Um quebra-cabeça verde: “montando as peças” do reflorestamento empreendido na Floresta da Tijuca
Palavras-chave:
Atlântica, História Ambiental, Ecologia Histórica, Restauração Florestal, Sucessão EcológicaResumo
A floresta que recobre o maciço da Tijuca, localizado no município do Rio de Janeiro, possui e tem exercido papel fundamental na vida e no cotidiano da cidade e dos seus cidadãos. Atualmente, parte de sua vegetação encontra-se protegida pelo Decreto Federal nº. 60.183 que criou o Parque Nacional da Tijuca (PNT) e abrange aproximadamente 3.952 hectares. Um olhar distraído pode sugerir pouca interferência antrópica na sua composição florística e estrutura atuais, o que não se confirma, mas ao contrário, suas matas sofreram diversos usos que contribuem para sua rica História Ambiental, ainda a ser desvelada. Contudo, a verdade é que a história da Floresta da Tijuca é muito menos conhecida e documentada do que se imagina. Este texto tem dois objetivos principais: i) recontar, sob outra perspectiva, parte importante da História Ambiental da cidade do Rio de Janeiro, enfocando no reflorestamento empreendido na Floresta da Tijuca; ii) analisar como ocorreu este reflorestamento, isto é, como foi elaborado seu projeto, quais foram suas motivações, quais espécies foram selecionadas, quantos hectares de floresta foram efetivamente restaurados, entre outros. Documentos históricos foram inventariados e selecionados para análise. O que se depreende, preliminarmente, é que a regeneração natural teve um papel fundamental no restabelecimento da floresta, pois Archer e seus sucessores reflorestaram 5,2% da atual área que constitui o Parque Nacional da Tijuca. Ademais, é importante destacar que o replantio das mudas, e, igualmente a maior fiscalização que coibiu a derrubada das árvores, muito possivelmente se trataram de ações fundamentais ao restabelecimento da Floresta da Tijuca, exuberante e ainda megadiversa, tal qual se apresenta atualmente.