Atividade micorrízica como bioindicador de qualidade em agroecossistemas conservacionistas

Abstract

O crescente interesse por sistemas agrícolas sustentáveis, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), evidencia a necessidade de práticas produtivas que conciliem eficiência econômica e conservação ambiental. Ao integrar culturas agrícolas, pecuária e componentes florestais, o sistema ILPF otimiza o uso do solo, promove a ciclagem de nutrientes e reduz a erosão, além de contribuir para o sequestro de carbono e a mitigação das mudanças climáticas. Objetivou-se com este trabalho investigar a atividade micorrízica do solo como bioindicador da qualidade edáfica em agroecossistemas conservacionistas, com ênfase no sistema ILPF. Os resultados mostraram que a densidade de esporos e a taxa de colonização micorrízica variaram significativamente entre os diferentes sistemas de manejo, sendo mais elevadas em áreas sob condições de maior estresse, o que sugere uma resposta adaptativa das micorrizas. Observou-se também que a diversidade de fungos micorrízicos arbusculares é amplamente mantida em sistemas conservacionistas, com a presença de múltiplos gêneros adaptativos. Assim, a atividade micorrízica demonstrou ser um indicador sensível e confiável da qualidade do solo, refletindo a eficácia das práticas agrícolas conservacionistas e a saúde dos ecossistemas. A presença e diversidade de micorrizas em sistemas ILPF reforçam que o manejo integrado e sustentável pode ser monitorado e aprimorado por meio de bioindicadores do solo, destacando a importância de estratégias agrícolas que promovam a biodiversidade edáfica, a sustentabilidade e a resiliência dos agroecossistemas.