QUE NUM SISTEMA ABERTO SEM REPRESS�O DO ESTADO COMO NUM GOVERNO TOTALITARISTA, NÃO DEIXA DE INFLUENCIAR AS MASSAS A UMA COMPREENS�O LIMITADA PELA CAMPANHA PUBLICIT�RIA. A VIOL�NCIA � UMA DAS CONSEQU�NCIAS DE DISCURSOS DE ÓDIO CONTRA OPINI�ES, CREN�AS E CLASSES SOCIAIS DISTINTAS, E V�M OCUPANDO MUITO ESPA�O NA M�DIA BRASILEIRA. NESSE CONTEXTO DE AMBIENTES POLARIZADOS IDEOLOGICAMENTE, A INTOLER�NCIA AGRIDE A LIBERDADE POLÍTICA. TORNA-SE UM DOS VETORES DIRETOS DA PRODUÇÃO DA VIOL�NCIA POLÍTICA. OS DIREITOS POL�TICOS DAS MINORIAS SÃO EXTREMAMENTE DESVALORIZADOS, O QUE NÃO FAZ PARTE DE UM SISTEMA DEMOCR�TICO, MESMO QUE SEJA A MAIORIA QUEM DECIDA.
HABERMAS APONTA QUE MESMO NUM DISCURSO IDEOLÓGICO QUE A COMPREENS�O INTERSUBJETIVA PODE SER DISTORCIDA, O M�TUO ENTENDIMENTO DAS PESSOAS NÃO DEVE SER COMPROMETIDO, POIS NECESSARIAMENTE A FORMA��O DO DISCURSO IMPLICA NA FORMULA��O DE UMA SITUA��O DE DISCURSO IDEAL QUE ESTÁ INTIMAMENTE LIGADA COM O PRINC�PIO DA VERDADE (CANOVAN, 1983).
NESSE SENTIDO, � INEVIT�VEL FALAR SOBRE O FASCISMO, QUE MUITAS PESSOAS ACHAM UM EXAGERO EM SE COMPARAR ATITUDES DE POL�TICOS ATUAIS COM POL�TICOS QUE POR CAUSA DE SEU RADICALISMO LEVOU A GRANDES GENOC�DIOS, COMO FOI O CASO DE ADOLF HITLER NA ALEMANHA NAZISTA. MAS O FATO � QUE UM PA�S QUANDO ESTÁ EM CRISE, ESTÁ INST�VEL, A POPULA��O SE SENTE DESPROTEGIDA, INJUSTI�ADA E IMPOTENTE, E APOSTA SUAS FOR�AS EM IDEIAS MAIS RADICAIS, CADA UM QUER QUE O LADO ATENDIDO SEJA O SEU GRUPO SOCIAL. � ESTA OPOSI��O DE IDEIAS QUE PODE SER CONCEITUADO COMO O MANIQUE�SMO, E O TOTALITARISMO APRESENTA REAL PERIGO NESSE MOMENTO. O LIVRO 1984 DE GEORGE ORWELL QUE � UMA DISTOPIA FUTURISTA PODE SER LIDO COMO UMA CR�TICA AO TOTALITARISMO E FASCISMO, O ESTADO DE ÓDIO EM QUE A SOCIEDADE � ERIGIDA, FAZ COM QUE OS INDIV�DUOS FIQUEM EM CONSTANTE ÓDIO E COMO ELE DIZ �€ŒFAZER O QUE TODO MUNDO FAZIA ERA UMA REA��O INSTINTIVA.�€ ENT�O O POL�TICO REPRESENTANTE ATINGE SEU OBJETIVO DE OBTER PODER, SOBRE ISSO, DISP�E NO LIVRO 1984 DE ORWELL:
[...] O PARTIDO PROCURA O PODER POR AMOR AO PODER. NÃO ESTAMOS INTERESSADOS NO BEM�€“ESTAR ALHEIO; SÓ ESTAMOS INTERESSADOS NO PODER. NEM NA RIQUEZA, NEM NO LUXO, NEM EM LONGA VIDA DE PRAZERES: APENAS NO PODER, PODER PURO. (...) SOMOS DIFERENTES DE TODAS AS OLIGARQUIAS DO PASSADO, PORQUE SABEMOS O QUE ESTAMOS FAZENDO. TODAS AS OUTRAS, AT� MESMO AS QUE SE ASSEMELHAVAM CONOSCO, ERAM COVARDES E HIPÓCRITAS. OS NAZISTAS ALEM�ES E OS COMUNISTAS RUSSOS MUITO SE APROXIMARAM DE NÓS NOS M�TODOS, MAS NUNCA TIVERAM A CORAGEM DE RECONHECER OS PRÓPRIOS MOTIVOS. FINGIAM, TALVEZ AT� ACREDITASSEM, TER TOMADO O PODER SEM QUERER, E POR TEMPO LIMITADO, E QUE BASTAVA DOBRAR A ESQUINA PARA ENTRAR NUM PARA�SO ONDE OS SERES HUMANOS SERIAM IGUAIS E LIVRES. NÓS NÃO SOMOS ASSIM. SABEMOS QUE NINGU�M JAMAIS TOMA O PODER COM A INTEN��O DE LARG�-LO. O PODER NÃO � UM MEIO, � UM FIM EM SI. NÃO SE ESTABELECE UMA DITADURA COM O FITO DE SALVAGUARDAR UMA REVOLU��O; FAZ-SE A REVOLU��O PARA ESTABELECER A DITADURA. O OBJETIVO DA PERSEGUI��O � A PERSEGUI��O. O OBJETIVO DA TORTURA � A TORTURA. �€ŒO OBJETIVO DO PODER � O PODER.�€
MESMO SENDO UMA DISTOPIA, 1984 PODE SER COMPARADO COM A REALIDADE E INSTIGAR REFLEX�ES DE SEUS LEITORES, LEVANDO-OS A SUBMERGIREM EM UMA CR�TICA SOCIAL, POR ISSO NÃO � UMA PROPOSTA F�CIL DE SER LIDA. A OBRA FOI PUBLICADA EM 1949 E EXPRESSA O SENTIMENTO DE ANG�STIA E PESSIMISMO DE UMA POPULA��O MUNDIAL, ISSO PODE SER VINCULADO AO MEDO E ÓDIO REAL, EM UM CLIMA DE INSTABILIDADE POLÍTICA DISCUTIDA NESTE TRABALHO.
5 CONCLUSဢES
NÃO H� UMA SOLU��O EXATA PARA O PERIGO DA ALIENA��O, POIS J� SE TRATA DE ALGO DA PSIQUE HUMANA, UMA �REA AINDA A SER MUITO EXPLORADA, DEPENDENDO DA INDIVIDUALIDADE DE CADA SER. PORTANTO, SEMPRE IR� SER UM PERIGO A INSTABILIDADE POLÍTICA DEVENDO-SE PREVENIR ESTE FEN�MENO; E � IMPRESCIND�VEL O ALERTA � POPULA��O SOBRE OS PERIGOS DOS DISCURSOS INTOLERANTES.
� DE SUMA IMPORT�NCIA QUE OS INDIV�DUOS SAIBAM IDENTIFICAR OS ELEMENTOS QUE COMP�EM A SITUA��O AQUI EXPOSTA. ESSA IDENTIFICA��O FAZ COM QUE A MASSA NÃO FIQUE TÃO
VULNER�VEL A COER��O E REPRESS�O DOS OPORTUNISTAS. � NECESS�RIO FORTIFICAR A DEMOCRACIA E EQUILIBRAR A POLÍTICA E O MEIO SOCIAL.

Publicado

2018-05-17