LETRAMENTO DIGITAL EM SAÚDE: O PAPEL DA PSICOLOGIA NO SUS PARA PROMOÇÃO DE SAÚDE, AUTONOMIA E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

Resumo

A sociedade contemporânea, marcada pela aceleração informacional e pela lógica da pós-verdade, reconfigura vínculos sociais, subjetividades e práticas de cuidado em saúde. No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), a desinformação tem implicações diretas sobre a adesão a políticas públicas e o adoecimento ético-político de trabalhadores, exigindo novas estratégias de intervenção psicossocial. A partir de uma revisão bibliográfica não sistemática, com base em autores como Humberto Maturana, Francisco Varela, Gregory Bateson e Edgar Morin, discute-se o letramento digital em saúde como ferramenta estratégica para a promoção da saúde e o fortalecimento da autonomia coletiva. A análise evidencia que o enfrentamento das fake news e da sobrecarga informacional demanda mais do que ações comunicacionais: requer práticas educativas dialógicas, participação comunitária e fortalecimento de vínculos sociais. A psicologia social da saúde, ao articular dimensões subjetivas, comunitárias e políticas, assume papel central nesse processo, promovendo letramento crítico, fortalecimento da cidadania e transformação social. Inspirado pela pedagogia freiriana, o letramento digital é compreendido como prática social emancipatória, capaz de articular saberes locais, tecnologia e cuidado. Conclui-se que a integração entre psicologia, saúde pública e letramento digital fortalece o SUS e amplia as possibilidades de construção coletiva de sentidos, cuidado e pertencimento na sociedade em rede.