O PATRIARCADO NO CONTEXTO SOCIAL E SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE MENTAL MASCULINA

Abstract

Resumo

INTRODUÇÃO: A construção da figura masculina tem suas raízes nas dimensões socioculturais. De acordo com Sócrates Nolasco, em seu livro “O Mito da Masculinidade”, “a identidade do homem brasileiro está permeada, historicamente, por um desejo de reconhecimento social que é conduzido por um apelo em ser carismático, centro das atenções, sedutor e galanteador” (1993, p. 93). A identidade referida por Nolasco evidencia, portanto, a busca pela afirmação de uma caricatura social masculina conservadora, na qual aspectos como provedor e protetor do núcleo familiar configuram-se como expressões exaustivas e sexistas do modelo masculino. Assim, a posição de um homem atarefado, produtivo e detentor dos recursos de sobrevivência rompe com a construção de uma ascendência emocional entre o indivíduo, a paternidade e o cuidado particular com a saúde. OBJETIVO: Analisar e compreender de que maneiras os contextos sociais e histórico-culturais da construção da figura masculina acarretaram na carência de qualidade de saúde mental desse público. METODOLOGIA: A busca por materiais foi realizada a partir de artigos, pesquisas científicas e obras literárias, além da entrevista com um profissional da saúde. Dessa última fonte mencionada, o entrevistado, psicólogo e docente contribuirá para uma dinâmica de perguntas e respostas  estruturadas em três tópicos. São estes: “O Homem e seus vínculos afetivos”, trabalhando e identificando o mal-estar social gerado diante da negação de seus próprios sentimentos. Em seguida, “Paternidade: o cuidado com a saúde mental masculina de progenitores para com seus filhos", investigando a configuração de modelos disciplinares rígidos, voltados a uma educação punitiva e à representação do pai como figura de autoridade e provedora. E, por fim, a “Ressignificação da Identidade Masculina", compreendendo a origem do comportamento machista e a reconstrução do papel do homem na contemporaneidade. A referida entrevista surgiu frente à atividade obrigatória proposta pela professora orientadora Andressa Nazareth. Desta maneira, para a compreensão do leitor, ao direcionar a palavra ao entrevistador, o seu nome será (P1.), visto objetivar  a manutenção da privacidade do mesmo. Inicialmente, será trabalhado a definição e desenvolvimento de cada tópico, esclarecendo o fito de cada problemática. Em seguida, será realizada uma breve análise da entrevista, com a base de perguntas fixas brevemente estabelecidas. RESULTADOS: A dinâmica de perguntas e respostas ao P1 levou a uma teia de conceitos reflexivos para a construção do artigo, desde a formação e estruturação de conceitos sobre os relacionamentos entre os homens, diante do nosso sistema econômico e da propriedade privada, até a introdução de novas ferramentas de cuidado dos pais para com seus filhos e família. Além disso, o artigo apresenta os diversos dilemas midiáticos e comerciais que colonizam e objetificam as crenças, princípios, valores e os próprios saberes  masculinos. CONCLUSÃO: A redefinição do papel do homem é uma tarefa contínua e meticulosa. A quebra do comportamento patriarcal advém de uma série de fatores significativos: o estímulo à reflexão, a consciência social sobre quem eles são e quais são seus papéis no mundo, além do impulsionamento de potencialidades harmônicas nos diferentes contextos — laboral, familiar e de identidade própria. Conforme apresentado pelo entrevistado P1, essa mudança permitirá que o sujeito se aproxime de uma realidade que não o oprima, mas o introduza em contextos de ressignificações ideológicas e posturais. Essa transformação garantirá o rompimento com comportamento patriarcal e carregado de estereótipos que o oprime psicologicamente, dando lugar para intervenções significativas para garantia de sua saúde mental.