Caminho da roça Sateré-Mawé: olhares sobre a educação infantil indígena
Palavras-chave:
Educação escolar indígena; Educação infantil; Sateré-Mawé.Resumo
Pesquisa de natureza aplicada ao contexto da educação infantil indígena. Neste artigo, objetivamos explorar a forma como os Sateré-Mawé do município de Maués/AM, Brasil, significam a escola na formação de seus infantes. Esse projeto de pesquisa surgiu a partir do diálogo intercultural entre seus autores – uma indígena da supracitada etnia e dois não indígenas. A fim de revisarmos o que já foi escrito sobre o assunto e contribuirmos com novas reflexões no tocante à educação escolar indígena, adotamos os procedimentos técnicos de pesquisa bibliográfica (TEIXEIRA, 2005; ROSEMBERG, 2006; ALVAREZ, 2009), documental (BRASIL, 1988; 1990; 2005; 2018) e participante (VELHO, 1978). A interpretação dos dados colhidos foi feita por meio de orientações pedagógicas e sociológicas (BRANDÃO, 1981; ZAMBONI, 2016). Um dos pressupostos é que alguns pais preferem que seus filhos permaneçam com eles “na roça”, ou seja, caminhando ao lado da família nas práticas tradicionais da cultura local, em vez de na escola, onde ficam “sentados como pequenos adultos”. Outro, é o de que há aqueles que veem a escola como um caminho para que seus filhos alcancem o prestígio social dos não indígenas. E, finalmente, há ainda os que, embora não considerem a escola relevante, matriculam seus filhos com o receio de perder benefícios sociais dados pelo governo, caso não o façam. O que é certo porém é a conclusão do papel da escola como bem simbólico ressignificado pela realidade da educação tradicional indígena.