Atendimento odontológico de pacientes neurodivergentes: práticas de manejo comportamental
Resumo
Introdução: O termo neurodivergente abrange indivíduos cujas configurações neurológicas diferem do padrão típico, incluindo condições como Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Síndrome de Tourette. No contexto odontológico, os estímulos sensoriais, como luzes e ruídos, podem gerar ansiedade e comportamentos não colaborativos, dificultando a adesão ao tratamento e a manutenção da saúde bucal. Objetivo: Identificar as principais estratégias de manejo comportamental utilizadas no atendimento odontológico de pacientes neurodivergentes, considerando suas particularidades clínicas, comunicacionais e sensoriais. Metodologia: Foi realizada uma busca bibliográfica em bases de dados como Scopus e Web of Science utilizando os descritores “odontologia”, “pacientes neurodivergentes” e “manejo comportamental”. Foram incluídos artigos, revisões e estudos de caso publicados nos últimos 15 anos. Resultados: Os estudos encontrados na literatura relatam que, entre as estratégias mais eficazes, destacam-se a dessensibilização gradual, previsibilidade do atendimento e uso do método “Dizer-Mostrar-Fazer” em pacientes com TEA; consultas curtas, objetivas e reforço positivo em pacientes com TDAH; ambiente acolhedor e uso de dispositivos auxiliares em indivíduos com Síndrome de Tourette. Além disso, a adequação sensorial do consultório, a comunicação visual por figuras (PECS) e a colaboração com familiares mostraram-se determinantes para o sucesso terapêutico e para a prevenção de cáries e doenças periodontais. Conclusão: O manejo odontológico de pacientes neurodivergentes exige personalização, vínculo de confiança e educação em saúde direcionada. A adoção de estratégias de comunicação adaptada e ambientes inclusivos possibilita a melhoria da qualidade de vida, além de reduzir riscos de evasão do tratamento.
Palavras-chave: saúde bucal; tourette; déficit de atenção.