AVAVALIAÇO DO IMPACTO DAS MEDIDAS DE CONTROLE DAS HEPATITES VIRAIS ADOTADAS NO MUNICÀPIO DE ANÁPOLIS NA �LTIMA DÉCADA €“ DE 2010 A 2020

Autores

  • Priscilla Ramos de Alencar Silva Unievangà©lica
  • Jivago Carneiro Jaime

Palavras-chave:

hepatites virais, estudos e avaliações, programas de saúde, indicadores de qualidade.

Resumo

HEPATITES VIRAIS SÃO DOEN�AS CAUSADAS POR DIFERENTES AGENTES ETIOLÓGICOS E QUE POSSUEM COMO PRINCIPAL SEMELHAN�A O TROPISMO PELO F�GADO. AO TODO, SABE-SE QUE EXISTEM 6 TIPOS DE HEPATITES VIRAIS: A, B, C, D, E E, RECENTEMENTE, FOI DESCRITA A HEPATITE G; SENDO MAIS PREVALENTES NO BRASIL AS DO TIPO A, B E C. SE DIFEREM NO QUE DIZ RESPEITO AOS ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E EVOLUTIVOS, MAS POSSUEM LIGA��O QUANTO AO DIAGNÓSTICO CL�NICO-LABORATORIAL. APESAR DE GRANDE IMPORT�NCIA EPIDEMIOLÓGICA, AS HEPATITES VIRAIS SOFRERAM UM GRANDE PROCESSO EVOLUTIVO PREVENTIVO AO LONGO DOS ANOS, PRINCIPALMENTE DEVIDO AOS MELHORES H�BITOS DE HIGIENE E SANEAMENTO B�SICO, BEM COMO O DESENVOLVIMENTO DE VACINAS CONTRA A HEPATITE B E TÉCNICAS DE RASTREIO MOLECULAR DA HEPATITE C (FERREIRA ET AL., 2004).

AS HEPATITES A, B E C SÃO CAUSADAS POR DIFERENTES TIPOS DE V�RUS, PODENDO APRESENTAR SINTOMAS SEMELHANTES E AFETAR O F�GADO DE MANEIRAS DISTINTAS. AL�M DISSO, PODEM SE PROPAGAR DE V�RIAS MANEIRAS (CDC, 2020). ENQUANTO A HEPATITE A � UMA INFEC��O A CURTO PRAZO, AS HEPATITES B, C E D (CDC, 2020) EST�O SUJEITAS A CAUSAREM DOEN�AS CR�NICAS OU VITAL�CIAS. AS DO TIPO B OU C NÃO PODEM SE PROPAGAR PELA TOSSE, LEITE MATERNO, COMPARTILHAMENTO DE ALIMENTOS OU CONTATO DIRETO COM PESSOA INFECTADA; GERALMENTE, SÃO TRANSMITIDAS ATRAV�S DO CONTATO COM FLUIDOS CORPORAIS DE INDIV�DUOS CONTAMINADOS (NALL, 2018). AS HEPATITES VIRAIS PODEM DESENCADEAR TANTO DOEN�AS CR�NICAS, COMO CIRROSE, QUANTO COMPROMETIMENTO SIST�MICO, DESENCADEANDO QUADROS DE POLIARTRITE, GLOMERULONEFRITE E OUTROS. A HEPATITE C RECEBE DESTAQUE POR ESTAR DIRETAMENTE RELACIONADA �S MANIFESTA��ES EXTRAHEP�TICAS, COMO EVENTOS LIGADOS � AUTOIMUNIDADE (SILVA ET AL., 2012).

ATRAV�S DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZA��ES, COORDENADO PELO MINIST�RIO DA SAÚDE, O GOVERNO FEDERAL DISPONIBILIZA DESDE 1989 A VACINA CONTRA A HEPATITE B E, DESDE 2014 A VACINA CONTRA A HEPATITE A. DEVIDO � COBERTURA VACINAL DE AMBAS AS HEPATITES VIRAIS, � POSS�VEL CONSIDERAR QUE AS PESSOAS SEJAM MENOS INFECTADAS POR ESSES SUBTIPOS. VALE RESSALTAR QUE A INFEC��O PELO HBV CONTINUA SENDO UM OBST�CULO DA SAÚDE PÚBLICA MUNDIAL EM VIRTUDE DA SUA ALTA TRANSMISSIBILIDADE (TIMလTEO ET AL., 2020).

DIANTE DISSO, O OBJETIVO DESSA PESQUISA FOI AVALIAR O IMPACTO DAS MEDIDAS DE CONTROLE DAS HEPATITES VIRAIS ADOTADAS NO MUNIC�PIO DE ANÁPOLIS, GOI�S, NA �LTIMA D�CADA - DE 2010 A 2020, BEM COMO FOMENTAR EVID�NCIAS QUE AUXILIEM A GESTÃO LOCAL NO PLANEJAMENTO DAS A��ES FUTURAS.

MATERIAIS E M�TODOS

TRATA-SE DE UM ESTUDO DESCRITIVO E RETROSPECTIVO COM O OBJETIVO DE APONTAR, ANALISAR E DISCUTIR OS DADOS COMPILADOS EM RELAÇÃO AO PROCESSO DE EXECU��O DO PROGRAMA NACIONAL PARA A PREVEN��O E O CONTROLE DAS HEPATITES VIRAIS NO �MBITO DO MUNIC�PIO DE ANÁPOLIS NOS ANOS DE 2010 A 2020, UTILIZANDO DADOS DO DEPARTAMENTO DE INFORM�TICA DO SISTEMA �ŠNICO DE SAÚDE (DATASUS).

ANÁPOLIS DIVIDE-SE EM ZONA URBANA E RURAL. NO MUNIC�PIO FUNCIONAM UNIDADES DE SAÚDE PRÓPRIAS, SENDO: 36 UNIDADES B�SICAS DE SAÚDE (UBS) DA FAMÍLIA, NAS QUAIS ATUAM 59 EQUIPES DE PSF, 474 AGENTES COMUNIT�RIOS DE SAÚDE (ACS), 03 NASF E 01 HOSPITAL GERAL (DATASUS, 2022).

A ANÁLISE DE DADOS FOI REALIZADA COM A UTILIZA��O DO PROGRAMA MICROSOFT�® EXCEL POR MEIO DE TABULA��O DOS DADOS OBTIDOS, TENDO COMO PAR�METRO OS VALORES DE REFER�NCIA DE QUALIDADE DA ASSIST�NCIA OFERTADA.

O PER�ODO ESTUDADO FOI DE 2010 A 2020, CONSIDERANDO AS SEGUINTES VARI�VEIS: IDADE, G�NERO, GRAU DE INSTRU��O, CLASSE ETIOLÓGICA, FORMA CL�NICA, EVOLU��O DA DOEN�A, COBERTURA VACINAL E TAXA DE ABANDONO VACINAL. OS DADOS FORAM SUBMETIDOS � ANÁLISE ESTAT�STICA DESCRITIVA.

RESULTADOS

OBSERVOU-SE COM O PRESENTE ESTUDO QUE O MUNIC�PIO DE ANÁPOLIS POSSUI UMA PREDOMIN�NCIA DE INFEC��O PELO V�RUS DA HEPATITE B, ACOMETENDO INDIV�DUOS DE AMBOS OS G�NEROS, INCINDINDO MAIS EXPRESSIVAMENTE NO SEXO MASCULINO, COM IDADE VARIANDO ENTRE 40 E 59 ANOS, CUJO N�VEL DE ESCOLARIDADE ENCONTRA-SE ESTACIONANDO NAS S�RIES FUNDAMENTAIS E DE FORMA INCOMPLETA. NO TOCANTE AO MECANISMO DE INFEC��O, FICOU CLARO QUE A VIA SEXUAL OBTEVE UM MAIOR N�MERO DE INTEGRANTES, TENDO NA FORMA CR�NICA DA DOEN�A O SEU DESFECHO DE MAIOR INCID�NCIA.

EM RELAÇÃO AO N�MERO DE CASOS CONFIRMADOS DE HEPATITES VIRAIS POR CLASSE ETIOLÓGICA ENTRE OS ANOS DE 2010 E 2020, PERCEBE-SE QUE MESMO A INFEC��O PELO HBV APRESENTANDO IMUNIZA��O PRESENTE E FACT�VEL, ELA AINDA REPRESENTA A MAIOR PREVAL�NCIA DENTRE OS OUTROS TIPOS DE HEPATITES VIRAIS. ISSO SE TRADUZ PELA INFEC��O ANTERIOR � IMPLEMENTA��O DA VACINA ATRAV�S DO PNI OU � FALHA DOS PROGRAMAS DE IMUNIZA��O PARA ESSES INDIV�DUOS (BARBOSA; FERRAZ, 2019).

A CONCENTRA��O DE CASOS EM ADULTOS JOVENS DEMONSTRA QUE A AUS�NCIA DE IMUNIZA��O CONTRA HEPATITE B GUARDA RELAÇÃO COM O DIAGNÓSTICO NESSA FAIXA ET�RIA. OCORRE QUE, SOMENTE EM 1998 HOUVE INTRODUÇÃO DESSE IMUNOBIOLÓGICO NO CALEND�RIO NACIONAL DE IMUNIZA��O, QUE PRIMEIRAMENTE FOI OFERTADA �S CRIAN�AS MENORES DE UM ANO DE IDADE. EM ANÁPOLIS, APENAS ENTRE 2001 E 2013 HOUVE INCLUS�O DE OUTROS GRUPOS ET�RIOS, CONTEMPLANDO A POPULA��O MENOR DE 20 ANOS E AT� 49 ANOS. JUSTIFICA-SE ENT�O, A EXIST�NCIA DE UMA MAIOR SUSCETIBILIDADE A INFEC��O POR HEPATITES VIRAIS, MAIS ESPECIFICADAMENTE AO V�RUS B, A AUS�NCIA DE COBERTURA VACINAL QUANDO ESSES ADULTOS JOVENS ERAM CRIAN�AS, AGRAVADA PELA CAR�NCIA DE ESTRAT�GIAS DE CAPTA��O OPORTUNA NOS DIAS ATUAIS (BRASIL, 2013).

IMPORTANTE FATOR DE IMPACTO SOBRE A VACINA��O � A INFRAESTRUTURA DOS SERVI�OS DE SAÚDE. QUANDO ANALISADA, VERIFICA-SE QUE AS PESSOAS QUE UTILIZAM O SISTEMA DE SAÚDE COM FREQU�NCIA EST�O MAIS SUJEITAS � IMUNIZA��O COMPLETA, DEVIDO AO MAIOR ACESSO � INFORMAÇÃO SOBRE AS DATAS DE VACINA��O E SUA IMPORT�NCIA, AL�M DA MENOR EXPOSI��O � DESINFORMA��O. POR ISSO, TANTO PACIENTES, COMO PROFISSIONAIS DE SAÚDE, OU SUJEITOS QUE TRABALHARAM ANTERIORMENTE NA �REA DA SAÚDE, EST�O MAIS PREDISPOSTOS � VACINA��O (MONTEIRO ET AL., 2018; SATO ET AL., 2020).

PERCEBE-SE, PELA ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS, UMA EVIDENTE TEND�NCIA DE QUEDA NA COBERTURA VACINAL (CV) TANTO PARA HBV QUANDO PARA OUTROS PATÓGENOS, DEMONSTRANDO, DESSA FORMA, AINDA QUE INDIRETAMENTE, REDUÇÃO DO CONTATO DA SOCIEDADE COM OS SERVI�OS DE SAÚDE E IMUNIZA��O NO MUNIC�PIO DE ANÁPOLIS.

ADEMAIS, O PRESENTE ESTUDO TORNA EVIDENTE QUE A TESTAGEM � A PORTA DE ENTRADA PARA O ACESSO TANTO AOS SERVI�OS DE PREVEN��O COMO AOS SERVI�OS DE CUIDADOS E TRATAMENTO. A IDENTIFICA��O PRECOCE DE PESSOAS COM INFEC��O PERMITE QUE ELAS RECEBAM OS CUIDADOS E TRATAMENTOS NECESS�RIOS PARA PREVENIR OU RETARDAR A PROGRESS�O DA DOEN�A HEP�TICA. A TESTAGEM TAMB�M OFERECE UMA OPORTUNIDADE DE VINCULAR INTERVEN��ES QUE REDUZAM A TRANSMISS�O, COMO ACONSELHAMENTO SOBRE COMPORTAMENTOS DE RISCO E FORNECIMENTO DE PRODUTOS DE PREVEN��O (COMO AGULHAS E SERINGAS EST�REIS) E VACINA��O CONTRA HEPATITE B (EASTERBROOK ET AL., 2017).

CONCLUS�ƑO

SUGERE-SE QUE, EMBORA EXISTAM IMUNOBIOLÓGICOS CONTRA AS HEPATITES A E B, AS INFE��ES NA CIDADE DE ANÁPOLIS ELEVAM-SE SIGNIFICATIVAMENTE, EVIDENCIANDO A NECESSIDADE DA IMPLEMENTA��O DE A��ES INTERVENCIONISTAS NO �MBITO DA PREVEN��O E VIGIL�NCIA EM SAÚDE. � NECESS�RIO, EM PRIMEIRO LUGAR, SENSIBILIZAR OS GESTORES PARA A MAGNITUDE DO PROBLEMA, OBJETIVANDO ALCAN�AR MELHORIAS DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO NO �MBITO MUNICIPAL.

AL�M DISSO, � INDISPENS�VEL PRIORIZAR A COMPLETITUDE NO PROCESSO DE COLETA DE DADOS ATRAV�S DO INCENTIVO AO NÃO PREENCHIMENTO DOS CAMPOS COMO �€ŒIGNORADOS�€ PARA QUE SEJA POSS�VEL A ANÁLISE MAIS CONFI�VEL DO CONTEXTO EPIDEMIOLÓGICO NA CIDADE DE ANÁPOLIS.

DESSA FORMA, SER� POSS�VEL INCREMENTAR AS A��ES DE COMBATE �S HEPATITES VIRAIS EM TODO O SISTEMA DE SAÚDE PRESENTE NA REGI�O EM QUESTÃO. DIANTE DO EXPOSTO, � IMPORTANTE QUE HAJA UM INCREMENTO NA QUALIDADE DO SISTEMA DE NOTIFICA��O, VISANDO O PREENCHIMENTO INTEGRAL DAS FICHAS, PARA QUE AS INFORMA��ES SE APRESENTEM DE FORMA FIDEDIGNA, REFLETINDO POSITIVAMENTE NA IMPLEMENTA��O DE MEDIDAS PREVENTIVAS E DE CONTROLE.

Referências

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Publicado

2022-11-30