RECOBRIMENTO RADICULAR COM ENXERTO DE TECIDO CONJUNTIVO SUBEPITELIAL: TÉCNICA DE LANGER & LANGER
Resumo
RECOBRIMENTO RADICULAR COM ENXERTO DE TECIDO CONJUNTIVO SUBEPITELIAL: T�CNICA DE LANGER & LANGER
GIOVANA LAGARES OLIVEIRA
GABRIELA RODRIGUES PINHEIRO DE ALMEIDA;
GERMANA PIRES PEREIRA DO CARMO;
GEYSA FRANCINNY FACUNDO DO VALE;
RENATA OLIVEIRA DE SOUSA;
GET�ŠLIO SOUZA DE MAR�ƑES.
 
 
RESUMO SIMPLES
A RECESS�O GENGIVAL � UM ACHADO COMUM E � DEFINIDA COMO O DESLOCAMENTO APICAL DA MARGEM GENGIVAL, LEVANDO A EXPOSI��O RADICULAR, ESSA RECESS�O ACOMETE UM OU MAIS DENTES, AFETANDO O PACIENTE NÃO APENAS ESTETICAMENTE, MAS TAMB�M CAUSANDO PROBLEMAS COMO A SENSIBILIDADE DENTIN�RIA. A RETRA��O GENGIVAL � UMA CARACTER�STICA COMUMENTE ENCONTRADA EM TODOS OS TIPOS POPULACIONAIS E TEM COMO PRINCIPAIS FATORES CAUSAIS O TRAUMA OCLUSAL, O TRAUMA MEC�NICO DA ESCOVA��O E A INFLAMA��O GENGIVAL. O TRABALHO TEM COMO OBJETIVO DEMONSTRAR ATRAV�S DE UM RELATO DE CASO, O SUCESSO DE UM TRATAMENTO DE RECOBRIMENTO RADICULAR, EM QUE FOI EMPREGADA A T�CNICA DE LANGER & LANGER PARA RECOBRIR RA�ZES DESNUDAS, DEMONSTRANDO A EFIC�CIA DA T�CNICA E SUAS VANTAGENS QUE INCLUEM A SIMILARIDADE DA COLORA��O ENTRE O ENXERTO E O TECIDO GENGIVAL ADJACENTE (EST�TICA), O FAVORECIMENTO DO APORTE SANGU�NEO AO PERIÓSTEO E AO ENXERTO, MINIMIZANDO A PROBABILIDADE DE NECROSE TECIDUAL E PROMOVENDO UM PÓS-OPERATÓRIO FAVOR�VEL.. LANGER E LANGER UTILIZARAM PELA 1ª VEZ O ENXERTO DE TECIDO CONJUNTIVO SUBEPITELIAL PARA O RECOBRIMENTO RADICULAR EM QUE SE EMPREGA UM RETALHO DE ESPESSURA PARCIAL O QUAL � RETIRADO DE UMA �REA DOADORA POR MEIO DE INCIS�ES HORIZONTAIS E VERTICAIS. DE ACORDO COM A LITERATURA ATUAL, ESSA T�CNICA SE MOSTRA VI�VEL EM RELAÇÃO � COBERTURA RADICULAR DE RECESS�ES CLASSE I E II DE MILLER, TODAVIA CABE AO CIRURGI�O DENTISTA O CONHECIMENTO ANAT�MICO DA REGI�O E DEPENDE TAMB�M DA COOPERA��O POR PARTE DO PACIENTE
PALAVRAS-CHAVES: RADICULAR; ENXERTO; RECESS�O GENGIVAL, PERIODONTIA 
RESUMO EXPANDIDO
1.0 INTRODUÇÃO
A RECESS�O GENGIVAL � UM ACHADO COMUM NA PERIODONTIA, E ELA � DEFINIDA COMO O DESLOCAMENTO APICAL DA MARGEM GENGIVAL AL�M DA JUN��O CEMENTO-ESMALTE, LEVANDO A EXPOSI��O RADICULAR; HISTOLOGICAMENTE, ASSOCIADA A PERCA DE FIBRAS DE TECIDO CONJUNTIVO PERIODONTAL E A PERCA DE OSSO ALVEOLAR (VENTURIM; JOLY; VENTURIM, 2011). ESSA CONDIÇÃO, PODE AFETAR UM OU MAIS DENTES. A RECESS�O GENGIVAL PODE ACARRETAR EFEITOS ESTETICAMENTE DESFAVOR�VEIS, AUMENTA A DIFICULDADE DO CONTROLE DO BIOFILME NO LOCAL, TORNA-SE ELEVADA A SUSCEPTIBILIDADE � C�RIE RADICULAR E TAMB�M CAUSA HIPERSENSIBILIDADE  DENTIN�RIA (JENABIAN, KHANJANI; BIJANI, 2017).
AL�M DE ESTAR RELACIONADA COM A DOEN�A PERIODONTAL, PODE-SE CONSIDERAR COMO FATORES PRIM�RIOS DA RECESS�O GENGIVAL O TRAUMA OCLUSAL E O TRAMA DECORRENTE DA ESCOVA��O GENGIVAL E INFLAMA��O GENGIVAL DEVIDO � FALTA DE CONTROLE DA PLACA; OS FATORES SECUND�RIOS A SEREM CONSIDERADOS INCLUEM O POSICIONAMENTO INCORRETO DOS DENTES, DEISC�NCIA ÓSSEA, MOVIMENTA��O ORTOD�NTICA, FATORES IATROG�NICOS, INSER��O MUSCULAR AT�PICA E POUCA QUANTIDADE DE GENGIVA CERATINIZADA (ROSADO, 2014).
A CLASSIFICA��O DE MILLER CATEGORIZA AS RECESS�ES DO TECIDO MARGINAL EM 4 DIFERENTES CLASSES, SENDO ELAS: CLASSE I- RECESS�O DO TECIDO MARGINAL QUE NÃO SE ESTENDE AT� A JUN��O MUCOGENGIVAL. AUS�NCIA DE PERDA ÓSSEA E TECIDO MOLE INTERDENT�RIO; CLASSE II- RECESS�O DO TECIDO MARGINAL QUE SE ESTENDE AT� OU PARA AL�M DA JUN��O MUCOGENGIVAL. AUS�NCIA DE PERDA ÓSSEA OU TECIDO MOLE INTERDENTAL; CLASSE III- RECESS�O DO TECIDO MARGINAL QUE SE ESTENDE AT� OU PARA AL�M DA JUN��O MUCOGENGIVAL. A PERDA ÓSSEA OU PERDA DE TECIDOS MOLES INTERDENT�RIOS � APICAL A JUN��O CEMENTO ESMALTE, PORÉM CORONAL � EXTENS�O APICAL DA RECESS�O DO TECIDO MARGINAL; CLASSE IV- RECESS�O DO TECIDO MARGINAL QUE SE ESTENDE AT� OU PARA AL�M DA JUN��O MUCOGENGIVAL. A PERDA ÓSSEA INTENDERT�RIA ESTENDE-SE AT� UM N�VEL APICAL EM RELAÇÃO � EXTENS�O DA RECESS�O DO TECIDO MARGINAL. A CLASSES I E II SÃO POSS�VEIS DE OBTER UM RECOBRIMENTO RADICULAR TOTAL, ENQUANTO AS CLASSES III E IV SÃO POSS�VEIS DE OBTER SOMENTE UM RECOBRIMENTO RADICULAR PARCIAL (VENTURIM; JOLY; VENTURIM, 2011).
A CORRE��O DOS DEFEITOS DA RECESS�O GENGIVAL, UMA CONDIÇÃO PERIODONTAL COMUM, USANDO PROCEDIMENTOS DE COBERTURA DA RAIZ � UM ASPECTO IMPORTANTE DA TERAPIA REGENERATIVA PERIODONTAL 7 (TATAKIS ET AL., 2014). E O OBJETIVO DO PRESENTE ESTUDO � DEMONSTRAR UM CASO EM QUE FOI UTILIZADO A T�CNICA DE RECOBRIMENTO RADICULAR CLASSE I DE MILLER COM TECIDO CONJUNTIVO SUBEPITELIAL ATRAV�S DA T�CNICA DE LANGER &LANGER.
2.0 OBJETIVOS
            O OBJETIVO DESTE ESTUDO � DEMONSTRAR A EFIC�CIA DA T�CNICA DE RECOBRIMENTO RADICULAR COM ENXERTO DE TECIDO CONJUNTIVO SUBEPITELIAL ATRAV�S DA T�CNICA DE LANGER & LANGER, ASSIM COMO SEUS BENEF�CIOS QUE INCLUEM A SIMILARIDADE DA COLORA��O ENTRE O TECIDO GENGIVAL E O ENXERTO (EST�TICA), O FAVORECIMENTO DO SUPORTE SANGU�NEO TANTO AO PERIÓSTEO QUANTO AO ENXERTO, O QUE SE TORNA M�NIMO O RISCO DE NECROSE TECIDUAL E PROMOVE UM PÓS-OPERATÓRIO FAVOR�VEL.
3.0 DESENVOLVIMENTO
O PACIENTE L.C.M., 26 ANOS, LEUCODERMA, NÃO FUMANTE, E SEM ALTERA��ES SIST�MICAS PROCUROU O CIRURGI�O DENTISTA QUEIXANDO-SE DE SENSIBILIDADE NA REGI�O PÓSTERO SUPERIOR ESQUERDA.
AO REALIZAR-SE O EXAME CL�NICO FOI NOTADO RECESS�O GENGIVAL CLASSE I DE MILLER NA REGI�O DO DENTE 25, NA FACE VESTIBULAR. DEVIDO A �REA DE RAIZ DESNUDA E TAMB�M DEVIDO A �REA DOADORA APRESENTAR ESPESSURA ADEQUADA, OPTOU-SE PELO RECOBRIMENTO RADICULAR COM ENXERTO SUBEPITELIAL DE TECIDO CONJUNTIVO.
O PROCEDIMENTO CIR�RGICO FOI REALIZADO EM SETE ETAPAS, SENDO QUE PRIMEIRAMENTE FOI REALIZADO UMA INCIS�O HORIZONTAL NO DENTE 25 NO N�VEL DA JUN��O CEMENTO ESMALTE, E DUAS INCIS�ES VERTICAIS UMA MESIAL E UMA DISTAL DIVERGENTES PARA O FUNDO DE VEST�BULO PARA GARANTIR O ADEQUADO APORTE SANGU�NEO, E REALIZADA A DIVIS�O DO RETALHO. EM SEGUIDA FOI REALIZADO NO PALATO, COM BISTURI DE LAMINA DUPLA UMA INCIS�O LONGITUDINAL AO LONGO EIXO DOS DENTES, NA REGI�O DOS DENTES 24 AO DENTE 26, APROXIMADAMENTE 3 A 4 MM DA MARGEM GENGIVAL, ENT�O RETIROU-SE O TECIDO CONJUNTIVO E O MESMO FOI POSICIONADO E SUTURADO COM FIO REABSORV�VEL N�MERO 5.0 NA �REA RECEPTORA NO N�VEL DA JUN��O CEMENTO ESMALTE, EM SEGUIDA O RETALHO FOI REPOSICIONADO SOBRE O ENXERTO E REALIZADO A SUTURA COM FIO NYLON 5.0 E A �REA DOADORA TAMB�M FOI SUTURADA. A �REA DE RECESS�O FOI MENSURADA COM UMA SONDA DE WILLIAMS NA VERTICAL E HORIZONTAL, NO INTUITO DE PERMITIR UMA PROJE��O NA �REA DOADORA A SER INCISIONADA PARA ADQUIRIR O ENXERTO, COM TAMANHO ADEQUADO � �REA RECEPTORA.
NO PR�-OPERATÓRIO FOI EMPREGADO GLUCONATO DE CLOREXIDINA (0,12%) PARA REALIZAR A ANTISSEPSIA INTRA BUCAL, E FOI FEITO A ANTISSEPSIA EXTRA BUCAL COM GLUCONATO DE CLOREXIDINA A 2%. FOI PRESCRITO PARA O PACIENTE DIPIRONA 500 MG 6/6 HORAS POR 3 DIAS, IBUPROFENO 600 MG 8/8 HORAS 3 DIAS, E AMOXICILINA 500 MG 8/8 HORAS, DURANTE 5 DIAS.
APÓS 45 DIAS DA CIRURGIA, FOI CONSTATADO O SUCESSO CL�NICO DO PROCEDIMENTO, SATISFAZENDO TANTO O RECOBRIMENTO RADICULAR QUANTO OS PAR�METROS EST�TICOS.
4.0 CONCLUS�ƑO
            AS RECESS�ES GENGIVAIS REPRESENTAM UM DESAFIO EST�TICO NA MAIORIA DOS CASOS CL�NICOS. O EMPREGO DE TÉCNICAS CIR�RGICAS DE RECOBRIMENTO BEM FUNDADAS NA LITERATURA, REPRESENTA UMA ALTERNATIVA EFICIENTE PARA RESOLU��O DO PROBLEMA. ASSIM SENDO, A T�CNICA CIR�RGICA DO ENXERTO SUBEPITELIAL DE TECIDO CONJUNTIVO, A QUAL FOI EMPREGADA NESTE ESTUDO � CONSIDERADA UMA FORMA VI�VEL PARA ALCAN�AR O SUCESSO CL�NICO, REESTABELECENDO A HARMONIA DO SORRISO E EVITANDO A PROGRESS�O DE ALTERA��ES FUNCIONAIS DOS TECIDOS PERIODONTAIS E DO ÓRG�O DENTAL.
5.0 REFER�ŠNCIAS BIBLIOGR�FICAS
- VENTURIM, R.T.Z.; JOLY, J.C.; VENTURIM, L.R. TÉCNICAS CIR�RGICAS DE ENXERTO DE TECIDO CONJUNTIVO PARA O TRATAMENTO DA RECESS�O GENGIVAL. REVISTA GA�CHA DE ODONTOLOGIA, V.59, P.147-152, 2011.
4.- TATAKIS ET AL., 2014. PERIODONTAL SOFT TISSUE ROOT COVERAGE PROCEDURES: A CONSENSUS REPORT FROM THE AAP REGENERATION WORKSHO. JOURNAL OF PERIODONTOLOGY, V. 86, N. 2, 2014.
 
