Atividade micorrízica como bioindicador de qualidade em agroecossistemas conservacionistas

Autores

  • Marianna Vigario Porto Assis Fernandes UNIEGO
  • João Pedro Costa Venâncio Camargo UNIEGO
  • Natiele Alves Luz
  • Geovana Francisca Silva
  • Jadson Belém de Moura

Palavras-chave:

Fungos micorrízicos arbusculares, Bioindicadores de solo, Integração lavoura-pecuária-floresta, Esporos, Diversidade microbiana

Resumo

Diante da demanda por sistemas produtivos mais resilientes e de menor impacto ambiental no Cerrado, este estudo avaliou a atividade micorrízica como bioindicador da qualidade do solo em agroecossistemas conservacionistas, com ênfase em arranjos de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). O trabalho foi conduzido em Rio Verde-GO (FEPE/IESRIVER), em Latossolo Vermelho argiloso e clima Aw, com o objetivo de verificar se métricas micorrízicas discriminam manejos e orientam decisões em sistemas conservacionistas. Empregou-se delineamento em blocos casualizados (sete tratamentos x oito repetições): pastagem degradada (controle), pasto adubado, manejo convencional, ILF, IPF, ILPF-feno e ILPF-silagem. A comunidade de fungos micorrízicos arbusculares foi caracterizada por densidade de esporos no solo, taxa de colonização radicular e inventário de gêneros. Os resultados mostraram diferenças consistentes entre manejos: a maior esporulação ocorreu no controle, seguida do sistema convencional, enquanto os arranjos integrados e/ou adubados apresentaram valores inferiores; padrão semelhante foi observado para a colonização, com controle e convencional exibindo os maiores percentuais e os demais tratamentos níveis intermediários. Ao todo, registraram-se 16 gêneros de FMAs; observou-se redução relativa de diversidade no ILPF-silagem e maior manutenção de gêneros no controle. Conclui-se que condições de menor fertilidade e maior estresse favorecem o investimento simbiótico (mais esporos e colonização), ao passo que integração e adubação reduzem a dependência da micorriza, sem suprimi-la. Assim, a atividade micorrízica configura-se como bioindicador robusto para monitorar o estado do solo e orientar ajustes de manejo em sistemas conservacionistas, inclusive no ILPF, apoiando estratégias de eficiência no uso de nutrientes, estabilidade estrutural e resiliência do agroecossistema.

Publicado

2025-10-15