RELATO DE CASO: DESNUTRIÇO E SEUS IMPASSES NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Resumo

Há fatores importantíssimos e distintos nas prevalências de desnutrição infantil entre os países. Dentre alguns fatores pode-se citar o nível de desenvolvimento econômico, distribuição de riquezas, estabilidade política, responsabilidade gestora dos gastos públicos e padrão sociocultural de cada país, são fatores que podem controlar estes diferenciais (Granthan-Macgregor, 1948). Encontram-se também diferenças entre regiões, populações, bem como, família vivendo no mesmo contexto e até mesmo crianças vivendo no mesmo ambiente familiar. Este relato tem por objetivo inteirar-se e averiguar sobre a desnutrição instalada em diversos contextos familiares. A metodologia empregada se baseia em um relato de caso e pesquisas bibliográficas. Diante disso elaboramos um roteiro de entrevista com a Agente Comunitária de Saúde (ACS) em Goianésia- GO, que acompanha a família mensalmente, a mesma relatou-nos sobre o agravo de desnutrição de uma criança que vive em condições de vulnerabilidade econômica e social. Um dado relevante durante a pesquisa foi a descoberta que no pré-natal de M.S, a mesma era portadora de Sífilis onde se realizou o tratamento. Durante a entrevista foi relatado pela ACS que a família vive em situação de risco com o agravante de uso de drogas ilícitas e que a alimentação da criança baseia-se nas doações de leite que a família recebe e outros alimentos que ganham como legumes e verduras. Hoje a patologia da criança resume-se em um grave caso de desnutrição, podendo ser definida como uma condição clínica decorrente de uma deficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de um ou mais nutrientes essenciais, a qual pode retardar processos neurológicos, fisiológicos e cognitivos. A desnutrição infantil é um dos problemas de saúde pública mais importante no mundo, em virtude de sua magnitude e das consequências para o crescimento e desenvolvimento das crianças (MONTE, 2000), e está seguramente relacionada à difícil condição em que vivem as famílias de baixa renda (FROTA, 2005). O menor M.C.S tem um ano e oito meses, e pesa 6.900 Kg, avalia-se como desnutrição grave, apesar de ter um desenvolvimento parcialmente bom independentemente de seu estado desnutrido. Pôde-se constatar que o menor necessita de acompanhamento especial embora o mesmo seja assistido pela Equipe Saúde da Família (ESF), necessitando ainda de um acompanhamento multidisciplinar que o acolha. A partir disso emerge a necessidade de repensar na implantação de medidas e ações que provenham em um maior crescimento econômico com melhor distribuição dos recursos levando à reativação da economia proporcionando uma melhor qualidade de vida para as famílias, ações estas que contrariem de forma eficiente a pobreza, serão de enorme valia para combater a desnutrição. Contudo a experiência brasileira e a de outros países em desenvolvimento indicam que a intensificação de investimentos em educação, saneamento do meio e cuidados básicos de saúde, incluindo o monitoramento do estado nutricional infantil e a detecção e correção precoces da desnutrição, será essencial para se alcançar a definitiva erradicação do problema (Gillesppie et al., 1996; Smith e Haddad, 2000 e Monteiro et al., 2000).