DIABETES MELLITUS GESTACIONAL E SUAS IMPLICAÇÕES NO NEONATO
Palavras-chave:
gravidez, diabetes, neonatoResumo
INTRODUÇÃO: A diabetes mellitus gestacional (DMG) define-se como qualquer grau de intolerância à insulina no decurso da gravidez ou que persista após o parto. O critério diagnóstico baseia-se por glicemia de jejum > 92 mg/dl e teste de tolerância à glicose >153 mg/dl na segunda hora. É considerado o problema metabólico mais prevalente na gestação e caracteriza-se pela produção pancreática insuficiente para suportar a resistência insulínica (SILVA, 2017). A DMG acarreta problemas materno-fetais, que perduram durante o período gestacional, parto e pós-parto, acometendo inclusive neonatos. A primeira abordagem utilizada, a fim de alcançar uma melhora, é a consolidação de um plano alimentar juntamente com exercício físico; caso não haja nenhum resultado positivo em um período de 2 a 3 semanas, inicia-se o tratamento farmacológico com insulina, de preferência (MIRANDA, 2016). Os fatores de risco para tal distúrbio estão associados à síndrome metabólica e à história familiar e prévia de DM (MIRANDA, 2016). Entretanto, a frequência das complicações pode ser diminuída se houver o rastreio e o controle precoce da DMG antes da 24ª semana de gestação. Assim, considerando a prevalência da doença e a gravidade de suas possíveis complicações, evidencia-se a relevância ao meio acadêmico e social deste presente trabalho. OBJETIVOS: Apresentar as principais consequências da DMG em neonatos. MÉTODO: Trata-se de uma revisão bibliográfica sistemática, utilizando os bancos de dados: Scielo, LILACS e Medline, com os descritores: Diabetes gestacional neonatal. Após realizada a pesquisa, foram selecionados 06 artigos, que atendessem os critérios de inclusão: publicação no período de 2012 a 2017 e estudos de comparação e discussão sobre à DMG, a partir desses, foram eleitos 5 artigos que possibilitaram análise das principais consequências da DMG em neonatos. RESULTADO: A partir dos dados, observou-se que algumas manifestações neonatais estão intimamente relacionadas à DMG, como a macrossomia e prematuridade, que representaram 25% das 86 gestantes diabéticas avaliadas em um estudo descritivo. Segundo Rodrigues (2017), em sua pesquisa de campo, os recém-nascidos grandes para a idade gestacional representaram 61% dos casos de DMG. Também evidenciou-se, segundos os estudos de Zanrosso (2015) a presença de hipoglicemia em 20,9% e hiperbilirrubinemia em 3,5% dos neonatos. Ocorrem conjuntamente, baixo índice de Apgar ao 5º minuto, síndrome da aspiração meconeal e doenças das membranas hialinas (RIBEIRO, 2017), estando todas essas consequências relacionadas diretamente ao sofrimento fetal, desordens metabólicas do recém-nascido e distúrbios do crescimento. Observa-se também a ocorrência de prematuridade relacionada à DMG e vinculada a ela, os fetos pré-termos podem apresentar complicações cardiovasculares e respiratórias e distúrbio do desenvolvimento neurológico, além de obterem maiores chances de hipertensão arterial, obesidade e de doenças cardiovasculares na vida adulta; segundo estudos de Silva (2017) a insulinoterapia durante a gestação reduz as taxas de prematuridade, que pode chegar a 25,5% (ZANROSSO, 2015). Dessa forma, percebeu-se que a resistência insulínica gestacional acarreta diversas complicações materno-fetais. Dentre as principais manifestações neonatais estão a macrossomia e a prematuridade como as mais prevalentes. Outrossim, observa-se que o diagnóstico precoce seguido do tratamento adequado melhora o prognóstico da DMG, representando tarefa fundamental na prevenção de sequelas em neonatais.
Referências Bibliográficas:
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