PERCEP��O DA POPULA��O DE ANÁPOLIS, GOI�S SOBRE A DENGUE
Resumo
A DENGUE � UMA ARBOVIROSE TRANSMITIDA PELA PICADA DA F�MEA DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI. � UMA DOEN�A CAUSADORA DE EPIDEMIAS MUNDIAIS E NO BRASIL FORAM OBSERVADOS ALTOS �NDICES NOS �LTIMOS ANOS, DE ACORDO COM OS BOLETINS EPIDEMIOLÓGICOS DISPONIBILIZADOS PELO MINIST�RIO DA SAÚDE. NESTE ANO, AT� A SEMANA EPIDEMIOLÓGICA 34 (31/12/2017 A 25/08/2018), FORAM REGISTRADOS 198.754 CASOS PROV�VEIS DE DENGUE NO PA�S (BRASIL, 2018). DIANTE DE EPIDEMIAS, O PROCESSO DE INFORMAÇÃO E DE EDUCAÇÃO DA SOCIEDADE SE TORNA FUNDAMENTAL PARA O GOVERNO, NO SENTIDO DE ESCLARECER OS FATOS, TRANSMITIR CONHECIMENTO E ORIENTAR A POPULA��O DE COMO SE PREVENIR DETERMINADA DOEN�A (VILLELA; ALMEIDA, 2012).
ESTUDOS REALIZADOS COM FOCO NA DENGUE APONTAM QUE A PARTICIPA��O EFETIVA DA POPULA��O E A MOBILIZA��O SOCIAL SE RELACIONAM AOS MELHORES RESULTADOS NO COMBATE � DOEN�A E QUE A MUDAN�A DE COMPORTAMENTO DA POPULA��O FAZ-SE AINDA MAIS IMPORTANTE QUANDO ENVOLVE A ELIMINA��O DOS CRIADOUROS PARA O AE. AEGYPTI NO AMBIENTE DOM�STICO (NASCIMENTO, 2004). OUTRO PONTO IMPORTANTE � A CONTINUIDADE DAS MEDIDAS, INCLUSIVE EM �POCAS DO ANO COM BAIXA OU NENHUMA TRANSMISS�O DA DOEN�A, INCORPORANDO PR�TICAS PREVENTIVAS PELA POPULA��O. TAIS PR�TICAS LEVARAM INCLUSIVE � MELHORIA DAS CONDI��ES SANIT�RIAS E REDUÇÃO DE GASTOS COM INSETICIDAS. A FIM DE SE ADOTAR UM PLANEJAMENTO VOLTADO PARA O PROCESSO EDUCATIVO, � PRECISO ANALISAR O DIAGNÓSTICO INICIAL DA COMUNIDADE, INVESTIGAR O CONHECIMENTO E A PERCEP��O DA POPULA��O A RESPEITO DO VETOR E DA DOEN�A, OS H�BITOS E AS CARACTER�STICAS SOCIOCULTURAIS RELACIONADAS A ESTES. ASSIM, A PARTIR DESSE ENTENDIMENTO � POSS�VEL FOCAR EM MEIOS DE COMUNICA��O ESPEC�FICOS PARA ATINGIR DIFERENTES GRUPOS NA POPULA��O E PLANEJAR ESTRAT�GIAS EDUCATIVAS QUE ATENDAM O PERFIL DAS COMUNIDADES (SOUSA, 2016).
DIANTE DISSO, O PRESENTE ESTUDO TEVE COMO OBJETIVO DESCREVER AS CARACTER�STICAS SOCIODEMOGR�FICAS DA POPULA��O DE ANÁPOLIS, VERIFICAR A PERCEP��O DESTA SOBRE A DENGUE, NO QUE SE REFERE AO AGENTE ETIOLÓGICO, FORMAS DE TRANSMISS�O, ASPECTOS CL�NICOS, SE A POPULA��O ADERE �S PR�TICAS DE COMBATE � TRANSMISS�O DESTA DOEN�A, AL�M DE VERIFICAR QUAIS OS PRINCIPAIS MEIOS DE COMUNICA��O UTILIZADOS POR ESSA POPULA��O NA OBTEN��O DAS INFORMA��ES EM SAÚDE A RESPEITO DA DENGUE.
PARA ISSO FOI REALIZADO UM ESTUDO TRANSVERSAL, ONDE FOI APLICADO UM QUESTION�RIO SEMI-ESTRUTURADO DE F�CIL ENTENDIMENTO � POPULA��O DE ANÁPOLIS, GOI�S, EM FORMA DE ENTREVISTA, O QUAL PERMITIU UMA AVALIA��O OBJETIVA DO CONHECIMENTO DA POPULA��O SOBRE O VETOR, ASPECTOS CL�NICOS E MEDIDAS PREVENTIVAS DA DENGUE. PARA O C�LCULO AMOSTRAL LEVOU-SE EM CONSIDERA��O QUE A POPULA��O DE ANÁPOLIS, CONSIDERANDO APENAS PESSOAS ACIMAS DE 18 ANOS, NO ANO DE 2017, ERA CONSTITU�DA POR 226.875 HABITANTES. NESTE, O ERRO PADR�O DE ESTIMATIVA ADOTADO FOI DE 5% E O N�VEL DE CONFIAN�A DE 95% PARA O C�LCULO DE UMA POPULA��O INFINITA COMO SUGERIDO POR LEVIN (2012). O MUNIC�PIO FOI ESTRATIFICADO EM QUATRO MACRORREGI�ES, BASEADOS EM DADOS DA SECRETARIA DE SAÚDE LOCAL. CADA MACRORREGI�O FOI DIVIDIDA EM BAIRROS CENTRAIS E PERIF�RICOS. APÓS ESTA DIVIS�O, A RANDOMIZA��O DOS BAIRROS FOI REALIZADA VIA SORTEIO EM ENVELOPES LACRADOS. FORAM UTILIZADOS OITO ENVELOPES, DOIS PARA CADA REGI�O, TOTALIZANDO DEZESSEIS BAIRROS, SENDO QUATRO BAIRROS POR MACRORREGI�O. FORAM INCLU�DOS OS PARTICIPANTES COM IDADE ACIMA DE 18 ANOS, QUE COMPREENDIAM O TEOR DAS PERGUNTAS. FORAM EXCLU�DOS OS PARTICIPANTES QUE NÃO RESPONDERAM TODAS AS PERGUNTAS E OS QUE DESISTIRAM DE PARTICIPAR DA PESQUISA, EM QUALQUER MOMENTO, INDEPENDENTEMENTE DO MOTIVO.
PARTICIPARAM DO ESTUDO 432 ENTREVISTADOS, COM PREDOMIN�NCIA DO SEXO FEMININO (61,8%), SENDO 38,7% COM PRIMEIRO GRAU ESCOLAR COMPLETO E 41,9% COM SEGUNDO GRAU COMPLETO, SENDO A FAIXA ET�RIA PREDOMINANTE, ENTRE 18 E 39 ANOS COM 54,7% DOS PARTICIPANTES. OS RESULTADOS DESSE ESTUDO DEMONSTRARAM QUE OS PARTICIPANTES, QUANDO QUESTIONADOS, DISSERAM CONHECER A DENGUE (99,5%), TER CONHECIMENTO QUE O VETOR � O MOSQUITO (72,2% DOS ENTREVISTADOS) E QUE OS SINAIS E SINTOMAS PRINCIPAIS SÃO FEBRE, DOR DE CABE�A E NOS OLHOS (ACIMA DE 90% ), AL�M DE DOR MUSCULAR E ARTICULAR (ACIMA DE 90%).
OS RESULTADOS MOSTRARAM BOM PERFIL DE CONHECIMENTO SOBRE O VETOR AE. AEGYPTI, SABENDO QUE OS LOCAIS DE REPRODU��O SÃO �€˜�€™VASOS, PLANTAS COM �GUA, DEPÓSITOS COM �GUA E CAIXA D�€™AGUA DESTAMPADA�€™�€™, OS QUAIS FORAM CITADOS POR MAIS DE 90% DOS PARTICIPANTES. EVIDENCIOU-SE ALTO CONHECIMENTO DOS PARTICIPANTES A RESPEITO DAS MEDIDAS DE PREVEN��O DA DENGUE COMO �€˜�€™LAVAR PERIODICAMENTE OS RESERVATÓRIOS DE �GUA�€™�€™ E �€˜�€™ USAR TELAS DE PROTE��O�€™�€™, QUE FORAM APONTADAS POR MAIS DE 95% DOS ENTREVISTADOS.  AS MEDIDAS DE ADES�O AO COMBATE AO MOSQUITO VETOR COMO, �€˜�€™ELIMINAR DEPÓSITOS NÃO UTILIZADOS DE �GUA�€™�€™ EM SUAS RESIDÊNCIAS, FORAM CITADAS POR 97,9% DOS ENTREVISTADOS. EM RELAÇÃO AOS RECURSOS DE COMUNICA��O MIDI�TICA, OS QUE MAIS FORAM UTILIZADOS PELA POPULA��O ENTREVISTADA PARA OBTER INFORMA��ES A RESPEITO DESTA DOEN�A FOI A TELEVIS�O, REPRESENTANDO 93,5% DAS RESPOSTAS.
DIANTE DESSES RESULTADOS E PELO FATO DA MAIORIA ABSOLUTA DA POPULA��O RELATAR O COMBATE DO MOSQUITO EM SUAS RESIDÊNCIAS, ERA DE SE ESPERAR QUE A INCID�NCIA DE DENGUE ESTIVESSE DIMINUINDO ANO APÓS ANO. ENTRETANTO, O AUMENTO DOS SURTOS DESSA DOEN�A DEMONSTROU O CONTR�RIO. ESSA PERCEP��O � CORROBORADA PELO ESTUDO DE CAVALCANTE, PORTO E TAUIL (2007) NO QUAL GRANDE MAIORIA DOS ENTREVISTADOS DEMONSTROU CONHECIMENTO CORRETO DA TRANSMISS�O DA DOEN�A E DOS MEIOS PARA REDUZIR A DENSIDADE DE MOSQUITOS, PORÉM, A INSPE��O DOS DOMIC�LIOS E PERIDOMIC�LIOS FEITA POR ELES REVELOU UMA QUANTIDADE ENORME DE POTENCIAIS CRIADOUROS PARA OS VETORES. A M�DIA MUITAS VEZES FALHA AO EXERCER SEU PAPEL DE INFORMAÇÃO INTEGRAL SOBRE DETERMINADO ASSUNTO, PRIORIZANDO INTERESSES PARTICULARES E DISPONIBILIZANDO POUCO ESPA�O PARA A POPULA��O SE EXPRESSAR OU QUESTIONAR (ARA�ŠJO, 2009).
CONCLUI-SE QUE A POPULA��O MOSTROU N�VEIS SATISFATÓRIOS DE CONHECIMENTO SOBRE A DENGUE, TEM PLENA CONSCI�NCIA DAS MEDIDAS DE CONTROLE DO VETOR E AFIRMARAM, ATRAV�S DA PESQUISA, QUE NÃO SÓ CONHECEM COMO PRATICAM O COMBATE DO VETOR EM SUAS RESIDÊNCIAS. NO ENTANTO, INCOERENTEMENTE, O QUE SE PERCEBE � QUE OS �NDICES DE NOVOS CASOS DA DOEN�A CONTINUAM A CRESCER A CADA ANO GERANDO D�VIDAS SE AS A��ES PREVENTIVAS EST�O SENDO REALIZADAS DA FORMA CORRETA.