EXPANSÃO CIRÚRGICA DE MAXILA EM PACIENTE JOVEM COM ATRESIA MAXILAR: RELATO DE CASO
Palavras-chave:
ADOLESCENTE, DIASTEMA, MAXILAResumo
Introdução: O hipodesenvolvimento da maxila, também conhecido como atresia, é uma condição dentofacial frequente, caracterizada por uma deficiência transversal da maxila. Essa alteração pode comprometer a oclusão, a estética facial e a funcionalidade respiratória. A intervenção precoce em pacientes jovens é fundamental para prevenir consequências esqueléticas e funcionais a longo prazo. Embora a expansão rápida da maxila (ERM) seja uma abordagem eficaz em pacientes em crescimento, em estágios mais avançados, como em adolescentes mais velhos ou adultos, ou quando a resposta óssea é limitada, a correção da deficiência transversa pode ser realizada com êxito por meio de cirurgia, seja pela expansão assistida ou por osteotomia multissegmentada da maxila. Nesse contexto, a ampliação cirúrgica associada à osteotomia Le Fort I tem se mostrado uma alternativa eficaz e segura. Objetivos: Relatar o caso de um paciente adolescente com atresia maxilar submetido à expansão cirúrgica da maxila. Discussão: Na ortopedia dentofacial, a largura transversal da maxila é um dos fatores mais críticos, uma vez que, ao longo do crescimento, essa é a dimensão que apresenta menor desenvolvimento espontâneo. A ortodontia pode ser uma aliada no processo de expansão, porém apresenta limitações, especialmente em pacientes mais velhos. Aparelhos ortodônticos expansores removíveis muitas vezes não promovem separação consistente da sutura palatina mediana, podendo gerar recidivas. Em indivíduos próximos dos 20 anos ou adultos, a utilização desses dispositivos torna-se questionável, já que a sutura pode estar completamente ossificada. Descrição: Paciente do sexo masculino, 16 anos, no acompanhamento ambulatorial, observou-se atresia maxilar e oclusão instável, sendo indicada a expansão cirúrgica da maxila. O procedimento foi realizado sob anestesia geral, com acesso por incisão tipo Caldwell-Luc bilateral, osteotomia Le Fort I, liberação da sutura pterigomaxilar com cinzel e fratura assistida da linha média. A ativação intraoperatória do aparelho expansor evidenciou sucesso do procedimento, com surgimento de diastema interincisivo. Finalizou-se com plicatura nasal e sutura labial em V-Y. Conclusão: A expansão cirúrgica da maxila mostrou-se uma alternativa eficaz no manejo da atresia maxilar em paciente adolescente. O planejamento multidisciplinar e a técnica cirúrgica adequada foram essenciais para o sucesso do tratamento funcional e estético.