TABAGISMO COMO FATOR DE RISCO A DOENÇA PERIODONTAL
Resumo
TABAGISMO COMO FATOR DE RISCO A DOENÇA PERIODONTAL
Hygor Da Silva Ferraz Malheiros¹*, Evellyn Victoria Hungria Lúcio¹, Hizabelle Prudente Bontempo¹, Maria Eduarda Santos Gomes¹, Rafaela Lemos De Mendonça¹, Dayane de Almeida Brandão²
1 Acadêmicos do Curso de Odontologia do Centro Universitário de Anápolis- UniEVANGÉLICA.
2 Professora Me. em Periodontia do Curso de Odontologia do Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA
RESUMO
O fumo atua na resposta imunológica promovendo vasoconstrição, alteração da microbiota oral e citotoxicidade em tecidos bucais. O objetivo desse trabalho é discorrer sobre a influência do tabagismo na doença periodontal através de uma revisão bibliográfica. A nicotina presente no cigarro é capaz de interferir diretamente na capacidade de fagocitose dos neutrófilos, diminuir a quantidade de linfócitos, além de reduzir os níveis de anticorpos salivares e séricos para a microbiota específica periodontal. Essa deficiência imunológica resulta na severidade da doença, aumentando a perda de inserção periodontal e reabsorção óssea. O paciente tabagista não apresenta sangramento e edema justamente em função da vasoconstrição produzida em função da liberação de adrenalina induzida pela nicotina que compromete a chegada de células inflamatórias no local. O tratamento compreende debridamento mecânico e posteriormente, terapia periodontal de suporte com medidas preventivas, como uma correta escovação e principalmente, a motivação para que o paciente cesse o hábito de fumar, visto que sem a interrupção do vício, os resultados serão pouco satisfatórios. A literatura científica mostra que o resultado do tratamento periodontal nos fumantes, na maioria das vezes, é insatisfatório em relação aos não fumantes ou pacientes que pararam de fumar, o que torna muito importante o cirurgião-dentista orientar o paciente sobre os riscos e prejuízos no tecido periodontal ao longo prazo.
PALAVRAS-CHAVE: Doença Periodontal. Nicotina. Cotinina. Tabaco
INTRODUÇÃO
A Doença Periodontal é muito mais comum em pacientes tabagistas comparados aos que não possuem o hábito de fumar, pois além de alterar a microbiota oral e as características do biofilme dentário, altera a nível sistêmico, estimulando o Sistema Nervoso Central (SNA) a liberação de Epinefrina. Esta por sua vez, provoca a uma vasodilatação breve seguida de uma intensa e longa vasoconstrição. Com isso, o biofilme, que está mais patogênico que o comum, invade as estruturas de sustentação do indivíduo e este que está com a defesa comprometida (quantidade de neutrófilos, macrófagos e outros PNM’s limitada), pois a migração do plasma para a área afetada está diminuída em função da quimiotaxia estar reduzida, leva mais tempo que o normal para realizar defesa e morte dessas células agressoras. Portanto, a destruição tecidual de um paciente tabagista chega a ser rampante comparada a um paciente não tabagista. Com isso, o tratamento deve ser voltado especificamente à essas condições, respeitando e considerando cada detalhe, para que haja sucesso no tratamento.
OBJETIVOS:
O objetivo geral desse trabalho visa apresentar as características e evidenciar a probabilidade de um paciente tabagista desenvolver Doença Periodontal, apontando suas necessidades e possíveis formas de resposta imunológica e/ou sistêmica. E, ainda, apontar ao cirurgião-dentista suas necessidades para o tratamento de pacientes nestas condições.
DESENVOLVIMENTO:
Segundo Tarallo (2010), a nicotina e seu derivado, a conina, estão presentes nos fluídos gengivais e/ou líquidos corporais de pacientes tabagistas e fumantes passivos. A cotinina é capaz de destruir compostos químicos gengivais anti-oxidantes, gerando uma mistura tóxica e corrosiva, capaz de interferir diretamente no sistema imunológico e homeostasia gengival.
Em função das substâncias presentes na fumaça do tabaco, expõe o paciente a um alto nível de probabilidade de desenvolver Doença Periodontal, seja qualquer o tipo, em relação a uma pessoa que não porta tal vício.
O fumo tem sido associado a uma maior prevalência e severidade da destruição periodontal, observadas pelo aumento da profundidade de sondagem, reabsorção óssea alveolar e perda de inserção. Estes efeitos podem ser influenciados pelo número de cigarros fumados e o tempo do hábito. Além disso, pacientes fumantes apresentam resultados menos satisfatórios que pacientes não fumantes.
CONCLUSÕES:
É importante que o Cirurgião-Dentista saiba lidar com situações e intercorrências de pacientes tabagistas, priorizando sempre o incentivo para que deixe o hábito de fumar, visto que será de grande importância tanto para o tratamento periodontal, regeneração tecidual quanto para toda a condição sistêmica envolvida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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