Odontologia aerospacial: desafios e cuidados para astronautas

Resumo

INTRODUÇÃO: Missões espaciais são um desafio para a odontologia, visto que os tecidos orais e dentários são diretamente afetados pela microgravidade, radiação cósmica e pelo isolamento dos astronautas. OBJETIVO: Analisar os principais obstáculos enfrentados em expedições espaciais, destacando as estratégias preventivas indispensáveis para assegurar a saúde bucal dos tripulantes em voos de curta e longa duração. METODOLOGIA: Trata-se da análise de artigos publicados entre 2009 e 2024 em plataformas científicas, sobre as modificações fisiológicas e odontológicas em ambiente espacial. DISCUSSÃO: A microgravidade gera redução da densidade óssea, alterações no fluxo e composição da saliva, desequilíbrio no microbioma oral, atrofia dos músculos mastigatórios, disfunções temporomandibulares, além de alterações imunológicas, contribuindo para lesões cariosas, doenças periodontais, câncer bucal e dor orofacial. As emergências odontológicas durante as viagens espaciais são raras. Contudo, o risco aumenta em missões de longa duração. As emergências mais comuns incluem deslocamento de coroas, fraturas dentárias e exposição pulpar. Para mitigá-las, os astronautas recebem treinamento básico para o manejo odontológico, kits para os procedimentos e acompanhamento à distância por teleodontologia. CONCLUSÃO: Medidas preventivas mostraram-se eficientes para a manutenção da saúde oral em viagens espaciais, destacando-se a avaliação odontológica prévia ao voo. Caso sejam necessárias intervenções, estas são programadas e concluídas até três meses antes da missão. Além disso, avanços tecnológicos oferecem soluções para o tratamento de emergências no espaço, incluindo impressão 3D para fabricação de coroas a bordo e programas de diagnóstico remoto, que auxiliam no sucesso de viagens interplanetárias.

Palavras-chave: Missões espaciais; Astronautas; Emergências orais.