USO DA PALHADA DA CANA-DE-A�ÀºCAR NA GERA��O DE ETANOL 2° GERA��O VERSUS SUA CONTRIBUI��O NUTRICIONAL PARA O SOLO NO AMBIENTE CERRADO

Resumo

INTRODUÇÃO
O BRASIL � O MAIOR PRODUTOR MUNDIAL DA CULTURA DA CANA DE A��CAR E EXPORTADOR DE A��CAR. SEGUNDO A CONAB (2015), ESTIMA-SE QUE O BRASIL PRODUZA 654,6 MILH�ES DE TONELADAS DE CANA-DE-A��CAR NESTA SAFRA EM POUCO MAIS DE 9 MILH�ES DE HECTARES. O ESTADO DE GOI�S TEM 60 MUNIC�PIOS COM PLANTIO DE CANA DE A��CAR E 28 MUNIC�PIOS COM USINAS INSTALADAS, TORNANDO-SE ASSIM O 3�° MAIOR ESTADO PRODUTOR DO PA�S (REVISTA RURAL, 2010). COM �REA PLANTADA DE 891,6 MIL HECTARES CORRESPONDENDO COM 49,5% DA �REA REGIONAL, E SUA PRODUÇÃO COM 68.654,1 MIL TONELADAS EQUIVALENTE � 52,28% DA PRODUÇÃO DO CENTRO-OESTE CONFORME CONAB (2015).
GOIAN�SIA � UM DOS PRINCIPAIS MUNIC�PIOS PRODUTORES, CONTA COM TR�S USINAS, O QUE TORNA O SETOR SUCROENERG�TICO UM PROPULSOR DA ECONOMIA LOCAL CONTRIBUINDO PARA 30% DA PRODUÇÃO DE A��CAR E 10% DA PRODUÇÃO DE ETANOL DO ESTADO (XAVIER, 2010). RECENTEMENTE, EM 2015 INICIOU A PRODUÇÃO DE BIOENERGIA A PARTIR DA PALHADA DA CANA DE A��CAR E VEM SENDO PIONEIRA EM GOI�S COM O GRUPO LAGE (FOLHA DA CANA, 2015).
O MANEJO DE FERTILIDADE DO SOLO NA CULTURA DA CANA-DE-A��CAR APRESENTA IMPORT�NCIA SIGNIFICATIVA EM SEU MANEJO. UMA CULTURA SEMI-PERENE QUE PASSA POR UM PROCESSO DE COLHEITA DE TODA A PLANTA APRESENTA ELEVADA EXTRA��O DE NUTRIENTES COMO N, P, K, CA, MG E S, NECESSITANDO DE CONSIDER�VEIS REPOSI��ES PARA MANUTEN��O DESTES CANAVIAIS. AS QUANTIDADES A SEREM APLICADAS NESTE CASO PODEM VARIAR DEVIDO AO USO DE VARIEDADES DIFERENTES, CONDI��ES EDAFOCLIM�TICAS, MANEJO DE FERTILIDADE, TECNOLOGIA DE IRRIGA��O, EXTRA��O E EXPORTA��O DE NUTRIENTES NO SISTEMA SOLO-PLANTA QUE SÃO FATORES LIMITANTES PARA A PRODUÇÃO DA CULTURA DA CANA DE A��CAR AFIRMADOS POR VITTI ET AL., ( 2005).
APESAR DOS V�RIOS BENEF�CIOS EXISTENTES NA MANUTEN��O DA PALHADA AO SOLO CONFORME ESTUDOS REALIZADOS POR CARVALHO (2013) E ROSSETO ET AL., (2008), CONCLU�RAM QUE CADA �POCA DO ANO O CANAVIAL IR� DEPENDER DE QUANTIDADES DIFERENTES DE COBERTURA VEGETAL VISANDO ALGUNS BENEF�CIOS COMO PROTE��O CONTRA EROS�O, SUPRIMENTOS NUTRITIVOS
MINERALIZADOS DE ORIGEM DA PALHADA PARA O SOLO, REDUÇÃO DA INCID�NCIA SOLAR DIRETA AO SOLO, MENOR INFESTA��O DE PLANTAS INVASORAS, MANUTEN��O DA UMIDADE, MENORES DIFEREN�AS T�RMICAS NO SOLO DURANTE O DIA E A NOITE, MAIOR AGREGA��O DAS PART�CULAS DE SOLO, AUMENTO DA ATIVIDADE MICROBIOLÓGICA, AUMENTO DA TAXA DE INFILTRA��O DE AGUA NO SOLO, AUMENTO PH E APORTE PRODUTIVO PRINCIPALMENTE NAS �POCAS DE SECAS PROLONGADAS DEVIDO AO AUMENTO DA RETEN��O H�DRICA E A % DE MAT�RIA ORG�NICA. H� TAMB�M UMA GRANDE DEMANDA PELA RETIRADA PARCIAL OU INTEGRAL DESSA PALHA DEVIDO SEU GRANDE POTENCIAL ENERG�TICO E CALOR�FICO QUE PODE AUMENTAR SIGNIFICATIVAMENTE A PRODUÇÃO DE BIOENERGIA E DO ETANOL DE SEGUNDA GERA��O (LOMBARDI ET AL., 2012).
O POTENCIAL ENERG�TICO E CALORIFICO EXISTENTE NA PALHADA DA CANA-DE-A��CAR EQUIVALE EM AT� 1/3 DO POTENCIAL DA CULTURA, COM A POSSIBILIDADE DE PRODUZIR A PARTIR DOS COMPONENTES LIGNOCELULÓSICOS COMO CELULOSE, HEMI-CELULOSE E LIGNINA A GERA��O DO ETANOL CELULÓSICO. DEVIDO � GRANDE UTILIZA��O DO ETANOL NOS DIAS ATUAIS, ESTUDOS REALIZADOS POR SANTOS ET AL., (2012) E NYKO ET AL., (2013) MOSTRAM O GRANDE POTENCIAL COMPETITIVO E DE INCREMENTO PRODUTIVO NA UTILIZA��O DA PALHA, QUE A PARTIR DE TECNOLOGIAS INDUSTRIAIS OCORRENDO A HIDRÓLISE DOS MATERIAIS DE ORIGEM LIGNOCELULÓSICOS PODEM GERAR AT� 240 A 287 LITROS DE ETANOL CELULÓSICO OU ETANOL DE 2�° GERA��O POR 1MG.HA-1 DA PALHADA DE CANA, ORIUNDO DE TODO APORTE DE MATERIAL VEGETAL DEPOSITADO AO SOLO APÓS A COLHEITA MECANIZADA SEM A UTILIZA��O DA QUEIMA, COMO ERA REALIZADA ANTERIORMENTE. ASSIM PODEMOS CONTRIBUIR PARA UMA MAIOR PRODUÇÃO DE ETANOL 2G E APROVEITAMENTO DOS RES�DUOS DA CULTURA DA CANA DE A��CAR.
DIANTE DO EXPOSTO, OBJETIVOU-SE COM ESSE TRABALHO AVALIAR A CONTRIBUI��O NUTRICIONAL E ECON�MICA DA RETIRADA DE PALHADA DA CANA-DE-A��CAR NO SOLO, EM DIFERENTES QUANTIDADES, E DIFERENTES CEN�RIOS, PARA PRODUÇÃO DE ETANOL DE SEGUNDA GERA��O EM CONDI��ES EDAFOCLIM�TICAS DE CERRADO NO MUNIC�PIO DE GOIAN�SIA-GO.
MATERIAL E M�TODOS
A AVALIA��O DA DIN�MICA DA DECOMPOSI��O DA PALHADA
FOI REALIZADA NA UNIDADE CTC REGIONAL GOI�S NORTE, NO ENDERE�O: GO 080 S/N, FAZENDA CAI�ARA II, LOTE A KM 12, BAIRRO: ZONA RURAL, CIDADE: VILA PROPICIO, CEP: 76393-000, COM �REA DE 255 HECTARES. O EXPERIMENTO ESTÁ LOCALIZADO NAS COORDENADAS LATITUDE/LONGITUDE 15�°17'28.8"S 49�°00'44.2"W E FOI INSTALADO EM OUTUBRO DE 2014, PERMANECENDO NESTE LOCAL AT� FEVEREIRO DE 2016. FOI UTILIZADA A METODOLOGIA DAS SACOLAS DE DECOMPOSI��O, LITTER BAGS, NO INTUITO DE AVALIAR A DIN�MICA DA DECOMPOSI��O DA PALHADA EM TR�S QUANTIDADES SENDO: 400 G, 600 G E 1200 G QUE CORRESPONDEM RESPECTIVAMENTE � 10,6 MG.HA-1, 16 MG.HA-1 E 32 MG.HA-1. O ENSAIO FOI CONDUZIDO COM PALHA RECOLHIDA APÓS A COLHEITA E COLOCADO EM SACOS DE LITTER BAGS CONFORME UTILIZADAS POR VITTI ET AL., (2008) E BENEDETTI (2013), COM DIMENS�O DE 0,75M X 0,50M EQUIVALENTES A 0,375M�² PARA AVALIA��O DA DECOMPOSI��O EM DIFERENTES �POCAS. A COLETA DA TESTEMUNHA FOI 1000 G EM
3 DIFERENTES LOCAIS AO ACASO NO LOCAL DA COLHEITA, PARA ANALISAR A CONDIÇÃO INICIAL DO MATERIAL EM ESTUDO, COMO QUANTIDADE DE NUTRIENTES E MASSA SECA. A COLHEITA FOI REALIZADA NO DIA 28 DE OUTUBRO DE 2014 OCASI�O EM QUE FORAM DISTRIBU�DOS OS TRATAMENTOS. AS COLETAS FORAM REALIZADAS NOS MESES OUTUBRO/2015, DEZEMBRO/2015 E FEVEREIRO/2016. SENDO AS IDADES DAS AMOSTRAS DE 12, 14 E 16 MESES.
APÓS A RETIRADA DAS AMOSTRAS EM CAMPO, ESTAS FORAM LEVADAS AO LABORATÓRIO DE SOLOS E NUTRI��O VEGETAL DA FACULDADE EVANGÉLICA DE GOIAN�SIA, ONDE FORAM SECAS EM ESTUFA DE VENTILA��O FOR�ADA A 65�ºC �± 2�ºC, POR 72 HORAS, APÓS SECAGEM EM ESTUFAS FORAM MACERADAS E COLOCADAS EM CADINHOS INDIVIDUAIS PESADOS EM BALAN�A DE PRECIS�O, AVALIADAS QUANTO AOS TEORES DE CINZAS EM ESTUFA TIPO MUFLA A 700�ºC POR 2 HORAS (BENEDETTI, 2013).
ESTES DADOS FORAM UTILIZADOS PARA ESTABELECIMENTO DAS TAXAS DE DECOMPOSI��O REALIZADOS POR �POCA DE RETIRADA E QUANTIDADE DE PALHA DE CADA AMOSTRA.
AVALIA��O DA CONTRIBUI��O NUTRICIONAL E ECON�MICA DA MANUTEN��O DE PALHADA NO SOLO.
PARA REALIZA��O DO TRABALHO FOI FEITA UMA REVISÃO DE LITERATURA COM O OBJETIVO DE ENCONTRAR DADOS RELATIVOS A:
I) CICLAGEM DOS NUTRIENTES DA PALHADA (N, P, K, MG, CA E S):
ESTUDOS REALIZADOS POR URQUIAGA ET AL., (1991) MOSTRARAM QUE A MINERALIZA��O DA PALHADA PROMOVE RETORNO PARA O SOLO DE 33 A 60 KG DE N.HA-1.ANO-1, AL�M DE CERCA DE 10 A 25 KG DE S.HA-1.ANO-1 EM UMA PRODUÇÃO DE 10 A 20 TONELADAS DE PALHADA.HA-1, AUMENTANDO SIGNIFICATIVAMENTE A QUANTIDADE DE MG E K E CONTRIBUINDO PARA A REDUÇÃO DE AT� 40% DE AL3+ COLABORANDO ASSIM PARA O AUMENTO DO PH DO SOLO.
AS QUANTIDADES DE RECICLAGEM NO CICLO DE UM ANO FORAM DE 85% DE K O QUE CORRESPONDE A 56KG DE K/HA-1, 44KG PARA CA E 39KG DE MG, SENDO QUE A MINERALIZA��O � DIRETAMENTE INFLUENCIADA PELA TEMPERATURA E UMIDADE. MESMO NOS MESES DE MAIOR TEMPERATURA E DISPONIBILIDADE H�DRICA (SETEMBRO A MAR�O) OBSERVARAM QUE A CADA 10 �°C A DECOMPOSI��O TEM SUA TAXA PRATICAMENTE DOBRADA EM RELAÇÃO AOS OUTROS MESES (OLIVEIRA ET AL., 1999B).
A CONTRIBUI��O DE NUTRIENTES COM A MINERALIZA��O DA PALHA DA CANA DE A��CAR MESMO SENDO LENTA GERA QUANTIDADES SIGNIFICATIVAS PARA A NUTRI��O DO SOLO, SENDO QUE A QUANTIDADE DOS MACROS NUTRIENTES SÃO DISPONIBILIZADOS NA SEGUINTE PROPOR��O 28% DE N, 70% DE P2O5 100% DE K2O, 66% DE CA, 59% DE MG E S COM 41%, COM AS QUANTIDADES DE NUTRIENTES VARIANDO PROPORCIONALMENTE COM A QUANTIDADE PALHADA DEIXADA SOBRE O SOLO (OLIVEIRA ET AL., 1999B; LOMBARDI ET AL., 2012).
II) LEVANTAMENTO DOS CUSTOS DOS FERTILIZANTES:
OS DADOS RELATIVOS AOS CUSTOS DOS FERTILIZANTES FORAM BASEADOS NA TABELA DE CONVERS�O DE LOMBARDI ET AL,. (2012), COM ATUALIZAÇÃO DE PRE�O NO INDEX MUNDI (2016) E EST�O APRESENTADOS NA TABELA 1. CABE RESSALTAR QUE PARA QUANTIFICAR O NUTRIENTE
DISPONIBILIZADO PELA PALHA, FEZ-SE NECESS�RIO REALIZAR ALGUMAS CONVERS�ES DO PRE�O DOS NUTRIENTES EM FERTILIZANTES.
TABELA 1 CONVERS�O DOS PRE�OS DOS NUTRIENTES EM FERTILIZANTES
NUTRIENTES FONTE FERTILIZANTES PREအO FERTILIZANTES CONVERS�O DOS PRE�OS DOS NUTRIENTES EM FERTILIZANTES
N UREIA
45% (NH2)CO 756,47.T-1 (NH2)CO =
N X 1,68
P SUP.FOS.TRIPLO 41% P2O5 1020,00.T-1 P2O5= P X 2,08
K CL.DE POT�SSIO 60% K2O 1030,00.T-1 K2O= K X 1,71
CA CALC. DOL
30% CAO 102,00.T-1 CAO= CA X 1,40
MG CALC.DOL
20% MGO 102,00.T-1 MGO= MG X 1,66
S SUP.FOS.SPLS 8% SS* 900,00.T-1 SS= S X 5,90
FONTE: O AUTOR
*S NO SFS 8%
AVALIA��O ECON�MICA DO APROVEITAMENTO DA PALHADA PELA INDÚSTRIA
PARA A AVALIA��O ECON�MICA DO APROVEITAMENTO DA PALHADA PELA INDÚSTRIA FOI REALIZADO UM LEVANTAMENTO DOS CUSTOS E ESTIMATIVAS DE PRODUÇÃO DE ETANOL 2�° GERA��O. PARA TANTO FORAM UTILIZADOS TR�S CEN�RIOS DESCRITOS POR (MILANEZ ET AL., 2015). ASSIM AS ESTIMATIVAS DO CUSTO DE PRODUÇÃO FORAM REALIZADAS NESTES TR�S CEN�RIOS: CURTO, M�DIO E LONGO PRAZO SENDO RESPECTIVAMENTE, 2016-2020, 2021-2025 E 2026-2030, ONDE FORAM LEVADOS EM CONSIDERA��O AVAN�OS TECNOLÓGICOS E RENDIMENTO NAS ETAPAS DE CONVERS�O DE A��CARES E SEPARA��O DE SÓLIDOS E L�QUIDOS.
ATUALMENTE PARA CADA 1 MG.HA-1 DE CANA A PRODUÇÃO DE 89 LITROS DE ETANOL 1ª GERA��O, QUANDO SE UTILIZA A BIOMASSA DA PALHA DA CANA DE A��CAR OBT�M VALORES CONSERVADORES DE 240 LITROS A CADA 1 MG.HA-1 DE BIOMASSA SECA EM CURTO PRAZO, 300 LITROS A M�DIO PRAZO E 350 LITROS A LONGO PRAZO (MILANEZ ET AL., 2015).
RESULTADOS E DISCUSS�ƑO
AVALIA��O DA DIN�MICA DE DECOMPOSI��O DA PALHADA
OBSERVOU-SE TEND�NCIA DE DECR�SCIMO NOS TEORES DE MASSA SECA DAS AMOSTRAS, O QUE CORROBORA COM A EVIDÊNCIA DE DECOMPOSI��O DA PALHADA EM CAMPO EM FUN��O DO TEMPO DE PERMAN�NCIA SOBRE O SOLO, INDEPENDENTEMENTE DA QUANTIDADE DE PALHADA MANTIDA.
FIGURA 1. TAXA DE DECOMPOSI��O DA PALHADA DE CANA-DE-A��CAR QUANDO DEIXADOS SOBRE O SOLO 10,6 MG.HA-1 EM GOIAN�SIA-GO.
FIGURA 2. TAXA DE DECOMPOSI��O DA PALHADA DE CANA-DE-A��CAR QUANDO DEIXADOS SOBRE O SOLO 16 MG.HA-1 EM GOIAN�SIA-GO.
FIGURA 3. TAXA DE DECOMPOSI��O DA PALHADA DE CANA-DE-A��CAR QUANDO DEIXADOS SOBRE O SOLO 32 MG.HA-1 EM GOIAN�SIA-GO.
PODE-SE OBSERVAR QUE HOUVE UMA QUEDA CONSIDERADA NOS TEORES DE CINZAS ENTRE AS AVALIA��ES (�POCAS) EM COMPARA��O � AMOSTRA RETIRADA NO IN�CIO DO ENSAIO. FATO QUE PODE ESTAR RELACIONADO COM AS CONDI��ES CLIM�TICAS DA REGI�O DE ESTUDO (ALVARENGA ET AL., 2001; KLIEMANN ET AL., 2006), COM A DISPONIBILIDADE H�DRICA E DE OXIG�NIO (OLIVEIRA ET AL., 1999A; JENSEN ET AL., 2005; AUSTIN E BALLAR�, 2010) QUE INFLUENCIAM INVARIAVELMENTE A DIN�MICA DE DECOMPOSI��O DA PALHA (CAMPOS, 2003).
A MINERALIZA��O DAS DIFERENTES QUANTIDADES DE PALHA VARIANDO ENTRE 4 MG.HA-1 A 20 MG.HA-1 DEIXADOS SOBRE O SOLO J� FORAM AVALIADOS EM OUTROS ESTUDOS (AQUINO E MEDINA, 2012; DIETRICH, 2014) QUE OBSERVARAM DECOMPOSI��O PROPORCIONAL A QUANTIDADE DE PALHA APORTADA AO SOLO.
ASSIM, A DECIS�O PELA RETIRADA OU NÃO DA PALHA, OU AINDA A DEFINI��O DA QUANTIDADE DE PALHA A SER DEIXADA NO CAMPO, DEVE PASSAR ANTES PELA COMPREENS�O DOS PROCESSOS RELACIONADOS COM A INTERA��O DA PALHA COM O SOLO, CULTURA E FATORES AMBIENTAIS, COMO TEMPERATURA, AERA��O E UMIDADE (YAMAGUCHI ET AL., 2013).
AVALIA��O DA CONTRIBUI��O NUTRICIONAL E ECON�MICA DA MANUTEN��O DE PALHADA NO SOLO
NA TABELA 2 SÃO APRESENTADOS OS DADOS RELATIVOS � CONTRIBUI��O NUTRICIONAL EM KG.HA-1 PARA CADA OS MACROS NUTRIENTES ANALISADOS.
TABELA 2 CONTRIBUI��O NUTRICIONAL DA PALHA NO SOLO (KG.HA-1) EM FUN��O DA QUANTIDADE RETIRADA.
NUTRIENTES
(PALHA) TEOR
(G.KG-1) PALHADA RETIRADA (MG.HA-1)
10,6 16,0 32,0
CONTRIBUI��O NUTRICIONAL (KG.HA-1)
N 0,9 9,54 14,4 28,8
P 0,6 6,4 9,6 19,2
K 4,5 47,97 72,0 144,0
CA 3,1 33,04 49,6 98,4
MG 1,2 12,79 19,2 38,4
S 0,9 9,59 14,4 28,8
TOTAL 19,3 205,73 308,8 617,6
FONTE: ADAPTADO DE VITTI ET AL. (2008)
PODE-SE OBSERVAR QUE COM A RETIRADA DA PALHADA DA CANA-DE-A��CAR DEIXA-SE DE DEVOLVER PARA O SOLO GRANDES QUANTIDADES DE NUTRIENTES. DENTRE OS NUTRIENTES, O NITROG�NIO � O QUE APRESENTA MAIORES CONTRIBUI��ES, SEGUIDO PELO POT�SSIO, C�LCIO, MAGN�SIO, ENXOFRE E FÓSFORO. AS EXIG�NCIAS NUTRICIONAIS SÃO SUPRIDAS PARCIALMENTE EM NPK DE ACORDO COM A RECOMENDA��O DE PENATTI (2008), QUE RECOMENDA N 100 KG.HA-1, P 30KG.HA-1 E K 130 KG.HA-1, ASSIM RESPECTIVAMENTE MESMO QUANDO DEIXADO A MENOR QUANTIDADE DE PALHA SOBRE O SOLO PODE TER UMA CONTRIBUI��O RESPECTIVAMENTE EM RETORNO NUTRICIONAL 9,54% DE N, 21,35% DE P E 36,9% DE K, PODENDO ECONOMIZAR 50% DO CUSTO DA APLICA��O DA ADUBA��O MANUTEN��O DA CULTURA.
OS BENEF�CIOS QUANDO A USINA OPTA PELA RETIRADA DA PALHADA PARA PRODUÇÃO DE ETANOL 2G OS NUTRIENTES QUE COMP�EM A PALHADA SÃO EXPORTADOS E DEIXAM DE CONTRIBUIR.
OS BENEF�CIOS DA MANUTEN��O DA PALHA SOBRE O SOLO SÃO AMPLAMENTE CONHECIDOS E ABRANGEM DESTE AUMENTO DOS ESTOQUES DE CARBONO DO SOLO (GALDOS ET AL., 2009), MELHORIA DA FERTILIDADE DO SOLO (OLIVEIRA ET AL., 2002), AUMENTO DA ATIVIDADE BIOLÓGICA DO SOLO (SOUZA ET AL., 2012) A CICLAGEM DE NUTRIENTES (FRANCO ET AL., 2007). ENTRETANTO, ESTIMA-SE QUE A PALHADA APRESENTE 1/3 DO POTENCIAL ENERG�TICO DA CANA-DE-A��CAR (SANTOS ET AL., 2012) E COM O AVAN�O DAS TÉCNICAS PARA UTILIZA��O DA PALHA EM COGERA��O E PRODUÇÃO DE ETANOL DE SEGUNDA GERA��O, A RETIRADA SEJA UMA OP��O QUE DEMANDA ESTUDOS COMO ESTE PARA DETERMINAR OS GANHOS REAIS DA RETIRADA.
NA TABELA 3, MENSUROU-SE O CUSTO (R$.HA-1) DOS NUTRIENTES QUE DEIXARAM DE SER FORNECIDOS PELA DECOMPOSI��O DA PALHADA E QUE PRECISARIAM DE SEREM REPOSTOS VIA APLICA��O TRADICIONAL NO SOLO.
TABELA 3 CONVERS�O DOS NUTRIENTES DEIXADOS PELA PALHADA EM VALORES DE ACORDO COM A QUANTIDADE RETIRADA.
NUTRIENTES (PALHA) CONVERS�O TEOR G.KG-1 CUSTO (R$.HA-1)
10,6 MG 16,0 MG 32,0 MG
N 1,68 0,9 16,02 24,19 48,38
P 2,08 0,6 13,30 19,96 39,93
K 1,71 4,5 82,02 123,12 246,24
CA 1,4 3,1 46,25 69,44 137,76
MG 1,66 1,2 21,23 31,87 63,74
S 5,9 0,9 56,58 84,96 169,92
FONTE: O AUTOR
DE ACORDO COM ROSSETO ET AL,. (2010), A EXTRA��O DOS MACROS NUTRIENTES PELA CANA DE A��CAR PODE ATINGIR ENTRE 50 A 120 KG PARA N, 4 A 30 KG DE P, 53 A 256KG DE K, 13 A 49 KG DE CA, 19 A 51 KG PARA MG E ENTRE 15 A 69 KG NO CASO DO S. TENDO EM VISTA AS DOSES RECOMENDADAS E APLICADAS NA REGI�O (EM M�DIA DE 600KG.HA-1), O CUSTO DE APLICA��O PRATICADA ESTIMA SE EM R$ 720,00.
CASO A PALHADA SEJA MANTIDA NO SOLO, PODE-SE REDUZIR O CUSTO DE PRODUÇÃO DA CANA-DE-A��CAR POIS, ESTES NUTRIENTES AUXILIAM NA ADUBA��O CORRETIVA DA CULTURA, DEVOLVENDO
PARA O SOLO NUTRIENTES QUE HAVIAM SIDO EXTRA�DOS NO DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS. NESTE ESTUDO, O CUSTO RELATIVO �S QUANTIDADES DE NUTRIENTES MINERALIZADOS VARIOU ENTRE R$334,00 E 1141,00 POR HECTARE, PROPORCIONALMENTE QUANTO MAIOR A QUANTIDADE DE PALHA DEPOSITADA SOBRE O SOLO, MAIOR O RETORNO NUTRICIONAL E MAIOR A ECONOMIA NO MANEJO DE ADUBA��O CORRETIVA NA CANA SOCA.
AVALIA��O ECON�MICA DO APROVEITAMENTO DA PALHADA PELA INDÚSTRIA
NA TABELA 4 SÃO APRESENTADAS AS ESTIMATIVAS DE PRODUÇÃO DE ETANOL DE 2ª GERA��O EM LITROS PARA OS DIFERENTES CEN�RIOS.
TABELA 4 CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE ETANOL DE 2ª GERA��O PELA INDÚSTRIA (EM LITROS) DE ACORDO COM A QUANTIDADE DE PALHA RETIRADA.
CEN�RIOS E2G 10,6 MG.HA-1 16,0 MG.HA-1 32,0 MG.HA-1
CURTO PRAZO 240 L.MG-1 2.558 3.840 7.680
M�DIO PRAZO 300 L.MG-1 3.198 4.800 9.600
LONGO PRAZO 350 L.MG-1 3.731 5.600 11.200
FONTE: O AUTOR
CONSIDERANDO-SE OS DIFERENTES CEN�RIOS, OBSERVA-SE AUMENTO NA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE ETANOL 2G COM O AVAN�AR DOS ANOS. OBSERVA-SE AINDA QUE, O AUMENTO � PROPORCIONAL A RETIRADA DE PALHADA. ESTE AUMENTO ESTÁ INTIMAMENTE RELACIONADO COM O EMPREGO DAS TECNOLOGIAS, MELHORIAS NA INFRAESTRUTURA, APROVEITAMENTO NA CONVERS�O DOS A��CARES E NA SEPARA��O DE SÓLIDOS-L�QUIDOS QUE PODEM SURGIR COM O PASSAR DO TEMPO.
ENTENDE-SE QUE OS RETORNOS ECON�MICOS COM A RETIRADA DA PALHADA NOS TR�S CEN�RIOS TEMPORAIS SÃO INTERESSANTES PARA A PRODUÇÃO INDUSTRIAL DEVIDO � GRANDE CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE BIOMASSA SECA EM E2G, PODENDO GERAR LUCROS DE R$ 421,48 A CURTO PRAZO AT� R$ 12.532,80 A LONGO PRAZO, OU SEJA, QUANDO COLOCADO EM CONFRONTO COM OS CEN�RIOS TEMPORAIS E AS QUANTIDADES DE PALHA DEPOSITADA SOBRE O SOLO, A LUCRATIVIDADE INDUSTRIAL CONSEGUE SUPERAR EM DEZESSETE VEZES.
NA TABELA 5, OBSERVA-SE O CUSTO DE PRODUÇÃO PARA CADA QUANTIDADE DE PALHA DEPOSITADO SOBRE O SOLO E SUA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE BIOMASSA EM E2G, LEVANDO EM CONSIDERA��O OS CEN�RIOS TEMPORAIS QUE MOSTRA TR�S DIFERENTES CAPACIDADES DE PRODUÇÃO, NO QUAL PODE-SE OBSERVAR O AUMENTO DA PRODUÇÃO E A REDUÇÃO DO CUSTO DE PRODUÇÃO GASTO POR LITRO DE E2G PRODUZIDO.
TABELA 5 CUSTO DE PRODUÇÃO ETANOL 2G.
CEN�RIOS CUSTO (R$)
LITROS 10,6 MG.HA-1 LITROS 16 MG.HA-1 LITROS 32 MG.HA-1
CURTO PRAZO 2.558 R$ 3.773,64 3.840 R$ 5.664,00 7.680 R$ 11.328,00
M�DIO PRAZO 3.198 R$ 2.372,91 4.800 R$ 3.561,60 9.600 R$ 7123,20
LONGO PRAZO 3.731 R$ 1.943,00 5.600 R$ 2.917,60 11.200 R$ 5835,20
FONTE: O AUTOR
PODE-SE CONSTATAR QUE MESMO AUMENTANDO A CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE ETANOL COM OS CEN�RIOS MAIS DISTANTES, O CUSTO DE PRODUÇÃO DIMINUI, ESTE FATO � EXPLICADO POIS COM O
PASSAR DO TEMPO A MAIOR INSER��O DO E2G IMPLICARIA EM MAIORES INVESTIMENTOS EM PESQUISA E DESENVOLVIMENTO, FATOR DETERMINANTE PARA O AUMENTO DA EFICI�NCIA EM DIVERSAS ETAPAS DE SUA PRODUÇÃO, O QUE TORNA O PRODUTO FINAL MENOS DISPENDIOSO.
A MAIOR QUANTIDADE DE PALHA AMOSTRADA (32 MG.HA-1) APRESENTA RETORNO NUTRICIONAL ESTABELECIDO PELA MINERALIZA��O DA PALHA DE CANA DE A��CAR AO LONGO DE UM ANO DE SAFRA AGR�COLA DE R$ 705,97. AVALIANDO-SE APENAS O CEN�RIO DE CURTO PRAZO, COM A RETIRADA DESTA QUANTIDADE DE PALHADA PARA PRODUÇÃO DE ETANOL 2G CONSEGUE-SE UMA RECEITA BRUTA DE R$ 12.595,20, CONSIDERANDO O VALOR DE VENDA DO LITRO EM R$ 1,64 POR LITRO.
CONCLUSဢES
NA DIN�MICA DE DECOMPOSI��O DA PALHADA CONSTATOU QUE FOI DECOMPOSTO EM M�DIA 11,67% DA MASSA SECA INICIAL INDEPENDENTEMENTE DA QUANTIDADE DE PALHA DEIXADA SOBRE O SOLO.
A MANUTEN��O DA PALHA SOBRE O SOLO PERMITE UM INCREMENTO NUTRICIONAL AO SOLO, O QUE DIMINUI OS GASTOS COM REPOSI��O DOS NUTRIENTES ATRAV�S DE FERTILIZANTES.
O USO DA PALHA DA CANA-DE-A��CAR NA PRODUÇÃO DE E2G SE MOSTRA VI�VEL ECONOMICAMENTE, COM AUMENTO DE APROVEITAMENTO NA INDÚSTRIA E REDUÇÃO NO CUSTO DE PRODUÇÃO.