PREVAL�NCIA DA DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA ABO ENTRE POSSÀVEIS DOADORES DE SANGUE DO MUNICÀPIO DE GOIANÀ©SIA, GO.
Resumo
INTRODUÇÃO
O SANGUE � UM TIPO DE TECIDO CONJUNTIVO ABUNDANTE EM MATRIZ EXTRACELULAR, O PLASMA E V�RIAS C�LULAS. NELE EST�O PRESENTES OS ERITRÓCITOS QUE SÃO C�LULAS RESPONS�VEIS PELO TRANSPORTE DE OXIG�NIO E DE DIÓXIDO DE CARBONO, C�LULAS DE DEFESA COMO OS NEUTRÓFILOS, EOSINÓFILOS, BASÓFILOS E LINFÓCITOS, AL�M DAS PLAQUETAS QUE NÃO SÃO C�LULAS MAS T�M GRANDE PAPEL NA COAGULA��O SANGU�NEA (OLIVEIRA, L.P., 2015).
ESTE TECIDO, ASSIM COMO OUTROS DO ORGANISMO HUMANO, PODE SER TRANSPLANTADO DE UMA PESSOA SAUD�VEL PARA OUTRA EM ESTADO DE DOEN�A EM DIVERSOS CASOS CL�NICOS. AS PRIMEIRAS TENTATIVAS DE TRANSFUS�ES SANGU�NEAS ERAM REALIZADAS EM ANIMAIS, E RARAMENTE EM HUMANOS E MUITAS NÃO OBTIVERAM �XITO, POIS ANTES DE INTRODUZIR-SE O SANGUE NA OUTRA PESSOA ESTE COAGULAVA E EM ALGUNS CASOS OCASIONAVA A MORTE DO INDIV�DUO (BATISTETI, C.B., 2007).
O CIENTISTA KARL LANDSTEINER FOI O MENTOR RESPONS�VEL PELA DESCOBERTA DO SISTEMA ABO, POR INTERM�DIO DE ANÁLISE DE AMOSTRAS DE SANGUE, INFERIU-SE QUE HAVIA EXIST�NCIA DE MAIS DE UM TIPO SANGU�NEO E SOBRETUDO A COMPOSI��O DE CADA DIVERSIFICAVA-SE PELA EXIST�NCIA DE AGLUTINOG�NIOS NAS HEM�CIAS QUE EM CONTATO COM AGLUTININAS PRESENTES NO PLASMA SANGU�NEO INTERAGEM ENTRE SI, QUANDO ESTAS SÃO INCOMPAT�VEIS OCORRE O PROCESSO DE AGLUTINA��O, PODENDO VARIAR DE ACORDO COM CADA TIPO SANGU�NEO. (ANDRADE, B. B. 2016).
POSTERIORMENTE OUTRO EVENTO PROPICIOU A DESCOBERTA DO FATOR RH. UMA MULHER GR�VIDA RECEBEU SANGUE DE SEU ESPOSO E TEVE O ORGANISMO SENSIBILIZADO, O QUE IMPLICOU NA GERA��O DE UM NATIMORTO, MAIS TARDE ESSE FEN�MENO FICOU CONHECIDO COMO ERITROBLASTOSE FETAL. BUSCANDO DESVENDAR O OCORRIDO, OS CIENTISTAS LANDSTEINER E LEVINE REALIZARAM EXPERIMENTOS COM ANIMAIS CONSTATANDO QUE O SANGUE QUE REAGE AO SORO COM AGLUTININAS (ANTI-RH) SÃO RH POSITIVOS, CASO NÃO HAJA REA��O SER� RH NEGATIVO (BATISTETI, C.B. ET AL., 2007).
TAL DESCOBERTA TORNOU-SE IMPRESCIND�VEL PARA PROPICIAR A TRANSFUS�O SANGU�NEA DE MODO SEGURO E EFICAZ, POIS � UM POTENCIAL PROCESSO QUE PERMITE SALVAR VIDAS. ENTRETANTO,
TRADI��O, CULTURA E RELIGI�O SÃO FATORES QUE INFLUENCIAM NA DOA��O DE SANGUE, VISTO QUE AS PESSOAS EST�O INSERIDAS EM UMA SOCIEDADE, REGIDOS POR VALORES FAMILIARES E SOCIAIS QUE DIRECIONAM O POSICIONAMENTO SOBRE SUAS. CONTUDO, ESSE ATO � RECONHECIDO POR MUITOS COMO UMA ATITUDE SOLID�RIA E ALTRU�STA REALIZADA EM BENEF�CIO AO PRÓXIMO (GOUVEIA, V. V., ET AL, 2014).
TODO O PROCEDIMENTO DE DOA��O SANGU�NEA PERCORRE UM TRAJETO RIGOROSO SEGUIDO POR EXAMES, CONSERVA��O CORRETA DAS BOLSAS DE SANGUE E CUIDADOS PÓS-DOA��O, IDEALIZADO E ORIENTADO POR PROFISSIONAIS DA SAÚDE (PEREIRA. J. R., 2016).
ESTA TEM�TICA INSTIGA PESQUISAS ACAD�MICAS, EVENTOS E DISCUSS�ES QUE TEM POR OBJETIVO VIABILIZAR O RECONHECIMENTO DOS DIVERSOS TIPOS SANGU�NEOS E SUAS RELA��ES NA SOCIEDADE NO TRATAMENTO DE DOEN�AS HEMATOLÓGICAS, E PRINCIPALMENTE UM DOS TEMAS MAIS DIFUNDIDOS NA ATUALIDADE: O TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA. ESTE PROCESSO SÓ SER� POSS�VEL COM A REALIZA��O DE EXAMES QUE VERIFIQUEM A COMPATIBILIDADE DOADOR-RECEPTOR, UM DELES � A TIPAGEM SANGU�NEA QUE OBSERVA OS ANT�GENOS, O CHAMADO SISTEMA ABO (BAZZO, M. L., ET AL., 2008).
DESSA FORMA, O OBJETIVO DESTE TRABALHO FOI IDENTIFICAR A PREVAL�NCIA DA DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA ABO ENTRE OS POTENCIAIS DOADORES DE SANGUE NO MUNIC�PIO DE GOIAN�SIA-GO, A FIM DE LEVAR � COMUNIDADE CIENTÍFICA E AOS PROFISSIONAIS DA �REA INFORMA��ES RELEVANTES QUE ORIENTEM SUAS PR�TICAS.
MATERIAL E M�TODOS
O ESTUDO FOI REALIZADO UTILIZANDO-SE DOS RELATÓRIOS DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO CURSO DE ENFERMAGEM DA FACULDADE EVANGÉLICA DE GOIAN�SIA NO PROJETO DE EXTENS�O DE ASSIST�NCIA � COMUNIDADE CHAMADO UNICIDAD� NO ANO DE 2016.
DADOS COMO SEXO, IDADE E O TIPO SANGU�NEO FORAM EXTRA�DOS DESTES RELATÓRIOS E ORGANIZADOS EM UMA TABELA PARA POSTERIOR ANÁLISE.
O P�BLICO DA PESQUISA FORAM OS VISITANTES DO PROJETO UNICIDAD�, DA COMUNIDADE DE GOIAN�SIA, QUE SE SENTIRAM CONFORT�VEIS PARA A REALIZA��O DO EXAME R�PIDO DE TIPAGEM SANGU�NEA.
O M�TODO USADO NA REALIZA��O DO EXAME PARA COLETAR A AMOSTRA DE SANGUE FOI A ASSEPSIA DO DEDO INDICADOR COM ALGOD�O UMEDECIDO COM �LCOOL 70%, ACESSO PERIF�RICO AOS CAPILARES SANGU�NEOS COM O USO DE LANCETA EST�RIL E A DEPOSI��O DE TR�S GOTAS DE SANGUE EM UMA L�MINA DE VIDRO. EM SEGUIDA, UTILIZOU-SE O QUITE DE REAGENTES DO SISTEMA ABO E DO FATOR DE RH DA MARCA LORNE LABORATORIES. NA PRIMEIRA GOTA FOI COLOCADO O REAGENTE A, NA SEGUNDA GOTA O REAGENTE B E NA TERCEIRA GOTA O FATOR RH. OBSERVANDO-SE A OLHO NU A COAGULA��O NAS RESPECTIVAS AMOSTRAS, O REGISTRO DO RESULTADO DO EXAME ERA REALIZADO.
OS DADOS FORAM QUANTIFICADOS E SUBMETIDOS � ESTAT�STICA DESCRITIVA E, POSTERIORMENTE REALIZOU-SE O TESTE DO CHI-QUADRADO PARA AVERIGUAR A FREQU�NCIA DE OCORR�NCIA DOS TIPOS SANGU�NEOS DA POPULA��O DE GOIAN�SIA AMOSTRADA.
RESULTADOS E DISCUSS�ƑO
FORAM COLETADOS O TIPO SANGU�NEO, FAIXA ET�RIA E SEXO DE 95 PARTICIPANTES DO PROJETO UNICIDAD� SENDO QUE, 64% DAS PESSOAS FORAM DO SEXO FEMININO E 36% DO SEXO MASCULINO, CUJA FAIXA ET�RIA VARIOU DE 8 MESES A 66 ANOS (TABELA 1). HOUVE UM ALTO COEFICIENTE DE VARIA��O (CV%) NA FAIXA ET�RIA DO P�BLICO DO EVENTO UNICIDAD�, E A M�DIA FOI DE 26 ANOS (TABELA 1). O ALTO CV ENCONTRADO PARA A IDADE DO P�BLICO ALVO � ALGO SIGNIFICATIVO, POIS, DEMONSTRA QUE FORAM COLETADAS AMOSTRAS DAS DIFERENTES FAIXAS ET�RIAS DA POPULA��O DE GOIAN�SIA.
OBSERVOU-SE A PREVAL�NCIA SANGU�NEA DO TIPO 0�º COM 41,00%, SEGUIDO DO TIPO A�º COM 40,00%. AL�M DISSO, VERIFICOU-SE QUE APENAS 1 INDIV�DUO TEM O TIPO O�», OU SEJA, APENAS 1 ENTRE 95 PESSOAS AMOSTRADAS DA POPULA��O DE GOIAN�SIA FOI IDENTIFICADA COMO DOADORA UNIVERSAL. A DISTRIBUIÇÃO DOS FENÓTIPOS DO SISTEMA ABO DA POPULA��O DE GOIAN�SIA AMOSTRADA FOI SIGNIFICATIVA (X2= 125,24, P<0,01). NO PRESENTE TRABALHO, O GRUPO SANGU�NEO O�º FOI O MAIS PREVALENTE (TABELA 2). AS FREQU�NCIAS ENCONTRADAS FORAM SEMELHANTES �S OBTIDAS POR OUTROS ESTUDOS. MATTOS ET AL. (2001) EM ESTUDO REALIZADO COM DOADORES DE SANGUE NA CIDADE DE SÃO PAULO, DETECTOU QUE, 46,13% DOS INDIV�DUOS POSSUEM O TIPO SANGU�NEO O E 36,4% O TIPO A. TEIXEIRA ET AL. (2011), EM ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DOS GRUPOS SANGU�NEOS EM PACIENTES ATENDIDOS EM PROJETO DE EXTENS�O NA CIDADE DE GOI�NIA-GOI�S, OBTIVERAM QUE 54,9% DOS PACIENTES ERAM PERTENCENTES AO GRUPO SANGU�NEO O, 45,2% SÃO RH POSITIVOS (+), E 28,5% PERTENCENTES AO GRUPO A, SENDO 25,9% RH POSITIVOS (+). AINDA, SEGUNDO BEIGUELMAN (2003), AO AVALIAR NO BRASIL OS GRUPOS SANGU�NEOS, CONSTATOU QUE OS TIPOS O E A SÃO OS MAIS COMUNS, JUNTOS ESSES DOIS GRUPOS INCLUEM 87% DA POPULA��O.
DAS PESSOAS SUBMETIDAS � TIPAGEM SANGU�NEA, 30,52% NÃO SÃO POSS�VEIS DOADORES DEVIDO � IDADE, OU SEJA, DE ACORDO COM O MINIST�RIO DA SAÚDE (2017), CIDAD�OS QUE POSSUEM IDADE INFERIOR A 18 ANOS NÃO PODEM DOAR SANGUE A MENOS QUE, TENHAM O CONSENTIMENTO DOS PAIS OU RESPONS�VEIS LEGAIS AQUELES COM FAIXA ET�RIA ENTRE 16 A 18 ANOS. IDOSOS ACIMA DOS 69 ANOS SÓ PODEM DOAR SANGUE CASO TENHAM FEITO A PRIMEIRA DOA��O ANTES DOS 60 ANOS. NOTA-SE QUE 69,48% DOS PARTICIPANTES SÃO POSS�VEIS DOADORES EM POTENCIALIDADE. PORÉM, NÃO FORAM ANALISADOS NESSA PESQUISA OUTROS REQUISITOS B�SICOS PARA O INDIV�DUO SER UM DOADOR, COMO: O PESO, ESTADO NUTRICIONAL, POSS�VEIS DOEN�AS OU H�BITOS DE RISCO COMO SEXO DESPROTEGIDO, COMPARTILHAMENTO DE AGULHAS, TATUAGENS RECENTES, ENTRE OUTROS.
PORTANTO, PERCEBE-SE A NECESSIDADE DE COLETAR-SE EM EVENTOS POSTERIORES DO PROJETO UNICIDAD� DADOS QUE COMPLEMENTE A PRESENTE PESQUISA, PARA QUE SEJA POSS�VEL CONSTATAR COM FIDEDIGNIDADE A POTENCIALIDADE PARA DOA��O DE SANGUE DOS MORADORES DE GOIAN�SIA.
CONCLUSဢES
FOI POSS�VEL OBSERVAR QUE H� UMA PREVAL�NCIA DO TIPO SANGU�NEO 0�º NA POPULA��O DE GOIAN�SIA. ESTE DADO SE TORNA IMPORTANTE UMA VEZ QUE ESTE TIPO SANGU�NEO PODE SER TRANSPLANTADO PARA PACIENTES QUE POSSUEM TIPO SANGU�NEO O+, A+, B+, AB+.
NÃO FORAM OBSERVADOS ALGUNS FATORES QUE IMPOSSIBILITAM A DOA��O DE SANGUE PRECONIZADO PELO MINIST�RIO DA SAÚDE COMO PESO IGUAL OU INFERIOR A 50 KG, TATUAGEM E/OU PIERCING NOS �LTIMOS SEIS MESES, COMPORTAMENTO DE RISCO PARA DOEN�AS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS, PER�ODO GESTACIONAL E AMAMENTA��O E SER PORTADOR DE PATOLOGIAS CONTAGIOSAS. NO ENTANTO QUANDO SE OBSERVA A IDADE, GRANDE PARTE DOS PARTICIPANTES DO PROJETO UNICIDAD� SÃO POSS�VEIS DOADORES DE SANGUE.
POR FIM, OBSERVA-SE A NECESSIDADE DE SUPRIR AS FRAGILIDADES DESTE ESTUDO COM CONT�NUAS OBSERVA��ES DA DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA ABO NA POPULA��O DE GOIAN�SIA, OBSERVANDO OS H�BITOS SOCIAIS, CULTURAIS E SEXUAIS QUE PODEM IMPOSSIBILITAR A DOA��O DE SANGUE.