Relação entre Famílias de Fungos Micorrízicos Arbusculares e Espécies Arbóreas em Área de Transição Amazônia–Cerrado

Autores

  • JOAO PEDRO COSTA VENANCIO CAMARGO FACEG- FACULDADE EVANGELICA DE GOIANESIA
  • Hellen Kariny Batista Caixeta UNIEGO- CENTRO UNIVERSITARIO ENVANGELICO DE GOIANESIA
  • CELSO Filho Dias Costa UNIEGO- CENTRO UNIVERSITARIO ENVANGELICO DE GOIANESIA
  • KAUANE Lorraine Pereira Santos UNIEGO- CENTRO UNIVERSITARIO ENVANGELICO DE GOIANESIA
  • Rodrigo Fernandes de Souza

Palavras-chave:

MICORRIZA AREA DE TRANSIÇÃO RESILIENCIA

Resumo

  O estudo investigou a relação entre fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) e diferentes espécies arbóreas em uma área de transição Amazônia–Cerrado, na Fazenda Tanguro (Canarana–MT), no âmbito do Projeto Seca Limite. Os FMAs são simbiontes obrigatórios que estabelecem associações mutualísticas com as raízes das plantas, auxiliando na absorção de nutrientes, principalmente fósforo, aumentando a disponibilidade hídrica e mineral, além de contribuir para a resistência contra estresses bióticos e abióticos. Em ecossistemas tropicais e áreas de transição, desempenham papel fundamental na regeneração e estabilidade da vegetação. O experimento foi conduzido em duas parcelas de 1 ha, uma controle e outra com exclusão pluviométrica que reduzia em 50% a entrada de água da chuva, subdivididas em 100 subparcelas de 10 × 10 m. Foram coletadas amostras de solo rizosférico a 0–20 cm de profundidade, processadas por peneiramento umido e centrifugação para extração dos esporos, posteriormente identificados morfologicamente e classificados nas famílias Glomeraceae, Acaulosporaceae, Gigasporaceae e Diversisporaceae. Os resultados mostraram que a abundância de esporos variou conforme a espécie arbórea, sendo Licania kunthiana a mais associada, seguida por Sacoglottis guianensis e Tapirira obtusa, enquanto Enterolobium schomburgkii e Sloanea sinemariensis apresentaram menores valores. A família Glomeraceae predominou amplamente, demonstrando grande adaptabilidade aos solos tropicais, enquanto Diversisporaceae destacou-se em espécies como Ormosia paraensis e Aspidosperma excelsum. Acaulosporaceae foi mais frequente em espécies de cerrado, sugerindo tolerância a solos pobres, e Gigasporaceae e Diversisporaceae, embora menos abundantes, revelaram seletividade simbiótica. A análise dos agrupamentos mostrou que espécies com comunidades fúngicas semelhantes tendem a se associar, evidenciando que tanto a identidade da planta hospedeira quanto as condições edáficas influenciam a composição micorrízica. Conclui-se que a diversidade e abundância das famílias de FMAs variam em função da espécie arbórea e do tipo de solo, com destaque para o papel ecológico central da Glomeraceae na ciclagem de nutrientes e manutenção da produtividade vegetal em ecossistemas de transição Amazônia–Cerrado, ressaltando a importância dessas interações simbióticas para a conservação e funcionamento dos ambientes naturais.
manutenção da produtividade vegetal.

Publicado

2025-10-15