RACISM AND MENTAL HEALTH AMONG BLACK WOMEN WORKERS IN BRAZIL’S UNIFIED HEALTH SYSTEM (SUS): AN INTEGRATIVE REVIEW (2019–2025)
Resumo
Introdução: Desigualdades de gênero e raça atravessam os processos de trabalho no SUS e agravam o sofrimento psíquico entre trabalhadoras negras, que relatam assédio, menor suporte institucional e barreiras no cotidiano laboral¹, ⁶. Objetivo: Analisar se mulheres negras trabalhadoras do SUS sofrem racismo e se isso acarreta maior adoecimento em saúde mental. Metodologia:Revisão integrativa (2019–2025) nas bases PubMed e SciELO, com os descritores racismo AND trabalhadores do SUS AND processos de trabalho AND saúde mental. Incluíram-se estudos brasileiros com trabalhadoras(es) do SUS (ou contexto público) que analisassem raça/cor e desfechos em saúde mental — transtornos mentais comuns (TMC), estresse e burnout — ou experiências de racismo no trabalho; excluíram-se editoriais, cartas e duplicatas. Resultados: A busca identificou 39 registros; após remoções e triagem, 16 textos foram elegíveis e 7 atenderam integralmente aos critérios. A síntese indica associação entre racismo percebido e sofrimento psíquico em contextos de trabalho em saúde³, com efeitos interseccionais de gênero–raça–classe na distribuição de TMC² e maior impacto em saúde mental, assédio e menor acesso a recursos entre mulheres negras durante a pandemia⁴, ⁵, ⁶. Estudos qualitativos com médicas negras descrevem desgaste emocional, racismo institucional e prejuízos de carreira¹, ⁶, enquanto inquéritos com trabalhadoras de serviços apontam que discriminação/assédio elevam a prevalência de TMC⁷. Conclusão: O racismo sofrido por mulheres negras do SUS associa-se a piores desfechos de saúde mental. Recomenda-se incorporar enfrentamento do racismo à educação permanente, gestão do trabalho e vigilância em saúde do trabalhador, com suporte psicossocial e monitoramento rotineiro por raça/cor¹, ⁷.
Referências
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