KALUNGAS: ASPECTOS HISTÓRICOS, CULTURA, TRADIÇO E INSURBODINAÇO NEGRA
Resumo
INTRODUÇÃO
AT� OS DIAS ATUAIS, EXISTEM REMANESCENTES DE ESCRAVIZADOS AFRICANOS VIVENDO A MARGEM DA SOCIEDADE, MARTIRIZADOS COM O PESO DO ESQUECIMENTO DOS PODERES P�BLICOS. NESSE CEN�RIO EXISTE UMA INSUFICIENTE POLÍTICA PUBLICA PARA SANAR SUAS NECESSIDADES. A ABORDAGEM AQUI REALIZADA DIZ RESPEITO AO S�TIO HISTÓRICO E PATRIMÔNIO CULTURAL KALUNGA LOCALIZADO EM CAVALCANTE-GO, ONDE ESTÁ LOCALIZADO CERCA DE 60% DA CHAPADA DOS VEADEIROS, NESSA CIDADE ENCONTRA-SE CERCA DE 20 COMUNIDADES KALUNGA (BRASIL, 2005).
O BRASIL TRAZ EM SUA HISTÓRIA O TR�FICO E COM�RCIO DE AFRICANOS E FOI O PA�S QUE POR �LTIMO ABOLIU A ESCRAVID�O E O QUE MAIS IMPORTOU ESCRAVOS. EM CERCA DE TREZENTOS ANOS DE PR�TICA EXPLORATÓRIAS COLONIALISTAS IMBU�RAM NA MEMÓRIA SOCIAL BRASILEIRA TRA�OS E COSTUMES PRÓPRIOS DE NOSSA IDENTIDADE (SOUZA, 2008).
A MANIFESTA��O T�PICA DA INSUBORDINA��O NEGRA FOI O QUE SE CONVENCIONOU CHAMAR DE QUILOMBO, SENDO ESTA UMA FORMA DE SOBREVIV�NCIA E LUTA CONTRA A ESCRAVID�O DIANTE DAS REPRESS�ES EVIDENCIADAS. OS NEGROS FORAGIDOS DE SEUS SENHORES SE ORGANIZAVAM EM AGRUPAMENTOS LONGES O SUFICIENTE PARA SE PROTEGEREM E RESISTIR AO SISTEMA ESCRAVISTA, ESSES LOCAIS RECEBIAM DENOMINA��O DE QUILOMBO. ELES ERAM A ALTERNATIVA DIANTE A ESCRAVID�O: REFUGIAR-SE EM LOCAL DE DIF�CIL ACESSO E MANTER-SE EM POSI��O DEFENSIVA, LUTANDO PARA SOBREVIVER (FREITAS, 1984).
NO LOCAL CITADO, AINDA EXISTE UMA REALIDADE DE EXCLUS�O, EM ESPECIAL EM RELAÇÃO �S MULHERES. TAL FATO VEM CHAMANDO ATEN��O DE AUTORIDADES E ESTUDIOSOS EM AMPLITUDE NACIONAL, POIS O MESMO FERE OS PRINC�PIOS CONSTITUCIONAIS E AS GARANTIAS HUMANISTAS DE IGUALDADE E LIBERDADE PARA TODOS.
MATERIAL E M�TODOS
O PRESENTE RESUMO TEM COMO METODOLOGIA A CONSTRU��O BIBLIOGR�FICA, E SEGUNDO OS CRIT�RIOS DE MATTAR (1995) � UMA PESQUISA APLICADA, POR SE TRATAR DE UMA BUSCA POR CONCLUS�ES ACERCA DE UM PROBLEMA PRESENTE EM UMA COMUNIDADE ESPEC�FICA (COMUNIDADE KALUNGA, ENGENHO II, CAVALCANTE- GO). SEGUNDO O AUTOR A EXPECTATIVA DA PESQUISA DE LEVANTAR INFORMA��ES POR MEIO DE ENTREVISTAS E REGISTRO FOTOGR�FICO A CLASSIFICA COMO ESTUDO DE CAMPO.
EM RELEV�NCIA AOS ESTUDOS DE ZANELLA (2007), A PESQUISA POSSUI SUAS VARI�VEIS TANTO QUALITATIVAS COMO QUANTITATIVA, POIS VISA CONSTRU��O BIBLIOGR�FICA ACERCA DO TEMA E DADOS COLHIDOS ATRAV�S DE CONVERSA COM INDIV�DUOS LOCAIS. BUSCANDO POSS�VEIS
JUSTIFICATIVAS E SOLU��ES PARA A PROBLEMÁTICA PROPOSTA POR MEIOS EXPLORATÓRIOS E DESCRITIVOS.
NO DESENROLAR DA PESQUISA COM O M�TODO QUANTITATIVO SER�O REALIZADAS ENTREVISTAS PARA COLETA DE DADOS NUM�RICOS, QUE SÃO INDICATIVOS DOS FATORES SOCIOECON�MICOS DA POPULA��O, E O M�TODO QUALITATIVO SE PREOCUPAR� EM IDENTIFICAR E DESCREVER DE MANEIRA MINUCIOSA INFORMA��ES SOBRE O GRUPO EM ESTUDO.
QUANTO AO RESUMO EM DESENVOLVIMENTO USA COMO FONTE LIVROS, TESES, DOUTRINAS, JURISPRUD�NCIA, PUBLICA��ES EM PERIÓDICOS E LEGISLA��O CONCERNENTE � TEM�TICA DO ABORDADA. REALIZAR� TAMB�M ATRAV�S DE COMUNICA��O FEITA COM A POPULA��O DA COMUNIDADE , O QUE SEGUNDO MATAR (1995), ESSE ESTUDO DE QUEST�ES REAIS E A APURA��O DE DADOS � RELATIVO A UMA PESQUISA DE CAMPO.
RESULTADOS E DISCUSS�ƑO
DENTRE ESSES GRUPOS REMANESCENTES DE QUILOMBOLAS EXISTE A COMUNIDADE KALUNGA, QUE HABITAM A SERRA GERAL DO PLANALTO CENTRAL DO GOI�S E SUL DO TOCANTINS, POSSUINDO UMA POPULA��O ESTIMADA EM 5.000 HABITANTES. O TERRITÓRIO DOS KALUNGAS ABRANGE OS MUNIC�PIOS DE CAVALCANTE (FIGURA 3), MONTE ALEGRE E TERESINA DE GOI�S, SENDO SUBDIVIDA EM N�CLEOS DE MORADORES, SENDO OS PRINCIPAIS DELES: RIBEIR�O DOS BOIS, CONTENDA, V�O DE ALMAS E V�O DO MOLEQUE (CHIANCA, 2010). O MUNIC�PIO DE CAVALCANTE FAZ PARTE DO TERRITÓRIO DO PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS VEADEIROS, O QUE TROUXE CERTA VISIBILIDADE A ESSE ANTIGO LUGAR, A CIDADE FOI FUNDADA EM 1740 (OLIVEIRA, 1998).
FIGURA 1: COMUNIDADE KALUNGA - CAVALCANTE/GO
FONTE: OLIVEIRA, I. C. G. (2017)
NO SÉCULO XVIII OS BANDEIRANTES PAULISTAS DESCOBRIRAM OURO EM ABUNDANCIA NAS TERRAS DESSA REGI�O, FOI ENT�O QUE O TERRITÓRIO PASSOU A SER OCUPADO POR BRANCOS. PARA EXPLORAR A MINA DE GOYASES ERA PRECISO M�O DE OBRA, POR ISSO TROUXERAM UM GRANDE N�MERO DE ESCRAVIZADOS PARA A REGI�O, FOI DESTA OCUPA��O QUE ORIGINOU V�RIOS POVOADOS E POSTERIORMENTE CIDADES. OS MINERADORES AOS POUCOS PERCEBERAM QUE A QUANTIDADE DE OURO ERA GRANDE E QUE SE PERCORRESSEM A SERRA GERAL DO PLANALTO CENTRAL, ENCONTRARIAM MUITO MAIS. BARTOLOMEU BUENO DA SILVA, CONHECIDO COMO ANHANGUERA, LIDERAVA ESSA BANDEIRA DE MINERADORES EM 1722, POR ISSO � ATRIBU�DO A ELE O RECONHECIMENTO POR TER SIDO O PRIMEIRO A FIXAR MORADIA NAS TERRAS GOIANAS. PALACIN (2001) RELATA QUE ANHANGUERA ENCONTROU OURO NA CABECEIRA DO RIO VERMELHO, ONDE HOJE � A CIDADE DE GOI�S, E NESSE LOCAL ESTABELECEU �S PRIMEIRAS VILAS E ARRAIAIS PRÓXIMOS AS MINAS.
COMO A BANDEIRA DE ANHANGUERA CONSEGUIU ENCONTRAR MINAS DE OURO, OUTROS GRUPOS QUE TAMB�M PERCORRIAM O TERRITÓRIO EM BUSCA DE RIQUEZAS MUDARAM SUAS ROTAS E VIERAM PARA A REGI�O DE GOYASES, ONDE TAMB�M DEDICARAM A EXPLORA��O DE OURO COM M�O DE OBRA ESCRAVA. PARA PALACIN (2001, P.10):
A BANDEIRA ERA UMA EXPEDI��O ORGANIZADA MILITARMENTE, E TAMB�M UMA ESP�CIE DE SOCIEDADE COMERCIAL. CADA UM DOS PARTICIPANTES ENTRAVA COM UMA PARCELA DE CAPITAL, QUE CONSISTIA ORDINARIAMENTE EM CERTO N�MERO DE ESCRAVOS (...) AO SE DIVULGAR A RIQUEZA DAS MINAS REC�M-DESCOBERTAS, OCORRIA, SEM CESSAR, GENTE DE TODAS AS PARTES DO PA�S. PELO REGISTRO DE CAPITA��O, SABEMOS QUE DEZ ANOS DEPOIS, EM 1736, J� HAVIA NAS MINAS DE GOI�S, 10.263 ESCRAVOS NEGROS.
AS BANDEIRAS APESAR DO INTUITO DE EXPLORA��O, TAMB�M REALIZAVAM A A��O COLONIZADORA DO PER�ODO. AL�M DAS BANDEIRAS, HAVIA AS MISS�ES JESU�TAS EM BUSCA DA CATEQUIZA��O DOS IND�GENAS, E TAMB�M AS ENTRADAS COMERCIAIS OU DE EMPRESAS PARTICULARES, PARA CAPTURAR �NDIOS OU EM UMA OP��O DE MERCADO (PALACIN, 2001). ESSES MOVIMENTOS TROUXERAM IMPORT�NCIA PARA A REGI�O NO PER�ODO E ACELEROU O PROCESSO DE CRESCIMENTO.
AS ENTRADAS TRAZIAM CONSIGO UM N�MERO SIGNIFICATIVO DE ESCRAVOS AFRICANOS SUDANESES, OS QUAIS TINHAM MISS�O DE TRABALHAR NAS LAVOURAS, MINAS, ABRIREM ROTAS E TRANSPORTE DE CARGAS, ESSES ESCRAVOS APORTAVAM NO RIO DE JANEIRO E ENTRE ELES HAVIAM YORUB�S, HAUSS�S E MINAS, BANTUS ANGOLAS, CONGOS E BENGUELLES (CHIANCA, 2010). ESSES GRUPOS SÃO OS ANCESTRAIS DA COMUNIDADE KALUNGA, O POVO QUE TRAZIDO FOR�ADAMENTE DA �FRICA TEVE SEUS COSTUMES EMBRENHADOS E COM ISSO SURGIU UM NOVO POVO, COM UMA IDENTIDADE PRÓPRIA, FORMADA A PARTIR DAS EXPERI�NCIAS EM COMUNIDADE PROPORCIONADAS PELOS QUILOMBOS.
A EXPLORA��O DO OURO ERA REALIZADA PELOS ESCRAVIZADOS DE MANEIRA RUDIMENTAR, USANDO A FAISCA��O E A BATEIA, SENDO QUE O OURO EM GOI�S ERA DE ALUVI�O, ENCONTRADO DENTRO OU NAS MARGENS DOS RIOS. COM ESSAS ATIVIDADES O NEGRO SOFRIA MUITO, PASSAVA LONGAS HORAS DENTRO DA �GUA, O QUE CAUSAVA UM DESCONTENTAMENTO E GERAVA AS FUGAS, E EM BUSCA DE PROTE��O E MANUTEN��O DA LIBERDADE FUNDAVAM OS QUILOMBOS. A MINERA��O EM GOI�S FOI INTENSA, PORÉM R�PIDA, E QUANDO AS MINAS ESGOTARAM, OS BANDEIRANTES FORAM EMBORA DEIXANDO PARA TR�S SEUS ESCRAVOS, OS QUAIS TIVERAM QUE SOBREVIVER COM SUAS HABILIDADES E O QUE A MATA OFERECIA.
COM A DECAD�NCIA DO OURO, E FICANDO A MERC� DE SUAS CAPACIDADES PRODUTIVAS, OS KALUNGAS DESENVOLVERAM UMA DE SUAS PRINCIPAIS CARACTER�STICAS, PASSARAM A PLANTAR E COLHER DE FORMA RUDIMENTAR, DESENVOLVENDO UM PROCESSO AGR�COLA PREC�RIO. MUITOS MIGRARAM PARA PROPRIEDADES RURAIS MAIS PRÓXIMAS, E LOGO DESENVOLVERAM A PECU�RIA E O TRABALHO ESCRAVO FOI RECOLOCADO NAS ATIVIDADES PASTORIS EM MEADOS DO SÉCULO XIX (BRAND�ƑO, 1977). DE ACORDO COM O SURGIMENTO DE CIDADES PRÓXIMAS AOS KALUNGAS ESSA COMUNIDADE DESENVOLVEU UM DISCRETO RELACIONAMENTO COM OUTRAS CIVILIZA��ES.
EM 1962, NO ARTIGO �€ŒA MARGEM DA EXPLORA��O AUR�FERA, QUILOMBO � A ATRA��O EM AUROMINA�€, O ENGENHEIRO MANOEL PASSO DO MINIST�RIO DA AGRICULTURA, FEZ A SEGUINTE DEFINI��O ACERCA DO POVO KALUNGA, EM BAHIOCCI (2006, P.18):
COM O NOME DE CALUNGUEIROS FICAM DESIGNADOS OS HABITANTES DA REGI�O DO CALUNGA, UM PEQUENO QUILOMBO QUE SE ESTABELECEU AS MARGENS DO RIO PARAN�, CONSTITU�DO DOS
NEGROS FUGIDOS DOS DUROS TRABALHOS DA MINERA��O DAS MINAS DE OURO DE ARRAIAS, MONTE ALEGRE E CAVALCANTE.
OS KALUNGUEIROS PERMANECERAM INVIS�VEIS POR MUITO TEMPO, SEGREGADOS DA SOCIEDADE DE FORMA GERAL, VIVENDO DENTRO DE PA�S, MAS SEM UM SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO, SEM INCLUS�O DE DIREITOS, FAZENDO PARTE DOS GRUPOS DAS MINORIAS QUE NÃO PERPETRAM PARTE DOS PLANOS DE GOVERNO DA MAIOR PARTE DOS REPRESENTANTES DO POVO. SÓ PASSOU A SER VISTA NA D�CADA DE 90 COM O MOVIMENTO NEGRO, EM BUSCA DA REGULARIZA��O DA TERRA, PORÉM DESPERTOU POUCO INTERESSE DA CLASSE DOMINANTE.
EM 1991 A LEI ESTADUAL N�º 11.409, REGULAMENTADA PELA LEI COMPLEMENTAR N�º 19 DE JANEIRO DE 1996, O ESTADO DE GOI�S FOI O PRIMEIRO A RESGUARDAR O DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL QUE DETERMINA O TOMBAMENTO DE S�TIOS DETENTORES DE REMINISC�NCIA HISTÓRICA DOS ANTIGOS QUILOMBOS. DESSA FORMA O TERRITÓRIO KALUNGA TORNOU PATRIMÔNIO CULTURAL E S�TIO DE VALOR HISTÓRICO.
MARI DE NAZAR� BAHIOCCI � ANTROPÓLOGA E GEOGRAFA E ESTUDA OS POVOS KALUNGAS A MAIS DE DUAS D�CADAS E OS DEFINEM COMO SUJEITOS QUE NOS REMETEM A �FRICA, BAHIOCCI (2006, P.14) RELATA QUE:
METODOLOGICAMENTE SÃO VISTOS COMO DESCENDENTES DE ESCRAVOS QUE, A DERIVA DA SOCIEDADE INSTITUCIONAL CONSTROEM UMA CULTURA PRÓPRIA, TENDO COMO PAR�METRO SUA HISTÓRIA DE GRUPO �€ŒISOLADO�€, UMA VEZ QUE COMO QUILOMBO, DELIMITAM FRONTEIRAS E, COLETIVAMENTE SEGUEM UMA HISTÓRIA E UMA CULTURA PECULIARES. COMO ESPECIFICIDADES, OS KALUNGAS P�E EM PAUTA A DISCUSS�O DA HISTORICIDADE DOS QUILOMBOS ENQUANTO LUTA, RESIST�NCIA, LUGAR DE MORADIA E CONSTRU��O DE UMA VIDA, MAS NÃO SE ESGOTA O SEU PERFIL DE �€ŒLAVRADOR NEGRO�€ E �€ŒCOMUNIDADE NEGRA ISOLADA DO MUNDO RURAL�€.
OS KALUNGAS POSSUEM UMA IDENTIDADE QUE OS DEFINEM COMO UM GRUPO, FORMADO POR CARACTER�STICAS PRÓPRIAS, COM SEU PASSADO CONSTRU�DO COM BASE A UM IMAGIN�RIO SOCIAL, COM RELATOS DE VIDAS NO QUILOMBO. COM ESSA REFERENCIA SOCIOCULTURAL COMUM A TODOS DO GRUPO ELES POSSUEM UMA IDENTIFICA��O �TNICA PRÓPRIA, QUE SE REFLETE EM SUAS MANIFESTA��ES CULTURAIS E RELIGIOSAS (FIGURA 4).
FIGURA 2: IGREJA - COMUNIDADE KALUNGA (CAVALCANTE/GO)
FONTE: OLIVEIRA, I. C. G. (2017)
CONCLUSဢES
NO PER�ODO DA MINERA��O REALIZADA NO BRASIL COLONIAL, DESPERTARAM-SE INTERESSE PELO TERRITÓRIO GOIANO, POIS HAVIA METAIS VALIOSOS. PARA REALIZAR TAL EXPLORA��O FORAM TRAGOS ESCRAVOS PARA A REGI�O, AFIM DE NÃO GERAR CUSTO COM A M�O DE OBRA.
QUANDO A MINERA��O CHEGOU AO FIM OS BANDEIRANTES RETORNARAM PARA O SUDESTE DO BRASIL, E DEIXARAM PARA TRAZ A MAIORIA DESSES ESCRAVOS, POIS O RETORNO COM ELES SERIA UM FARDO A MAIS.
OS ESCRAVOS QUE FICARAM EM GOI�S TORNARAM-SE HOMENS LIVRES E ADENTRARAM NA MATA EM BUSCA DE SEGURANÇA E PARA TEREM CERTEZA DE QUE NÃO SERIAM ENCONTRADOS CASO ALGUM DONO RESOLVESSE VOLTAR PARA BUSCA-LOS. ESSES INDIV�DUOS PERMANECERAM EM UMA �REA DE APROXIMADAMENTE DUZENTOS E CINQUENTA MIL HECTARES. ESSE TERRITÓRIO HOJE � DIVIDIDO ENTRE OS MUNIC�PIOS DE CAVALCANTE, MONTE ALEGRE E TERESINA DE GOI�S (BARRETO, 2006).
AT� OS DIAS ATUAIS ESSAS COMUNIDADES VIVEM COM OS RESQU�CIOS DA ESCRAVID�O ENTRANHADOS EM SEU DIA A DIA, SÃO VITIMAS DE PRECONCEITO, FALTA DE OPORTUNIDADE SOCIAL E PROFISSIONAL, JULGADOS DE MANEIRA PEJORATIVA POR GRANDE PARTE DA SOCIEDADE. MESMO TENDO DECORRIDO MUITO TEMPO, A FORMA DE TRATAMENTO E A AUS�NCIA DE DIREITOS CONTINUAM AT� OS DIAS ATUAIS; A COMUNIDADE KALUNGA VIVE EM CONDI��ES SOCIOECON�MICAS PREC�RIAS.