Produção sustentável no Cerrado: principais desafios para o desenvolvimento pecuário e a conservação da água.

Abstract

Desde que os animais foram domesticados, a dependência entre produção animal e disponibilidade de água se faz presente, não somente na dessedentação dos animais, mas também na irrigação das culturas vegetais que servirão de alimento, nas práticas cotidianas, na manutenção do conforto térmico, no manejo dos resíduos, resumindo, sem água não há produção pecuária em quantidade e com qualidade. Em virtude da sua dimensão e seu relevo, predominantemente plano e contínuo, o Cerrado foi palco das políticas públicas de ocupação ao longo dos anos. Tal processo ocasionou um passivo ambiental, pois se desenvolveu sem considerar os impactos do uso intensivo de terra e dos recursos hídricos. A região contém nascentes e bacias hidrográficas de grande relevância da América do Sul e ilustra os desafios em conciliar o desenvolvimento econômico com a conservação dos ecossistemas terrestres e aquáticos, o que requer não apenas a preservação de sua vegetação, mas também de manter a funcionalidade hidrogeomorfológica. A pecuária é uma das atividades que se consolida como uma das mais rentáveis no segmento econômico, possibilitando retornos financeiros consideráveis aos produtores. No entanto, o crescimento dessa atividade a nível empresarial para a produção de carne em larga escala, em conjunto com as exigências de insumos para o rebanho, para a população humana, e para o consumo da agricultura exige recursos ambientais, sobretudo água, suficientemente necessários para atender essa demanda. Conclui-se que é necessário harmonizar as gestões econômicas e ambientais nas propriedades rurais, potencializando a produção alinhado à preservação dos recursos hídricos.