APLICAÇO E EFICÁCIA DAS POLÀTICAS E PROGRAMAS DE ATENÇO À€ SAÚDE DO ADOLESCENTE EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE ANÁPOLIS - GO: PERSPECTIVA DOS MÉDICOS E AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE.
Palavras-chave:
adolescência, médico, agente comunitário de saúde, atenção básicaResumo
OS ADOLESCENTES (INDIV�DUOS COM IDADE ENTRE 10-19 ANOS) REPRESENTAM MAIS DE 20% DE TODA A POPULA��O BRASILEIRA (IBGE, 2011) E APESAR DE SER UMA PORCENTAGEM SIGNIFICATIVA, ESTA AINDA � A FAIXA ET�RIA MAIS NEGLIGENCIADA POR POL�TICAS P�BLICAS E PELOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE, RESULTANDO NA RELATIVA AUS�NCIA DE ADOLESCENTES NA UNIDADE B�SICA DE SAÚDE (UBSF). SE POR UM LADO A ADOLESC�NCIA � CONSIDERADA A PARTE DA TRAJETÓRIA HUMANA RELATIVAMENTE ISENTA DE PROBLEMAS, POR OUTRO, SABE-SE QUE NESTE PER�ODO H� UMA ELEVADA SUSCEPTIBILIDADE A ALGUMAS DOEN�AS, TAIS COMO RUB�OLA, SARAMPO, T�TANO, DSTS E DIST�RBIOS RELACIONADOS � SAÚDE MENTAL (ARA�ŠJO ET AL, 2010).
            AINDA ASSIM, DE ACORDO COM FERRARI ET AL (2008), NO BRASIL AS POL�TICAS P�BLICAS PARA ADOLESCENTES, REGULAMENTADAS NA D�CADA DE 80, SE DESENVOLVEM DE FORMA FRAGMENTADA E DESARTICULADA. PERCEBE-SE A AUS�NCIA DE ELEMENTOS ORGANIZACIONAIS, ENVOLVENDO OS TRABALHADORES NA ATEN��O INTEGRAL AOS ADOLESCENTES QUE, POR VEZES, ATENDEM ESSA POPULA��O SEM O EMBASAMENTO NECESS�RIO PARA ACOLHER E CRIAR V�NCULOS ENTRE OS JOVENS E OS SERVI�OS DE SAÚDE (FERRARI, 2008).
ESSE ESTUDO OBJETIVOU DESCREVER SOBRE A ATEN��O � SAÚDE DO ADOLESCENTE ATRAV�S DO PONTO DE VISTA DOS AGENTES COMUNIT�RIOS DA SAÚDE E DOS M�DICOS DAS UBSFS DO MUNIC�PIO DE ANÁPOLIS-GO, ANALISANDO O CONHECIMENTO E A PERCEP��O DOS MESMOS, E IDENTIFICANDO OS PROGRAMAS DE SAÚDE EXISTENTES PARA OS ADOLESCENTES, BEM COMO A APLICA��O E EFIC�CIA DESTES.
            TRATA-SE DE ESTUDO EXPLORATÓRIO, DESCRITIVO E QUALITATIVO, NO QUAL FORAM SORTEADOS UM ACS E UM M�DICO EM CADA UBSF SORTEADA NAS REGI�ES NORTE, SUL, LESTE, OESTE E CENTRO-OESTE DA CIDADE DE ANÁPOLIS-GO, TOTALIZANDO-SE 10 PARTICIPANTES. A PESQUISA FOI REALIZADA NO PER�ODO DE OUTUBRO DE 2017 AT� AGOSTO DE 2018. AS IDENTIDADES DOS PARTICIPANTES PERMANECERAM AN�NIMAS E OS NOMES FORAM SUBSTITU�DOS PELA PROFISS�O E UM N�MERO. OS PROFISSIONAIS QUE ACEITARAM PARTICIPAR DO ESTUDO RECEBERAM UM TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO O QUAL FOI ASSINALADO NO LOCAL INDICADO. OS DADOS FORAM COLETADOS (APÓS A APROVA��O DA PESQUISA PELO CEP DA UNIEVANG�LICA) VIA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA E ORGANIZADOS POR MEIO DA T�CNICA DE ANÁLISE TEM�TICA.
            O RESULTADO FOI CATEGORIZADO EM 2 TEMAS DE ACORDO COM O M�TODO DE ANÁLISE DE MINAYO (MINAYO, 2001): (1) ESCASSEZ DE A��ES DE PROMO��O � SAÚDE DAS UBSF E DE POL�TICAS DO MINIST�RIO DA SAÚDE VOLTADAS PARA O ADOLESCENTE; (2) H� POUCA OFERTA POR PARTE DOS SERVI�OS DE SAÚDE OU BAIXA PROCURA POR PARTE DOS ADOLESCENTES?
- ESCASSEZ DE A��ES DE PROMO��O � SAÚDE DAS UBSF E DE POL�TICAS DO MINIST�RIO DA SAÚDE VOLTADAS PARA O ADOLESCENTE
            NO BRASIL UMA DAS POL�TICAS PROPOSTAS PELO MS QUE VISA A ESTREITAR O CONTATO E A RELAÇÃO DOS ADOLESCENTES COM O PSF FOI O PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE), INSTITU�DO PELO DECRETO N. 6.286, EM 5 DE DEZEMBRO DE 2007, COMO ESTRAT�GIA DE FORTALECIMENTO DE A��ES DE PROMO��O DA SAÚDE NO �MBITO ESCOLAR, FORMANDO DE INDIV�DUOS CONSCIENTES E CAPAZES DE ADOTAR PR�TICAS DE AUTOCUIDADO, DETEC��O PRECOCE DE AGRAVOS � SAÚDE (BRASIL 2014). ENTRETANTO, ESTUDOS DEMONSTRAM QUE, NA PR�TICA, ESSE P�BLICO ENCONTRA-SE DISTANTE DA EFETIVA��O DOS PROGRAMAS DO MS: O PSE AINDA SE ENCONTRA POUCO ARTICULADO (ALVES, 2016) E O PROGRAMA NACIONAL DE ATEN��O INTEGRAL � SAÚDE DE ADOLESCENTES E DE JOVENS (PNAISAJ) - QUE OBJETIVA MODIFICAR OS INDICADORES DE MORBIMORTALIDADE ADOLESCENTE PELA APROXIMA��O DOS MESMOS COM OS SERVI�OS DE SAÚDE (BRASIL, 2007) - AINDA SE APRESENTA POUCO EFETIVO, MAL-ORGANIZADO E AT� POUCO CONHECIDO NAS UBSFS, COMO NOTADO NESTA PESQUISA, EM QUE APENAS AS MÉDICAS 2 E 4 DE TODOS OS ENTREVISTADOS RELATARAM TER CI�NCIA DO PNAISAJ.
            UM PROGRAMA DE ATEN��O B�SICA VOLTADO PARA OS ADOLESCENTES DEVE TER PAPEL ATIVO NA BUSCA DE ADOLESCENTES NO MEIO DA COMUNIDADE, OFERECENDO ATENDIMENTO PERIÓDICO COM A FINALIDADE DE ATENDER OS INDIV�DUOS SADIOS ANTES QUE OS PROBLEMAS OS ACOMETAM. (DEL CIAMPO, DEL CIAMPO, 2017). DAS UBSF SORTEADAS, NENHUMA REALIZA COM PERIODICIDADE A��ES DE PROMO��O � SAÚDE VOLTADA PARA O ADOLESCENTE: �€ŒTEMOS A��ES VOLTADAS PARA CRIAN�AS, IDOSOS, HIPERTENSOS, DIAB�TICOS E PESSOAS COM PROBLEMAS MENTAIS, MAS NUNCA TIVEMOS ALGUMA ATIVIDADE DIRIGIDA ESPECIFICAMENTE PARA O ADOLESCENTE�€ (ACS 2).
- H� POUCA OFERTA DOS SERVI�OS DE SAÚDE OU BAIXA PROCURA POR PARTE DOS ADOLESCENTES?
            CERCA DE 80% DOS PROFISSIONAIS ENTREVISTADOS CONCORDARAM QUE H� FALTA DE ADOLESCENTES POR DEMANDA ESPONT�NEA NAS UBSF, OS 20% RESTANTES RELATARAM QUE APESAR DE UMA HAVER OCORR�NCIA MAIOR DE ADOLESCENTES EM SUAS �REAS, ERA RARO A VINDA DOS MESMOS PARA CONSULTAS DE ROTINA, SENDO QUE ESSAS SÃO O ALICERCE DA ATEN��O B�SICA: �€ŒESTOU H� POUCO TEMPO NA UBS, MAS TIVE OPORTUNIDADE DE CONSULTAR UM N�MERO CONSIDER�VEL DE ADOLESCENTES. MAS MUITAS VEZES ELES V�M NA CONSULTA DE PR�-NATAL OU COM QUEIXAS RELACIONADAS A DST�€™S. MAS PARA CONSULTAS ROTINEIRAS, NÃO RECEBEMOS�€ (M�DICA 1). E AINDA ASSIM, EM NENHUMA DAS UBSFS ENTREVISTADAS � REALIZADA UMA BUSCA ATIVA POR ADOLESCENTES: �€ŒOS ADOLESCENTES NÃO V�M TANTO NA UBS PELA FALTA DE CONVITE E DE ATIVIDADES ATRATIVAS PARA ELES�€ (ACS 5).
            MUITOS ADOLESCENTES EVITAM IR AOS SERVI�OS DE SAÚDE POIS SÃO FOR�ADOS PELOS PAIS A DEIXA-LOS PARTICIPAR DAS CONSULTAS, LIMITANDO O ESCLARECIMENTO DE D�VIDAS POR CONSTRANGIMENTO. �€ŒQUAIS OS MOTIVOS PARA A FALTA DE ADOLESCENTES NA UBS NA SUA OPINI�O? �€ (PESQUISADORA): �€ŒA VERGONHA E A FALTA DE ACEITA��O DOS PAIS�€ (ACS 1), �€ŒDESINFORMA��O, MEDO E VERGONHA DE VIR ACOMPANHADO PELOS PAIS�€ (M�DICA 2), �€ŒVERGONHA, MEDO DOS PAIS E DE TEREM ALGUMA DOEN�A �€ (ACS 3).
            COMO CONCLUS�O DESTE ESTUDO, FOI QUESTIONADO ABERTAMENTE AOS 10 PARTICIPANTES O QUE PODERIA SER FEITO PARA MELHORAR A ATEN��O � SAÚDE DOS ADOLESCENTES NA UBSF. COMO RESPOSTA A ESSE LEVANTAMENTO SURGIRAM PROPOSTAS COMO: EMPREGAR ESTE TEMA COMO PARTE DO CURR�CULO DE FORMA��O (OPINI�O DA M�DICA 1); INVESTIR NA ORIENTAÇÃO E DIVULGA��O, POR MEIO DOS ACS, DE QUE A UNIDADE � UM LOCAL SEGURO E ACOLHEDOR, AL�M DE MOSTRAR A IMPORT�NCIA DE UM ACOMPANHAMENTO REGULAR NO SERVI�O DE SAÚDE (OPINI�O DAS MÉDICAS 2, 4 E 5 E DA ACS 5); CAPACITA��O PROFISSIONAL E A IMPLEMENTA��O DE A��ES DE PROMO��O DE SAÚDE E ATIVIDADES ATRATIVAS PARA OS ADOLESCENTES (OPINI�O DAS ACS 2, 3 E 5 E M�DICA 3).
SENDO ASSIM, MOSTRA-SE NECESS�RIO UMA INTEGRA��O DO PROCESSO TRIPARTITE QUE � A ATEN��O A SAÚDE DO ADOLESCENTE, COMPONDO-SE POR: 1) POL�TICAS P�BLICAS EFICAZES, EXEQU�VEIS E CONTEXTUALIZADAS COM A REALIDADE DO ADOLESCENTE DO SISTEMA P�BLICO DE SAÚDE ATUAL; 2) UBSFS COMPOSTAS POR PROFISSIONAIS BEM INFORMADOS, CAPACITADOS E INTERESSADOS, COM MATERIAIS E INSUMOS NECESS�RIOS PARA A REALIZA��O DE A��ES DE PROMO��O DE SAÚDE, COMO O �€ŒDIA DO ADOLESCENTE�€ E ATIVIDADES ATRATIVAS, COMO AULAS DE M�SICA, ARTESANATO, PINTURA, DAN�A OU ACADEMIAS; E FINALMENTE, 3) A��ES NA COMUNIDADE, POR MEIO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE, COM OS ADOLESCENTES SOBRE O AUTOCUIDADO, ASSIM A REALIZA��O DA BUSCA ATIVA, INCLUINDO A��ES DE PREVEN��O DE AGRAVOS.
REFER�ŠNCIAS
- ALVES, MARIA JUSCINAIDE HENRIQUE ET AL. FATORES ENVOLVIDOS NA ADES�O DE ESTUDANTES ADOLESCENTES � ESTRAT�GIA SAÚDE DA FAMÍLIA. REVISTA DE POL�TICAS P�BLICAS, V. 15, N. 2, 2016.
- ARA�ŠJO, TELMA MARIA EVANGELISTA DE ET AL. COBERTURA VACINAL E FATORES RELACIONADOS � VACINA��O DOS ADOLESCENTES RESIDENTES NA �REA NORTE DE TERESINA/PI. ELETR�NICA ENFERM, V. 12, N. 3, 2010.
- POLÍTICA NACIONAL DE ATEN��O INTEGRAL � SAÚDE DE ADOLESCENTES E JOVENS. 2007.
- PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA. PASSO A PASSO PARA ADES�O [DOCUMENT ON THE INTERNET]. BRAS�LIA (DF): MINIST�RIO DA SAÚDE/MINIST�RIO DA EDUCAÇÃO; 2014
- DEL CIAMPO, LUIZ ANTONIO; DEL CIAMPO, IEDA REGINA LOPES. O ADOLESCENTE E A PUERICULTURA. MEDICINA (RIBEIRAO PRETO. ONLINE), V. 50, N. 1, P. 76-81, 2017.
- FERRARI, ROS�NGELA APARECIDA PIMENTA ET AL. ADOLESC�NCIA: A��ES E PERCEP��O DOS M�DICOS E ENFERMEIROS DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA. INTERFACE-COMUNICA��O, SAÚDE, EDUCAÇÃO, V. 12, N. 25, P. 387-400, 2008.
- IBGE, BRASIL. SINOPSE DOS RESULTADOS DO CENSO 2010. RIO DE JANEIRO: IBGE, 2011.