Conexões ecológicas no paleoterritório do café

Autores

  • Adi Estela Lazos-Ruíz
  • Herbert Serafim Freitas
  • Rafael da Silva Nunes
  • Rogério Ribeiro de Oliveira
  • Sergio Guevara

Palavras-chave:

paleoterritório; café; Vale do Paraíba; história ambiental

Resumo

A produção de café no Brasil durante o século XIX, foi uma das maiores alavancas para a economia da época após o declínio da mineração. Milhares de toneladas de café foram produzidas no Vale do Rio Paraíba do Sul. As terras valeparaibanas foram pródigas produtoras por um intenso, mas breve período de tempo. Essa etapa histórica, com seus processos bióticos e abióticos, deixou marcas na paisagem até hoje, constituindo um paleoterritório (Oliveira 2007). O objetivo desse trabalho é analisar a paisagem do paleoterritório do café sob a ótica da dinâmica ecológica e tirar lições da história ambiental para o futuro.

O café trouxe com ele uma ocupação do território baseada em primeira instância na derrubada da floresta. O sistema de produção de café, a sol pleno e em fileiras perpendiculares ao chão, determinou o destino da floresta e com isso o destino dos solos e do clima da região. Contudo, as fazendas cafeeiras eram complexos produtivos quase autossuficientes no abastecimento de alimentos, energia e materiais, constituindo um contexto agroecológico provavelmente mais diverso do que outras monoculturas contemporâneas importantes. Hoje, o paleoterritório do café configura-se como um mosaico de atividades e usos de solo incluindo pastagens, áreas naturais protegidas, fragmentos florestais e plantações de eucalipto. Utilizou-se a revisão de literatura, o índice de circularidade e entrevistas a habitantes locais, para analisar alguns elementos ecológicos da paisagem atual. Entre as principais conclusões identificamos que para diminuir a grande fragilidade da paisagem encontrada nos valores assumidos pelo índice de circularidade, é necessário arborizar mais as pastagens, as matas ciliares e as cercas vivas. Para manter a funcionalidade do ecossistema é necessária a participação da população local na construção de estratégias de sustentabilidade que incluam benefícios tanto ecológicos quanto sociais. Há uma rápida perda de conhecimento etnoecológico que precisa ser documentado e reavivado. É importante aprender as lições da história ambiental dos últimos séculos do Vale do Paraíba, especialmente pensando naquelas áreas que estão sendo utilizadas para plantio do café sob sol no Brasil e em outros países tropicais.

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Publicado

2017-11-13

Edição

Seção

História Ambiental