PERCEPÇO DOS SENTIMENTOS ASSOCIADOS AO PROCESSO DE PERDA DOS DENTES: PESQUISA QUALITATIVA

Autores

  • Júllia Ferreira Santana
  • Erica Alves da Silva
  • Kesley Alves Flores
  • Gabriela Batista Rios
  • Gisela De Martins Souza Pina
  • Liliane Braga Monteiro dos Reis

Resumo

PERCEP��O DOS SENTIMENTOS ASSOCIADOS AO PROCESSO DE PERDA DOS DENTES: PESQUISA QUALITATIVA

 

J�LLIA FERREIRA SANTANA1; ERICA ALVES DA SILVA1; KESLEY ALVES FLORES1; GABRIELA BATISTA RIOS2; GISELA DE MARTINS SOUZA PINA2; LILIANE BRAGA MONTEIRO DOS REIS2.

 

  1. ACAD�MICA(O) DO CURSO DE ODONTOLOGIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS - UNIEVANG�LICA
  2. PROFESSORA DO CURSO DE ODONTOLOGIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS - UNIEVANG�LICA

 

RESUMO

 

A PERDA DENT�RIA � CONSIDERADA UM EVENTO GRAVE NA VIDA DOS PACIENTES E PODE LEV�-LOS � RECLUS�O SOCIAL. A REABILITA��O POR MEIO DE PRÓTESES PODE CONTRIBUIR PARA A MELHORA DA AUTOIMAGEM DE ED�NTULOS TOTAIS. A COMPLETA AUS�NCIA DE ELEMENTOS DENT�RIOS TRAZ CONSEQU�NCIAS DELET�RIAS F�SICAS (REABSOR��O DO REBORDO RESIDUAL E DIMINUI��O DA FUN��O MASTIGATÓRIA) E EMOCIONAIS (DIMINUI��O DA CAPACIDADE SOCIAL), PODENDO LEVAR OS INDIV�DUOS AO ISOLAMENTO E MANIFESTA��O DE DOEN�AS PSICOSSOM�TICAS. O PRESENTE ESTUDO TEM A INTEN��O DE CONHECER OS SENTIMENTOS QUE CIRCUNDAM O PROCESSO DE PERDA DOS DENTES E AS EXPECTATIVAS QUE ENVOLVEM O PROCESSO DE REABILITA��O. FOI REALIZADO UM ESTUDO DESCRITIVO COM METODOLOGIA QUALITATIVA, ABORDANDO A POPULA��O USU�RIA DE PRÓTESE TOTAL SUPERIOR OU INFERIOR QUE FREQUENTAM O CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ANÁPOLIS UNIEVANG�LICA. PARA A COLETA DE DADOS FOI UTILIZADO UM ROTEIRO DE PERGUNTAS SEMIESTRUTURADO E A T�CNICA DE ANÁLISE DE CONTE�DO PARA ANÁLISE. OS PACIENTES RELATARAM TER PERDIDO SEUS DENTES DEVIDO AO MEDO DE SUBMETER-SE AO TRATAMENTO OU A DIFICULDADES DE ACESSO E QUE SOFRERAM COM A PERDA DENT�RIA. OS PACIENTES MAIS JOVENS E DO SEXO FEMININO FORAM AQUELES QUE DEMONSTRARAM MAIS EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO � REABILITA��O PROT�TICA. AS MULHERES E AS PESSOAS MAIS JOVENS SÃO AQUELAS QUE MANIFESTARAM MAIS RAIVA OU TRISTEZA PELA PERDA DENT�RIA E QUE POSSU�AM EXPECTATIVAS EST�TICAS E DE SOCIALIZAÇÃO EM RELAÇÃO � NOVA PRÓTESE.

 

 

PALAVRAS CHAVES: PERDA DE DENTE; PRÓTESE TOTAL; QUALIDADE DE VIDA, EMO��ES.

 

INTRODUÇÃO

PARA O PROFISSIONAL DE ODONTOLOGIA A EST�TICA GANHA UM SIGNIFICADO QUE VAI ALEM DE FORMAS PERFEITAS E HARMONIA IDEAL DE TODAS AS ESTRUTURAS, O CONCEITO DE BELEZA ADQUIRE CARACTER�STICAS INTIMAS DO SER QUE ESTÁ SOBRE CUIDADOS E TRANSCENDE A NECESSIDADE DE DESPERTAR A ADMIRA��O OU SENSA��ES AGRAD�VEIS DE TERCEIROS.

ALGUNS ESTUDOS TRADUZEM BEM ESSA PERSPECTIVA AO AFIRMAREM QUE A SATISFA��O PESSOAL COM O PRÓPRIO SORRISO PRODUZ UMA �REA QUE AMPLIFICA A BELEZA DA FACE, ALEM DE EXALTAR AS QUALIDADES E VIRTUDES DA PERSONALIDADE HUMANA (RUFENACHT, 1990); E QUE A EXPRESSÃO FACIAL ASSOCIADA AO SORRISO SATISFATÓRIO ESTABELECE UMA CONEX�O COM OS ASPECTOS PS�QUICOS DO SER HUMANO SE RELACIONANDO COM AS EMO��ES, COMUNICA��O NÃO VERBAL E SENTIMENTOS TRANSITÓRIOS (GOLDSTEIN, 2000).

SABENDO DISSO, PROFISSIONAIS DA ODONTOLOGIA PASSARAM A DISPOR DE DIVERSOS MECANISMOS PARA SOLUCIONAR E RESTABELECER CONDI��ES PERDIDAS E EXECUTAR CORRE��ES EM FALHAS QUE GEREM COMPROMETIMENTO FUNCIONAL E � AUTOESTIMA. NESSE SENTIDO, CABE AO CIRURGI�O-DENTISTA BUSCAR ATINGIR O PADR�O EST�TICO DESEJADO PELO PACIENTE, PORÉM ENTENDENDO QUE ESSES CONCEITOS DIFUNDIDOS NEM SEMPRE CORRESPONDEM AOS ANSEIOS PESSOAIS DAQUELE QUE ESTÁ SOBRE CUIDADOS. PORTANTO, CABE AO PROFISSIONAL AVALIAR DE FORMA MINUCIOSA TODOS OS ASPECTOS PERTINENTES AO PACIENTE E SABER AVERIGUAR SE AS MODIFICA��ES A SEREM EXECUTADAS PRODUZIR�O EFEITO DIRETO E POSITIVO NA AVALIA��O DA AUTOIMAGEM E NA EFETIVIDADE DO TRATAMENTO PROPOSTO (GOLDSTEIN, 2000; RUFFENACHT, 1990).

ASSIM UM TRATAMENTO CONSIDERADO EST�TICO DEVE SER CAPAZ DE RESPEITAR AS EXPECTATIVAS E A REALIDADE DE CADA PACIENTE EM ESPECIFICO, ASSOCIANDO BELEZA E FUN��O AO BOM SENSO DO OPERADOR (SNOW, 1999; RUFENACHT, 1990; MONDELLI, 2003).

 

OBJETIVO

O OBJETIVO DESSE TRABALHO � AVALIAR A SATISFA��O EST�TICA DE PACIENTES PORTADORES DE PRÓTESE TOTAL SUPERIOR E/OU INFERIOR E TEM COMO FINALIDADE A MELHORIA DA COMPREENS�O DO CIRURGI�O DENTISTA SOBRE AS NECESSIDADES EST�TICAS, EMOCIONAIS E FUNCIONAIS DOS MESMOS.

 

DESENVOLVIMENTO

GOLDSTEIN (2000) AFIRMA QUE OS DENTES E A BOCA SÃO COMPONENTES ESSENCIAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DO PSICOLÓGICO AO LONGO DA VIDA E QUE, SENTIMENTOS E CUIDADOS EM RELAÇÃO � BOCA REFLETEM EXPERI�NCIAS BUCAIS EVOLUTIVAS PASSADAS, PRESENTES E FUTURAS, ASSOCIANDO A FORMA COM QUE OS TRATAMOS PARA REFLETIR O SENTIMENTO EM RELAÇÃO A NÓS MESMOS. DE TODO MODO, POR MAIS QUE OS DENTES REPRESENTEM DISPOSITIVOS ESSENCIAIS A FORMA COM CADA UM LIDA E COMPREENDE A NECESSIDADE DELES � MUITO PESSOAL.

OS PRINCIPAIS MOTIVOS PELO QUAL O PACIENTE PROCURA TRATAMENTO ODONTOLÓGICO INCLUEM ACEITA��O SOCIAL E INTELECTUAL, MEDO, ORGULHO PESSOAL E BENEF�CIOS BIOLÓGICOS. A RELAÇÃO ENTRE O BEM-ESTAR PSICOSSOCIAL E AUTOIMAGEM E SUA INFLUÊNCIA NAS RELA��ES INTERPESSOAIS DESCRITAS POR GOLDSTEIN (2000), RELATA QUE INDIV�DUOS SATISFEITOS COM A APAR�NCIA E AUTOCONFIANTES, SÃO MENOS ACOMETIDOS POR DIST�RBIOS PSIQUI�TRICOS COMO DEPRESS�O, TEM SAL�RIOS MAIS ALTOS E CARGOS MAIS PRESTIGIOSOS, UMA VEZ QUE A APAR�NCIA SATISFATÓRIA ELEVA A AUTOESTIMA E AUTOCONFIAN�A DO INDIV�DUO, RESULTANDO EM SENTIMENTOS DE APROVA��O SOCIAL.

ESTUDOS ACERCA DA AUTOIMAGEM DO CORPO APONTAM A MESMA COMO PRINCIPAL ELEMENTO DE AUTOREJEI��O (GOLDSTEIN, 2000). ASSIM, O SUCESSO DO TRATAMENTO EST�TICO IMPLICA DIRETAMENTE NA ACEITA��O DA ESTRUTURA MODIFICADA E NOS IMPACTOS DA CORRE��O EST�TICA NO ESTABELECIMENTO DE UMA NOVA AUTOIMAGEM. PORTANTO A AVALIA��O DOS ASPECTOS DO PACIENTE, BEM COMO A IDENTIFICA��O DO CONCEITO DE BELEZA E AUTOIMAGEM DO PACIENTE IMPLICAM DIRETAMENTE NO SUCESSO DO TRATAMENTO EST�TICO, BEM COMO A ACEITA��O DA ESTRUTURA MODIFICADA E NOS IMPACTOS DA CORRE��O EST�TICA NO ESTABELECIMENTO DE NOVA AUTOIMAGEM.

O PROFISSIONAL DEVE ESTAR ATENTO PARA A QUEIXA PRINCIPAL DO PACIENTE, POIS SER� ELA QUE DITAR� O TRATAMENTO ADEQUADO A SER REALIZADO E EVITAR� QUE CERTO GRAU DE INSATISFA��O PERMEIE AS DEMAIS CONSULTAS.

�€ŒGOSTEI MUITO! OS DENTE ERA BANQUINHO, BEM MELHOR QUE OS MEUS.�€™�€™

�€ŒO DENTISTA FEZ ESSA AQUI QUE NEM EU PEDI SABE, EU ACHO QUE PARECE QUANDO EU ERA MO�A.�€™�€™

QUANDO O PROFISSIONAL NEGLIGENCIA AS NECESSIDADES DO PACIENTE OU NÃO � CAPAZ DE ESTABELECER UMA BOA ORIENTAÇÃO SOBRE OS BENEF�CIOS E PONTOS NEGATIVOS DE DETERMINADAS REABILITA��ES EST�TICAS O PACIENTE FICA SUJEITO � INSATISFA��O E EM ALGUNS CASOS A DESIST�NCIA DO TRATAMENTO. � MUITO IMPORTANTE PRIORIZAR O DESEJO DO PACIENTE, POIS, ELE � QUE DETERMINAR� O SUCESSO DO TRATAMENTO.

�€ŒA PRIMEIRA DENTADURA ERA HORR�VEL, EU NÃO GOSTEI, MAS MESMO ASSIM EU PAGUEI N�, FAZER O QUE?�€

�€ŒEU NÃO GOSTEI, MAS A MINHA M�E ACHOU BOM, FALOU QUE IA SOFRER MENOS, N� ERA MUITA DOR QUE SENTIA.�€™�€™

 

CONSIDERAအဢES FINAIS

A BUSCA PELA EST�TICA IDEAL PODE AT� SER CONDUZIDA POR UM ELEVADO SABER T�CNICO CIENTIFICO, MAS ELA NÃO DEVE SER DETERMINADA SOMENTE POR ELE. PORTANTO � FUNDAMENTAL O CIRURGI�O DENTISTA SE ATENTAR � QUEIXA PRINCIPAL DO PACIENTE PARA QUE A PARTIR DA MESMA, JUNTAMENTE COM A ANÁLISE DAS CARACTER�STICAS PSICOLÓGICAS, F�SICAS E EMOCIONAIS DO PACIENTE, PODER ESTABELECER UM DIAGNOSTICO PRECISO E PARA QUE SEJA POSS�VEL A REALIZA��O DE UM TRATAMENTO SATISFATÓRIO QUE ATENDA AS NECESSIDADES E �NSIAS DO PACIENTE DE UMA FORMA �TICA E CLARA.

O EQUIL�BRIO ENTRE T�CNICA E HUMANIZA��O DO CUIDADO GERA RESULTADOS MUITO MAIS POSITIVOS DO QUE AQUELES QUE SE BASEIAM SOMENTE NA PERCEP��O DO PROFISSIONAL. UM BOM PLANO DE TRATAMENTO � EXECUTADO ATRAV�S DE BOM SENSO, SEGURANÇA E UMA ESCUTA ATIVA.

 

REFERENCIAS

GOLDSTEIN, R.E. EST�TICA EM ODONTOLOGIA. 2. ED. SÃO PAULO: SANTOS, 2000.

MONDELLI, J. EST�TICA E COSM�TICA EM CL�NICA INTEGRADA RESTAURADORA. 1ª ED. SÃO PAULO: SANTOS, 2003.

RUFENACHT. C.R. FUNDAMENTALS OF ESTHETICS. CHICAGO: QUINTESSENCE, 1990.

SNOW, S.R. ESTHETIC SMILE ANALYSIS OF MAXILLARY ANTERIOR TOOTH WIDTH: THE GOLDEN PERCENTAGE. JOURNAL OF ESTHETIC DENTISTRY, V. 11, N. 4, P. 84-177, 1999.

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Publicado

2019-05-29

Edição

Seção

Resumo