MULHER NEGRA E SUA INVISIBILIDADE NO CUIDADO A SAÚDE

Autores

  • Isabela Cristina Evangelista Vaz de Araújo Faculdade Evangélica de Goianésia
  • Celma Cristina de Freitas Faculdade Evangélica de Goianésia
  • Letícia Ferreira Oliveira Faculdade Evangélica de Goianésia
  • Marcela Silvério Fernandes Cardoso Faculdade Evangélica de Goianésia
  • Agnes Raquel Camisão Faculdade Evangélica de Goianésia

Palavras-chave:

Populações Vulneráveis, Saúde da Mulher, Grupo com Ancestrais no continente Africano.

Resumo

INTRODUÇÃO: O acesso à saúde é um marco desde a instituição do Sistema Único de Saúde (SUS), pautado por garantia e acesso a saúde para todos os cidadãos brasileiros. A saúde é direito de todos e dever do Estado, porém historicamente a população negra convive com a discriminação e desigualdades sociais e em saúde. Em 2009 o Ministério da Saúde, instituiu a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), com o objetivo de promover a saúde e combater as desigualdades no Sistema Único de Saúde (Brasil, 2017). No que diz respeito à saúde da mulher negra, estudos demonstram prevalência de doenças especificas, tais como: Alta prevalência de violência doméstica e no trabalho, miomas uterinos e doença falci­forme (VIEGAS e VARGA, 2016). Em 2004, foram propostas novas diretrizes na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher a fim de atender necessidades especificas de saúde que não estavam sendo comtempladas, o movimento de mulheres negras teve um papel muito importante e as necessidades deste e de outros grupos passaram a consideradas e foram incluidas muitas particularidades. Assim, políticas públicas foram implementadas a fim de atendê-las de forma integral e de acordo os princípios e diretrizes do SUS (Brasil, 2017). No entanto, ainda há muitas lacunas no que diz respeito ao acesso desta população no âmbito da saúde. Sendo assim, este estudo tem como objetivo investigar o que diz a literatura sobre a saúde das mulheres negras. Resultados e Discussão: Prates, Ceccon, Alves, Wilhelm, Demori, Silva, Ressel (2015), Elaboraram um grupo focal, com base nas experiências de vida. O objetivo do estudo foi conhecer a necessidade destas mulheres por intermedio  de conversas  sobre o seu cotidiano onde elas relataram suas demandas e necessidades.  Ferreira e Torres (2015), O estudo relata a importância da certificação quilombola, e enfatiza a importância de políticas públicas que visam assegurar a qualidade e condições de vida dos Quilombos, o foco desta a pesquisa é caracterizar a condição nutricional de mulheres e crianças da comunidade atrelando ao fato de como a certificação poderá trazer beneficios dentro desta questõ. Viegas e Varga, 2016, abordam a importância do atendimento de serviços de acordo com as especificidades apresentadas por este grupo, uma vez que a falta de políticas públicas específicas levam a um agravamento das patologias. Jesus e Monteiro (2016) realizaram um estudo em uma escola pública, abordando a concepção dos fatores étnicos raciais da população brasileira, a situação de sáude da mulher negra e seu acesso a saúde. Um artigo realizado com puérperas evidenciou as dificuldades enfrentadas pelas mulheres negras relacionadas ao acesso ao atendimento nas Unidades básicas de Saúde, demonstrando que o numero de exames realizados em puerperas negras são inferiores quando comparados a puérperas de cor branca e qualidade no atendimento prestado (Diniz e et al., 2016). Belfort, Kalckmann, Batista (2016),  abordam no estudo a escassez de pesquisas e artigos que considerem a cor da pele como um possível fator relacionando a patologias, considerando e em especial á saúde reprodutiva de mulheres negras, analisando a alta taxa de mortalidade materna dessas mulheres, evidenciando a assistência á saúde como um dos fatores que podem contribuir com estas mortes.Conclusão:  Os artigos estudados comprovam a falta de produções científicas atuais relacionadas a integralidade da saúde da mulher negra. A qual foi identificado em muitos deles, pesquisas em determinadas regiões, como nas comunidades quilombolas. Não há uma produção global da saúde das mulheres negras e suas especificidades. Somente artigos escritos de forma isolada, definindo uma determinada região. Nota-se a necessidade de estudos que tratam a saúde da mulher negra de maneira holistica. Portanto, pode- se compreender que a falta de produção científica referente a saúde dessas mulheres, causam um grande impacto negativo em suas vidas.

BIBLIOGRAFIA

  1. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Saúde. Disponivel em < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro092.pdf> Acesso em 2018
  2. BRASIL, Constituição Federal. Seção II DA SAÚDE, Artigos nº 196. Brasilia-DF, 1988, Disponível em <http://conselho.saude.gov.br/web_sus20anos/20anossus/legislacao/constituicaofederal.pdf> Acesso em 2018.

 

  1. BRASIL, Constituição Federal, artigo nº5. DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS. Brasília-DF, 1988. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acesso em 2018.
  2. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, uma politica do SUS, 3º edição. Brasília-DF 2017. Disponível em < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_populacao_negra_3d.pdf> Acesso em 2018
  3. VIEGAS, Deuzilene PedraVARGA, István van Deursen. Promoção à saúde da mulher negra no povoado Castelo, Município de Alcântara, Maranhão, Brasil. Saude soc. [online]. 2016. Disponível em http://dx.doi.org/10.1590/s0104-129020162577 Acesso em 2018
  4. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde da Mulher. 29 Junho 2017. Disponível em http://portalms.saude.gov.br/saude-para-voce/saude-da-mulher/sobre-a-area Acesso em 2018.
  5. PRATES, Lisie Alende.A utilização da técnica de grupo focal: um estudo com mulheres quilombolas. Saúde Pública [online]. 2015, vol.31, n.12, pp.2483-2492. ISSN 0102-311X.  Disponivel em http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00006715 Acesso em 2018
  6. FERREIRA, Haroldo da Silva  e  TORRES, Zaira Maria Camerino.Comunidade quilombola na Região Nordeste do Brasil: saúde de mulheres e crianças antes e após sua certificação. Bras. Saúde Mater. Infant. [online]. 2015, vol.15, n.2, pp.219-229. ISSN 1519-3829.  Disponível em http://dx.doi.org/10.1590/S1519-38292015000200008 Acesso em 2018
  7. VIEGAS, Deuzilene Pedra  e VARGA, István van Deursen.Promoção à saúde da mulher negra no povoado Castelo, Município de Alcântara, Maranhão, Brasil. Saúde soc. [online]. 2016, vol.25, n.3, pp.619-630. Disponível em <ISSN 0104-1290.  http://dx.doi.org/10.1590/s0104-129020162577> Acesso em 2018
  8. JESUS, Maria Lucia Gato de  e MONTEIRO, Rosana Batista.Jovens, negras e estudantes: aspectos da vulnerabilidade em São Luís do Maranhão.Saúde soc. [online]. 2016, vol.25, n.3, pp.652-663. Disponível em < ISSN 0104-1290.  http://dx.doi.org/10.1590/s0104-129020162598> Acesso em 2018
  9. DINIZ, Carmen Simone Grilo et al.Desigualdades sociodemográficas e na assistência à maternidade entre puérperas no Sudeste do Brasil segundo cor da pele: dados do inquérito nacional Nascer no Brasil (2011-2012).Saude soc. [online]. 2016, vol.25, n.3, pp.561-572. ISSN 0104-1290. Disponivel em < http://dx.doi.org/10.1590/s0104-129020162647> Acesso em 2018.
  10. BELFORT, Ilka Kassandra Pereira; KALCKMANN, Suzana  and  BATISTA, Luís Eduardo.Assistência ao parto de mulheres negras em um hospital do interior do Maranhão, Brasil.Saude soc. [online]. 2016, vol.25, n.3, pp.631-640. ISSN 0104-1290.  Disponivel em <http://dx.doi.org/10.1590/s0104-129020162571> Acesso em 2018

Biografia do Autor

Isabela Cristina Evangelista Vaz de Araújo, Faculdade Evangélica de Goianésia

Acadêmica, Faculdade Evangélica de Goianésia, Faceg, Brasil. E-mail: isabelavaz@hotmail.com.br

Celma Cristina de Freitas , Faculdade Evangélica de Goianésia

Acadêmica, Faculdade Evangélica de Goianésia, Faceg, Brasil. E-mail: celcrist@outlook.com

Letícia Ferreira Oliveira , Faculdade Evangélica de Goianésia

Acadêmica, Faculdade Evangélica de Goianésia, Faceg, Brasil. E-mail: letiiicia_ferreira@hotmail.com

Marcela Silvério Fernandes Cardoso , Faculdade Evangélica de Goianésia

Acadêmica, Faculdade Evangélica de Goianésia, Faceg, Brasil. E-mail: marcelacardoso.1@hotmail.com

Agnes Raquel Camisão, Faculdade Evangélica de Goianésia

Doutora, Faculdade Evangélica de Goianésia, Faceg, Brasil. E-mail: agnescamisao1963@gmail.com

Publicado

2023-11-27