Jantar Secreto: Da ficção à crítica social.

Resumo

Introdução: O canibalismo é um tema que desperta interesse e repulsa ao mesmo tempo, frequentemente explorado na literatura como recurso de choque e reflexão. Em Jantar Secreto, de Raphael Montes, ele é apresentado não apenas como ato literal de violência, mas como metáfora capaz de revelar questões profundas sobre exploração, desigualdade e mercantilização do corpo humano. A pesquisa justifica-se pela importância da literatura brasileira contemporânea como instrumento de crítica social, permitindo estabelecer diálogo entre ficção e realidade. Além disso, considera-se que a obra permite refletir sobre a violação da dignidade da pessoa humana, ao expor corpos transformados em objetos de consumo e lucro. Objetivo: Analisar a obra a partir do canibalismo, compreendendo-o como metáfora literária e social, observando sua relação com a negação da dignidade humana. Metodologia: O estudo é de caráter qualitativo, baseado em análise interpretativa da obra, identificando como o canibalismo funciona como metáfora da mercantilização da vida e da espetacularização da violência. Também se adota uma abordagem que relaciona os elementos ficcionais a implicações éticas presentes no contexto brasileiro, observando de que modo determinadas práticas representadas violam a dignidade humana. Resultados e discussões: Espera-se demonstrar que o romance ultrapassa o grotesco ao revelar como a integridade do indivíduo é corrompida quando o corpo se torna produto, convertendo o horror em ferramenta crítica. Conclusão: Conclui-se que a obra de Raphael Montes, ao explorar o canibalismo, evidencia conflitos sociais e reafirma o potencial crítico da literatura contemporânea ao articular ficção e reflexão sobre a condição humana.