ENTRAVES NO ATENDIMENTO GINECOLÓGICO: RELATO DE EXPERI�NCIA
Abstract
INTRODUÇÃO
DENTRO DO SISTEMA �ŠNICO DE SAÚDE (SUS) O ATENDIMENTO GINECOLÓGICO APRESENTA GRANDE DEMANDA. A POSSIBILIDADE DE UM CONV�NIO REALIZADO ENTRE UNIVERSIDADES E O ATENDIMENTO P�BLICO � ALTAMENTE INTERESSANTE PARA AMBAS AS PARTES, POIS AL�M DE SUPRIR A DEMANDA EXISTENTE POSSIBILITA A PR�TICA AOS ACAD�MICOS, AUMENTANDO A CAPACIDADE DE RACIOC�NIO CL�NICO E FIXA��O DO CONHECIMENTO ADQUIRIDO.
SEGUNDO DADOS DO MINIST�RIO DA SAÚDE, AS MULHERES SÃO A MAIORIA DA POPULA��O BRASILEIRA (50,77%) E AS PRINCIPAIS USU�RIAS DO SUS. COMO A ATEN��O � SAÚDE DA MULHER ENVOLVE ASPECTOS MULTIFATORIAIS, AINDA EXISTEM MUITAS MUDAN�AS NECESS�RIAS QUE CAMINHAM PARA A PROMO��O DO ENGLOBAMENTO DE TODOS OS ASPECTOS NO ATENDIMENTO E NOS SERVI�OS OFERECIDOS �S MULHERES NO PA�S.
EM ESTUDO REALIZADO PELO MINIST�RIO DA SAÚDE (2006) NAS CAPITAIS DO PA�S E NO DISTRITO FEDERAL, VERIFICOU-SE QUE AS DEZ PRINCIPAIS CAUSAS DOS ÓBITOS EM MULHERES DE 10 A 49 ANOS (MULHERES EM IDADE F�RTIL) SÃO: ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL, AIDS, HOMIC�DIOS, C�NCER DE MAMA, ACIDENTE DE TRANSPORTE, NEOPLASIA DE ÓRG�OS DIGESTIVOS, DOEN�A HIPERTENSIVA, DOEN�A ISQU�MICA CORONARIANA, DIABETES E C�NCER DE COLO DE �TERO. OU SEJA, GRANDE PARTE DOS ÓBITOS NESSA PARTE DA POPULA��O PODERIA SER EVITADA SE FOSSEM REALIZADAS CONSULTAS PREVENTIVAS, DE ACOMPANHAMENTO E REGULARES, COM O INTUITO DE DIAGNOSTICAR E PROPORCIONAR O ATENDIMENTO ADEQUADO EM UM ESPA�O DE TEMPO QUE PROPORCIONASSE A CURA OU IMPEDISSE COMPLICA��ES, SEQUELAS E O ÓBITO.
� NECESS�RIO CUIDADO NA QUESTÃO DA MORTALIDADE MATERNA, POIS ESTA � CLASSIFICADA COMO UM EVENTO RELACIONADO � VIV�NCIA DA SEXUALIDADE, PORTANTO NÃO � DOEN�A, E SEGUNDO DADOS DO MINIST�RIO DA SAÚDE (2006), EM 92% DOS CASOS, AS MORTES MATERNAS SÃO EVIT�VEIS.
O OBJETIVO DESSE TRABALHO FOI EXPLANAR AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS ACAD�MICOS NO DECORRER DOS ATENDIMENTOS NA �REA DE GINECOLOGIA E OBSTETR�CIA PRESTADOS DURANTE O EST�GIO DO EIXO DE HABILIDADES MÉDICAS NO MUNIC�PIO DE GOIAN�SIA (GO).
MATERIAL E M�TODOS
N�ƑO TEM
RESULTADOS E DISCUSS�ƑO
NO DECORRER DAS AULAS PR�TICAS, QUE FORAM DESENVOLVIDAS NO POSTO DE SAÚDE DOUTOR NORALDINO RODRIGUES PORTO, NA CIDADE DE GOIAN�SIA-GO, OS ACAD�MICOS DO 4�° PER�ODO DO CURSO DE MEDICINA FORAM CAPAZES DE INTERLIGAR E COLOCAR EM PR�TICA OS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS EM SALA DE AULA, VISTO QUE, ALGUMAS DIFICULDADES FORAM LEVANTADAS.
A EFETUA��O DAS CONSULTAS GINECOLÓGICAS PROCEDEU-SE EM DIFERENTES MULHERES, SEMPRE �S SEXTAS-FEIRAS DURANTE TODO SEMESTRE LETIVO. NO ENTANTO, ALGUMAS ATIVIDADES FORAM SUPRIMIDAS EM VIRTUDE DE DEMASIADOS FERIADOS NO CALEND�RIO, FALTA E/OU DESIST�NCIA POR PARTE DAS PACIENTES. O ATENDIMENTO GINECOLÓGICO CONTOU COM A DIVIS�O DA TURMA DE 45 ALUNOS EM 4 GRUPOS, 3 CONTENDO 11 E 1 CONTENDO 12 ACAD�MICOS E UM DOCENTE (M�DICO ESPECIALISTA NA �REA) COMO MENTOR RESPONS�VEL, SENDO QUE NO TOTAL, A TURMA CONTAVA COM 3 DOCENTES. PARA QUE O ATENDIMENTO FOSSE EFETUADO, AS PACIENTES MARCAVAM AS CONSULTAS COM ANTECED�NCIA E ERAM COMUNICADAS QUE SERIAM ATENDIDAS PELOS DISCENTES DO CURSO DE MEDICINA, PORÉM UMA TAREFA DE SENSIBILIZA��O NA ABORDAGEM NÃO FOI REALIZADA, ACARRETANDO IMPEDIMENTO � CONSULTA PELOS ACAD�MICOS ALI PRESENTES, POIS MUITAS PACIENTES SE SENTIAM CONSTRANGIDAS OU NÃO QUERIAM SER ATENDIDAS POR ACAD�MICOS, MESMO QUE SUPERVISIONADOS.
NO CONSULTÓRIO, TUDO OCORREU MEDIANTE TR�S ETAPAS: A PRIMEIRA ETAPA ERA COMPOSTA PELA ANAMNESE DETALHADA, EFETUADA SEMPRE POR UM ACAD�MICO; NA SEGUNDA ETAPA A PACIENTE ERA CONVIDADA A RETIRAR SUAS VESTIMENTAS E UM AVENTAL ERA OFERTADO NA ESPERAN�A DE QUE A MESMA FICASSE MAIS � VONTADE DURANTE OS PROCEDIMENTOS. ENTRETANTO, ISTO NÃO FOI O SUFICIENTE PARA QUE O PROCEDIMENTO FOSSE REALIZADO COM SUCESSO, VISTO QUE ERAM PERCEPT�VEIS OS SENTIMENTOS DE INTIMIDA��O E VERGONHA DEMONSTRADOS PELAS PACIENTES QUE LOGO REQUISITAVAM A RETIRADA DOS ACAD�MICOS, PRINCIPALMENTE OS DO SEXO MASCULINO OU QUE FICASSEM APENAS 3 OU 4 ACAD�MICOS PRESENTES NO CONSULTÓRIO. TRANSPASSANDO ESSES OBST�CULOS, ERA OFERECIDO UM EXAME F�SICO GERAL, COM O ENFOQUE NO EXAME CL�NICO DAS MAMAS, DA GENIT�LIA EXTERNA E INTERNA E ENFOQUE NA COLETA DO EXAME DE PAPANICOLAU (PREVENTIVO); NA TERCEIRA E �LTIMA ETAPA ERA OFERTADO, CASO NECESS�RIO, PRESCRI��ES GUIADAS PELA ABORDAGEM SINDR�MICA E ORIENTAÇÕES DIVERSAS.
RESULTADOS E DISCUSS�ƑO
ATRAV�S DOS ENTRAVES APRESENTADOS, OS ACAD�MICOS FORAM CAPAZES DE EVIDENCIAR QUE ANTES DA IMPLANTA��O DOS EST�GIOS PARA O EIXO DE HABILIDADES MÉDICAS, SERIA NECESS�RIA UMA CONSCIENTIZA��O DA POPULA��O, MOSTRANDO-A QUE O CONHECIMENTO E A FORMA��O DO FUTURO PROFISSIONAL DA SAÚDE DEPENDEM DIRETAMENTE DA SUA COLABORA��O. A HUMANIZA��O NO ATENDIMENTO SÓ � POSS�VEL ATRAV�S DAS RELA��ES M�DICO-PACIENTE, AS QUAIS COME�AM A SEREM COMPREENDIDAS A PARTIR DA VIV�NCIA DIRETA COM OS PACIENTES, COMO OS EST�GIOS POSSIBILITAM.
NOTOU-SE, TAMB�M, QUE POR SER A PRIMEIRA TURMA DA INSTITUI��O A REALIZAR EST�GIOS PR�TICOS, A POPULA��O AINDA NÃO TEM A CI�NCIA DE QUE ESTA � UMA FASE IMPORTANTE DA FORMA��O ACAD�MICA DO PROFISSIONAL DE SAÚDE. TAL FATO AINDA APRESENTA UM AGRAVANTE
DEVIDO A �REA TRABALHADA, POIS A CONSULTA GINECOLÓGICA AINDA � CERCADA DE TABUS E DESINFORMA��O FAZENDO COM QUE A MULHER GERALMENTE SE SINTA BASTANTE EXPOSTA E INDEFESA DURANTE O ATENDIMENTO E PERPETUE ESSE TIPO DE COMPORTAMENTO NA SOCIEDADE.
CONCLUSဢES
OS CONTRATEMPOS ENCONTRADOS NA REALIZA��O DO ATENDIMENTO GINECOLÓGICO PRESTADO DURANTE O EST�GIO DO EIXO DE HABILIDADES MÉDICAS REVELARAM FALHAS NA FORMA��O PROFISSIONAL EM ASPECTOS VOLTADOS PARA AS ATIVIDADES PR�TICAS. COM ISSO, FOI LEVANTADA UMA REFLEX�O ACERCA DO PAPEL DA UNIVERSIDADE DE MEDICINA EM ASSEGURAR UM AMBIENTE FAVOR�VEL PARA A REALIZA��O DE ATIVIDADES PR�TICAS NÃO APENAS NA �REA GINECOLÓGICA E OBST�TRICA, MAS EM TODAS QUE NECESSITAM DE PR�TICA CL�NICA, POR TODOS DISCENTES DURANTE O PER�ODO DE FORMA��O, OBJETIVANDO COLABORAR PARA UM MELHOR DESEMPENHO DO FUTURO PROFISSIONAL, FAVORECENDO TODO O APRENDIZADO NECESS�RIO.