UM RELATO DE EXPERIÊNCIA: PALESTRA EDUCATIVA SOBRE PLANTAS MEDICINAIS NA FACULDADE ABERTA DA TERCEIRA IDADE (FATI)
Palavras-chave:
PLANTAS MEDICINAIS , TERCEIRA IDADE , RELATO DE EXPERIÊNCIAResumo
INTRODUÇÃO
A GRANDE MAIORIA DOS MEDICAMENTOS, HOJE DISPONÍVEIS NO MUNDO, É OU FOI ORIGINADO DE ESTUDOS DESENVOLVIDOS A PARTIR DA CULTURA POPULAR QUE FAZEM DA RICA BIODIVERSIDADE BRASILEIRA UM VASTO CAMPO DE PESQUISA CIENTÍFICA.DA CULTURA POPULAR AOS CULTIVOS CONTROLADOS POR PROFISSIONAIS CONHECEDORES DO ASSUNTO, COLOCA O BRASIL NA LINHA DE FRENTE NO ESTUDO E APLICAÇÃO DA MEDICINA NÃO CONVENCIONAL, DA COMPLEMENTAR E ALTERNATIVA A PARTIR DA MEDICINA E DO CONHECIMENTO TRADICIONAL. (BRASIL, 2011).
NESSE SENTIDO, A POLÍTICA NACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS, APROVADA POR MEIO DO DECRETO Nº 5.813, DE 22 DE JUNHO DE 2006, ESTABELECE DIRETRIZES E LINHAS PRIORITÁRIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PELOS DIVERSOS PARCEIROS EM TORNO DE OBJETIVOS COMUNS VOLTADOS À GARANTIA DO ACESSO SEGURO E USO RACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS EM NOSSO PAÍS, AO DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS E INOVAÇÕES, ASSIM COMO AO FORTALECIMENTO DAS CADEIAS E DOS ARRANJOS PRODUTIVOS, AO USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE BRASILEIRA E AO DESENVOLVIMENTO DO COMPLEXO PRODUTIVO DA SAÚDE (MS, 2006).
O CONHECIMENTO SOBRE PLANTAS MEDICINAIS SIMBOLIZA MUITAS VEZES O ÚNICO RECURSO TERAPÊUTICO DE MUITAS COMUNIDADES E GRUPOS ÉTNICOS. O USO DE PLANTAS NO TRATAMENTO E NA CURA DE ENFERMIDADES É TÃO ANTIGO QUANTO A ESPÉCIE HUMANA (MACIEL ET AL., 2002).
NO BRASIL O PRINCIPAL ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA REGULAMENTAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS E SEUS DERIVADOS É A AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, ANVISA, QUE DEFINIU PLANTAS MEDICINAIS COMO SENDO TODA A ESPÉCIE VEGETAL, CULTIVADA OU NÃO, UTILIZADA COM PROPÓSITOS TERAPÊUTICOS (BRASIL, 2010). UMA DEFINIÇÃO SIMILAR FOI PROPOSTA PELA OMS QUE DIZ QUE PLANTA MEDICINAL É TODO E QUALQUER VEGETAL QUE POSSUI, EM UM OU MAIS ÓRGÃOS, SUBSTÂNCIAS QUE PODEM SER UTILIZADAS COM FINS TERAPÊUTICOS OU QUE SEJAM PRECURSORES DE FÁRMACOS SEMI-SINTÉTICOS (OMS, 1998).
O PRESENTE ARTIGO TEM COMO OBJETIVO RELATAR A EXPERIÊNCIA VIVENCIADA POR PALESTRANTES DURANTE UMA ATIVIDADE EDUCACIONAL COM OS ALUNOS DA FACULDADE ABERTA DA TERCEIRA IDADE (FATI), QUE TINHA COMO TEMA PLANTAS MEDICINAIS: UMA OPÇÃO DE SAÚDE.
MATERIAL E MÉTODOS
ESTE TRABALHO TRATA-SE DE UM ESTUDO OBSERVACIONAL E DESCRITIVO DE NATUREZA QUALITATIVA. ESCOLHEU-SE COMO MODALIDADE DE PESQUISA O RELATO DE EXPERIÊNCIA.
FOI ESCOLHIDO PARA DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES UMA AULA DO GRUPO DE ALUNOS DA FATI. DURANTE A AULA, O GRUPO ANALISADO RELATOU DIVERSOS USOS E BENEFÍCIOS DE ERVAS MEDICINAIS EM SEU COTIDIANO BEM COMO SUA APLICAÇÃO. A TURMA QUE CONTINHA CERCA DE 40 ALUNOS, FOI DIVIDA EM 3 GRUPOS PARA MELHOR RELATAR SUAS EXPERIÊNCIAS.
FORAM ANALISADAS CONVERSAS DE RODA SOBRE PLANTAS MEDICINAIS, NO QUAL CADA SENHORA TINHA UM RELATO SOBRE DETERMINADA PLANTA.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
DURANTE A PALESTRA FOI DISCUTIDO A IMPORTÂNCIA DE SABER DIFERENCIAR AS PLANTAS MEDICINAIS, A FIM DE EVITAR O CONSUMO DAS ERVAS TÓXICAS. ENTRETANTO, SABENDO DOS DIVERSOS BENEFÍCIOS OFERECIDOS PELAS ERVAS MEDICINAIS, FICOU ESCLARECIDO PELA PALESTRANTE QUE AS PLANTAS MEDICINAIS POSSUEM QUANTIDADE E DOSE CERTA A SER CONSUMIDA, ASSIM COMO UM MEDICAMENTO, DEVIDO SUA COMPOSIÇÃO POSSUIR PRINCÍPIOS ATIVOS CAPAZES DE PROVOCAR DANOS SE INGERIDOS INCORRETAMENTE.
SEGUNDO JUNIOR E COLABORADORES, (2005) USO MILENAR DE PLANTAS MEDICINAIS MOSTROU, AO LONGO DOS ANOS, QUE DETERMINADAS PLANTAS APRESENTAM SUBSTÂNCIAS POTENCIALMENTE PERIGOSAS. DO PONTO DE VISTA CIENTÍFICO, PESQUISAS MOSTRARAM QUE MUITAS DELAS POSSUEM SUBSTÂNCIAS POTENCIALMENTE AGRESSIVAS E, POR ESTA RAZÃO, DEVEM SER UTILIZADAS COM CUIDADO, RESPEITANDO SEUS RISCOS TOXICOLÓGICOS.
DURANTE A TROCA DE CONHECIMENTO REPASSADA NA DIVISÃO DOS 3 GRUPOS, ALGUNS ALUNOS DESCREVERAM RECEITAS CASEIRAS UTILIZADAS POR ELES, QUE, SEGUNDO OS MESMOS, OBTIVERAM ÊXITO COM O USO DAS ERVAS MEDICINAIS. DENTRE AS ERVAS CONSUMIDAS POR ELES, ALGUMAS BEM POPULARES FORAM CITADAS, TAL COMO: SANGRA D’ÁGUA, CONFREI, SEMENTE DE QUIABO, BABOSA, LIMA DE BICO, ROMÃ, HORTELÃ, ALECRIM, ERVA CIDREIRA, ARRUDA, ÓLEO DE MAMONA, ERVA DE SANTA MARIA, EUCALIPTO, USADAS NA FORMA DE CHÁS. PODENDO SER FOLHAS, RAÍZES, CASCAS, CAULE, ÓLEOS. FOI ABORDADO TAMBÉM SOBRE AS MANEIRAS DE PREPARO, SENDO OS MAIS UTILIZADOS: INFUSÃO, DECOCÇÃO, INALAÇÃO.
O PRESENTE ESTUDO IDENTIFICOU AS PLANTAS MAIS UTILIZADAS PELAS SENHORAS DA TERCEIRA IDADE, DAS QUAIS MUITAS TIVERAM SUAS AÇÕES TERAPÊUTICAS VALIDADAS. NO QUAL TODAS AS SENHORAS DISSERAM QUE AS PLANTAS TAMBÉM TÊM SUA AÇÃO TÓXICA SE USADA DA FORMA INCORRETA, PORÉM É NECESSÁRIO SABER SOBRE A PLANTA, O SEU EFEITO E QUANTIDADE PARA CADA PESSOA QUE IRÁ UTILIZÁ-LA.
CONCLUSÃO
A ORIGEM DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS COMO RECURSO TERAPÊUTICO NÃO É NECESSARIAMENTE DE CUNHO CIENTÍFICO, MAS TRATA-SE DE UM SABER E DE UMA PRÁTICA HISTORICAMENTE LEGITIMADOS E DIFUNDIDOS NO SENSO COMUM. ATUALMENTE, MUITAS PLANTAS ESTÃO SENDO ESTUDADAS CIENTIFICAMENTE, GANHANDO LUGAR NO MEIO ACADÊMICO E NA ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE, INCLUSIVE NO CAMPO DA ENFERMAGEM.
NESSE SENTIDO, FOI POSSÍVEL OBSERVAR EXPERIMENTOS COM PLANTAS MEDICINAIS NO ÂMBITO PREVENTIVO E CURATIVO. ENTRETANTO, AINDA QUE AMPARADOS NOS ESTUDOS DISPONÍVEIS E NA OBSERVAÇÃO EMPÍRICA SOBRE A PRÁTICA PROFISSIONAL, AINDA NÃO SE TENHA ATINGIDO SUFICIÊNCIA TANTO NO CAMPO DA DISCUSSÃO, COMO NA PRÁTICA CONCRETA PARA GARANTIR SUA LEGITIMIDADE, ESPECIALMENTE POR ENFERMEIRAS, A PONTO DE TORNÁ-LA UMA PRÁTICA CONCRETA E APLICÁVEL NO SEU ESPAÇO PÚBLICO-PROFISSIONAL.
PORTANTO, A PARTIR DESTE ESTUDO, OBSERVOU-SE A NECESSIDADE DE CONFIGURAR E DELIMITAR PRÁTICA DO USO DE ERVAS MEDICINAIS NO CUIDADO, EMERGINDO A REFLEXÃO ACERCA DAS IMPLICAÇÕES ÉTICAS E LEGAIS DE SUA APLICABILIDADE PELA ENFERMAGEM. REFLETIR SOBRE ESSAS IMPLICAÇÕES NO CUIDADO DE ENFERMAGEM TORNOU-SE NECESSÁRIO, VISTO QUE O DILEMA MAIOR DESTA PROFISSÃO, É O CUIDADO.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. FORMULÁRIO DE FITOTERÁPICOS DA FARMACOPÉIA BRASILEIRA / AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. BRASÍLIA: ANVISA, 2011.
- MINISTÉRIO DA SAÚDE. POLÍTICA NACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS. DISPONÍVEL EM: BVSMS:HTTP://BVSMS.SAUDE.GOV.BR/BVS/PUBLICACOES/POLITICA_NACIONAL_FITOTERAPICOS.PDF. ACESSO EM 06 DE MAIO DE 2018. BRASÍLIA: MS, 2006.
MACIEL, MARIA APARECIDA M. ET AL. PLANTAS MEDICINAIS: A NECESSIDADE DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES. QUÍMICA NOVA, V. 25, N. 3, P. 429-438, 2002.
BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. RDC 48/2004. DISPÕE SOBRE O REGISTRO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS (WWW.ANVISA.ORG.BR). ACESSO EM 04 DE MAIO DE 2018.
OMS. REGULATORY SITUATION OF HERBAL MEDICINES. A WORLDWIDE REVIEW. GENEVA: BULLETIN OF THE WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998.
JUNIOR, VALDIR F. VEIGA; PINTO, ANGELO C.; MACIEL, MARIA APARECIDA M. PLANTAS MEDICINAIS: CURA SEGURA. QUÍMICA NOVA, V. 28, N. 3, P. 519-528, 2005.