LESÕES ODONTOGÊNICAS: ANÁLISE RETROSPECTIVA EM UMA CLÍNICA DE RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA NO MUNICÍPIO DE GOIANÉSIA

Authors

  • Renata Souza de Jesus Faculdade Evangélica de Goianésia
  • Carolina Martins Vansan da Silva
  • Carlos Humberto dos Santos Júnior

Keywords:

Diagnóstico por Imagem;, Neoplasias Orais;, Patologia Bucal;, Radiografia Panorâmica.

Abstract

Introdução: A vigente classificação dos tumores de cabeça e pescoço, elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é a soma de inúmeros estudos em cistos, tumores, como também, em patologias ósseas. As lesões odontogênicas (LOs) englobam um conjunto complexo de patologias orais e maxilofaciais, de comportamento clínico e histopatológico diversos, podendo estas ser explicadas por fatores genéticos, ambientais, bem como, pelas diferenças étnicas integradas dentro de cada população. As modificações, mencionadas anteriormente, são oriundas de remanescentes durante a formação dos tecidos dentários, tendo como exemplo, os restos epiteliais de Malassez, a lâmina dentária e o órgão do esmalte, afetando especificamente estruturas do sistema estomatognático. Os cistos odontogênicos (COs) são cavidades patológicas envolvidas por tecido epitelial, abrigando, habitualmente, material fluído ou semifluído em seu interior. Os COs são denominados inflamatórios, quando fatores etiológicos advém da inflamação ou de desenvolvimento, cujos agentes permanecem desconhecidos. Em contraste à frequência dos cistos nos ossos gnáticos, os tumores odontogênicos (TOs) são raros, podendo variar de hamartomas a neoplasias verdadeiras. Estas anomalias podem apresentar crescimento lento, expansivo e indolor, até ocorrências de desenvolvimento rápido e sintomático, tendo sua etiopatogenia ainda indefinida. Ainda que o exame clínico seja soberano, a imaginologia atua em áreas diretamente ligadas aos tecidos duros. Posto isso, a radiografia panorâmica é a técnica extrabucal mais empregada para auxiliar na investigação provisória de doenças nos maxilares, contribuindo para a elaboração de um plano de tratamento e prognóstico favoráveis, se confirmado ou não mediante a análise histológica. Objetivo: Avaliar a incidência de alterações ósseas maxilomandibulares em radiografias panorâmicas, selecionadas em uma clínica de Radiologia Odontológica em uma região centro-oeste do Brasil. Metodologia: Será adotado um levantamento bibliográfico por meio de plataformas de buscas através de periódicos dos últimos 10 anos, com o intuito de identificar as principais lesões e em paralelismo, verificar sua frequência na comunidade estudada. Logo após, serão inclusas radiografias panorâmicas de pacientes de ambos os sexos, preferencialmente na faixa etária de 14 aos 60 anos, num acervo de até 1 ano, realizadas na Face Imagem Digital, uma clínica radiológica localizada no município de Goianésia/Goiás. Resultados: Inicialmente, foram registrados um total de 10.025 casos analisados em uma clínica radiológica no município de Goianésia/Goiás, a partir da pesquisa por gênero, faixa etária e localização anatômica. Destes, 8.060 foram excluídos pelos seguintes motivos: diagnóstico compatível com lesão não-odontogênica, indivíduos exclusos das variáveis estudadas e técnicas radiográficas que não se enquadram no modelo panorâmico. Portanto, 30 casos de lesões odontogênicas configuram a amostra final, nos quais, 21 (70%) possuíam o diagnóstico de COs e 9 (30%) de TOs benignos. Os diagnósticos predominantes foram cisto radicular (n=9, 30%), cisto dentígero (n=8, 26,6%), ceratocisto odontogênico (n=4, 13,3%), ameloblastoma (n=4, 13,3%), odontoma (n=4, 13,3%) e cementoblastoma (n=1, 3,3%). A distribuição conforme a localização anatômica resultou em 21 casos (70%) na mandíbula e 9 casos (30%) na maxila. Em relação ao gênero dos pacientes, o número foi moderadamente maior em mulheres (2:1) com uma idade média de 29,9 anos. Considerações finais: A partir dos resultados, as lesões odontogênicas mais frequentes foram cisto radicular, cisto dentígero e ceratocisto odontogênico, corroborando com a literatura acerca da baixa incidência de TOs. Em relação ao gênero, as patologias foram ligeiramente prevalentes em pacientes do sexo feminino, sendo a região mandibular, a localização anatômica de maior acometimento.

Published

2024-10-11