ALERGIA AO NÀQUEL EM PACIENTES ORTODÀ”NTICOS: REVISÃO DE LITERATURA
Resumo
ALERGIA AO N�QUEL EM PACIENTES ORTODဝNTICOS: REVIS�ƑO DE LITERATURA 
 
MARIA CLARA PIRES DO CARMO
ENEIDA FRANCO V�ŠNCIO
JO�ƑO BATISTA DE SOUZA
MARCOS AUGUSTO LENZA
MONARKO NUNES DE AZEVEDO
 
INTRODUCAO
DENTRO DO GRUPO DOS METAIS, O NIÌQUEL EÌ O QUE MAIS CAUSA RESPOSTAS ALEÌRGICAS E, DEVIDO AÌ€ SUA ONIPRESEN�A, PRESENTE EM JÓIAS, BOT�ES DE ROUPAS E TELEFONES CELULARES, AS REAÇOÌƑES DE HIPERSENSIBILDIADE A ESSE ELEMENTO T�M AUMENTADO NOS �LTIMOS ANOS (GOLDENBERG ET AL., 2015; GဓLZ; PAPAGEORGIOU; JသGER, 2015;
 JACOB ET AL., 2015; RODRIGUES; MARCOS; GOULART, 2016; AHLSTRဓM ET AL., 2017; CORR�ŠA-FISSMER ET AL., 2018; WARSHAW ET AL., 2018; ALINAGHI ET AL., 2019). 
A PREVAL�NCIA DE ALERGIA AO N�QUEL NA POPULA��O MUNDIAL � DE 11,4% SENDO QUE AS MULHERES SÃO AS MAIS ACOMETIDAS PELA DOEN�A, REPRESENTANDO 15,7% DOS CASOS ENQUANTO QUE OS HOMENS SOMAM APENAS 4,3% DOS CASOS (ALINAGHI ET AL., 2019). ISSO PODE SER EXPLICADO PELO FATO DE O P�BLICO FEMININO APRESENTAR UM MAIOR AUMENTO DAS OPORTUNIDADES DE EXPOSI��O AO N�QUEL. DESDE MUITO CEDO AS MULHERES ENTRAM EM CONTATO COM BIJUTERIAS, JOIAS, PIERCINGS E OS BRINCOS, EM ESPECIAL. ESTE �LTIMO CONTRIBUI PARA  QUE AS PACIENTES FEMININAS TENHAM UM RISCO CINCO VEZES MAIOR DE DESENVOLVER HIPERSENSIBILIDADE AO N�QUEL QUE OS HOMENS (MORTZ; ANDERSEN, 1999; TORRES ET AL., 2009; GဓLZ; PAPAGEORGIOU; JသGER, 2015; WARSHAW ET AL., 2017).
OS ACESSÓRIOS ORTOD�NTICOS SÃO, GERALMENTE, FEITOS DE LIGAS MET�LICAS DE A�O INOXID�VEL, CONTENDO CERCA DE 18% DE CROMO E 8% DE N�QUEL, OU DE NITI QUE PODE CONTER MAIS DE 50% DE N�QUEL NA SUA COMPOSI��O E QUE � BASTANTE UTILIZADO POR APRESENTAR PROPRIEDADES EL�STICAS E MEMÓRIA DE FORMA (BASS; FINE; CISNEROS, 1993; KEROSUO ET AL., 1996). APESAR DE SER UM ELEMENTO IMPORTANTE PARA ORTODONTIA, O N�QUEL PRESENTE NOS APARELHOS SÃO RESPONS�VEIS POR CERCA DE 1,7 A 17% DOS CASOS DE HIPERSENSIBILIDADE EM PACIENTES SOB TRATAMENTO ORTOD�NTICO (COSTA; RIBEIRO-DIAS; LENZA, 2003; PAZZINI ET AL., 2016A).
   OBJETIVO
O OBJETIVO DO PRESENTE TRABALHO FOI FAZER UMA REVISÃO BIBLIOGR�FICA NARRATIVA A RESPEITO DAS REA��ES AL�RGICAS INDUZIDAS PELO N�QUEL PRESENTE NA APARELHAGEM ORTOD�NTICA. PARA ISSO, FORAM SELECIONADOS ARTIGOS CIENT�FICOS NAS PRINCIPAIS BASES DE DADOS DA �REA DA SAÚDE (PUBMED, SCIELO, PERIÓDICOS CAPES).
 
METODOLOGIA
FORAM RETIRADOS ARTIGOS DAS BASES DE DADOS PUBMED, SCIELO QUE ATENDIAM AOS CRIT�RIOS DE ELEGIBILIDADE REFERENTE AO TEMA FORAM ANALISADOS CRITICAMENTE PELA EQUIPE DE PESQUISADORES.
RESULTADOS 
AS REA��ES AL�RGICAS INDUZIDAS PELO N�QUEL NOS PACIENTES SOB TRATAMENTO ORTOD�NTICO DEPENDEM DA CONCENTRAÇAÌƑO E INTENSIDADE DA EXPOSIÇAÌƑO, PRESENÇA DE BARREIRAS LOCAIS E A AÌREA AFETADA, PODENDO, OCASIONALMENTE, APRESENTAR VERMELHID�O NA PELE, COCEIRA, ECZEMA, FISSURA E DESCAMA��O, QUE NA MAIORIA DAS VEZES, SÃO CAUSADAS PELAS PARTES MET�LICAS DOS APARELHOS EXTRABUCAIS, SENDO ESTAS REA��ES MAIS COMUNS DO QUE AS REA��ES INTRABUCAIS. A FREQU�NCIA DESSES PROBLEMAS TEM DIMINU�DO DEVIDO � MELHORIA DOS COMPONENTES EXTRABUCAIS QUE ATUALMENTE T�M RECEBIDO REVESTIMENTO  (SCHULTZ ET AL., 2004; EHRNROOTH; KEROSUO, 2009; PAZZINI ET AL., 2010).
COM RELAÇÃO �S MANIFESTA��ES INTRABUCAIS, NÃO SÃO RAROS ALGUNS SINAIS E SINTOMAS COMO A FORMA��O DE ERUP��ES CUT�NEAS, HIPERPLASIA GENGIVAL, INCHA�O E LES�ES ERITEMATOSAS DOLOROSAS NAS MUCOSAS (FIGURA 2) (DUNLAP; VINCENT; BARKER, 1989;
 VEIEN ET AL., 1994; AL-WAHEIDI, 1995; SHUTTY; SCHEINMAN, 2018). CONTUDO, A MAIORIA DESSES ESTUDOS TRATA-SE DE RELATOS DE CASOS QUE DEVEM SER ANALISADOS COM CAUTELA DEVIDO � VARIABILIDADE INDIVIDUAL FREQUENTEMENTE ENCONTRADA ENTRE DIFERENTES PACIENTES.
 
FIGURA 1. MECANISMO IMUNOLOÌGICO DA HIPERSENSIBILIDADE AO NIÌQUEL: 1- ANTIÌGENOS NIÌQUEL SAÌƑO ABSORVIDOS PELA PELE; 2- CEÌLULAS DENDRIÌTICAS PERTO DO EPITEÌLIO FAGOCITAM OS ALEÌRGENOS, OS PROCESSA E OS EXIBE EM RECEPTORES MHC-II; 3- CEÌLULAS TH1 (CD4) SENSIBILIZADAS ANTERIORMENTE RECONHECEM O ANTIÌGENO APRESENTADO; 4- SECREÇAÌƑO DE CITOCINAS (IL-2, IL-12 E IFN-γ) PELAS CEÌLULAS TH1 SENSIBILIZADAS; 5- MACROÌFAGOS E CEÌLULAS T CITOTOÌXICAS SAÌƑO ATRAIÌDAS PARA O LOCAL; 6- OS MACROÌFAGOS LIBERAM MEDIADORES QUE ESTIMULAM UMA FORTE REAÇAÌƑO INFLAMATOÌRIA E AS CEÌLULAS T CITOTOÌXICAS DANIFICAM A PELE DIRETAMENTE RESULTANDO EM BOLHAS COM CONTEUÌDO LIÌQUIDO.
CONCLUSAO
ESTUDOS CL�NICOS SUGEREM UM EFEITO CUMULATIVO DE NIÌQUEL DURANTE TODO O TRATAMENTO ORTODOÌ‚NTICO QUE PODE ESTAR ASSOCIADO COM UMA SIGNIFICATIVA ANORMALIDADE PERIODONTAL. EM EXPOSIÇOÌƑES CROÌ‚NICAS, A MUCOSA PODE SE APRESENTAR ERITEMATOSA OU HIPERCERATOÌTICA, ATINGINDO ATEÌ MESMO ESTAÌGIOS ULCERADOS (PAZZINI ET AL., 2009, 2012).
A MAGNITUDE DA REA��O PODE SER AVALIADA MEDINDO-SE, LOCALMENTE, O ESPESSAMENTO DA PELE, MAS TAMB�M DE FORMA SIST�MICA, COMO A S�NTESE DE CITOCINAS E A PROLIFERA��O DAS LINFÓCITOS T (JUSTIZ VAILLANT; RAMPHUL, 2018).