PAPILOMA VERRUCOSO EM CRIANÇA: RELATO DE CASO

Autores

  • Natália Borges Rodrigues de Deus
  • Ana Beatriz Teodoro dos Anjos
  • Maria Alves Garcia Santos Silva
  • Brunno Santos de Freitas Silva
  • Satiro Watanabe
  • Mário Serra Ferreira

Resumo

PAPILOMA VERRUCOSO EM CRIANÇA: RELATO DE CASO

 

Natália Borges Rodrigues de Deus1, Ana Beatriz Teodoro dos Anjos1, Maria Alves Garcia Santos Silva2, Brunno Santos de Freitas Silva4, Satiro Watanabe3, Mário Serra Ferreira3

 

1Acadêmicas de Odontologia do Centro Universitário de Anápolis - UniEvangélica,

2Doutora em Odontologia. Professora da Universidade Federal de Goiás (UFG)

3Mestre em Odontologia. Professor da área de Cirurgia Bucal do Curso de Odontologia do Centro Universitário de Anápolis – UniEvangélica

4Doutor em Estomatologia. Professor da área de Diagnóstico do Curso de Odontologia do Centro Universitário de Anápolis – UniEvangélica

 

RESUMO SIMPLES

 O papilomavírus humano (HPV) é um vírus que possui alto tropismo por células epiteliais, sendo responsável pelas formações de diversas neoplasias benignas ou malignas em regiões de cabeça e pescoço. Atualmente foram identificados e classificados mais de 120 tipos de HPVs e acredita-se que as principais vias de transmissão do HPV em humanos se dão pelas vias oral oral e oral genital. Este trabalho tem como objetivo elucidar um caso ocorrido na Clínica Odontológica de Ensino do Centro Universitário UniEVANGÉLICA de Anápolis. Paciente sexo feminino, 9 anos, com a queixa “apareceu uma carne no céu da boca”. Durante a anamnese, relatou o surgimento da lesão há aproximadamente seis meses, com sintomatologia dolorosa provocada durante a alimentação. A paciente não possuía alterações sistêmicas. Ao exame intrabucal, notou-se uma lesão papilar e verrucosa, cor rosa pálida, forma granular, inserida no palato duro, com base pediculada. A hipótese de diagnóstico foi de papiloma verrucoso. Diante dos achados clínicos, o tratamento elencado foi a biopsia excisional e análise do histopatológico, confirmando, assim, a hipótese inicial. O controle de dor pós-operatória foi alcançado com uso de dipirona líquida. É essencial o conhecimento e senso crítico do cirurgião-dentista para a condução e resolução desses casos, bem como a conscientização quanto aos inúmeros benefícios relacionados a vacinação contra este vírus.

Palavras-Chave: Vírus DNA; Verrugas; Papiloma.

 

INTRODUÇÃO

            O HPV é um vírus que perturba o maquinário celular, especificamente alguns supressores tumorais. Esses controlam o ciclo celular, fazendo com que haja uma proliferação exacerbada do tecido epitelial e formação de projeções epiteliais, as quais podem ser benignas ou malignas. As manifestações podem ter magnitude dentro da normalidade ou ter projeções exuberantes.1

As manifestações clínicas das lesões oriundas do HPV possuem características irregulares, de aspecto verruciforme, verrucoso, algumas se assemelham a couve flor. Podem ser adquiridas através do meio ambiente, de uma pessoa para a outra, sem que haja necessariamente o contato sexual e, outras são DST propriamente ditas. Atualmente a literatura traz que a forma de contagio mais aceita é quando o vírus consegue adentrar ao organismo de um indivíduo pelas fissuras presentes no epitélio.1

O HPV é um vírus cujas lesões podem manifestar alto risco oncogênico (são os cânceres do colo de útero, vagina, pênis, ânus, orofaringe 6,11,40,42,43,44,54,61,70 e 81) e baixo risco oncogênico (são as lesões papilhosas, verrucosas e o condiloma)16,18,31,33,35,39,45). Existem dois genes virais, expressos pelos genes E6 e E7, que são responsáveis por suprimir os genes que realizam o controle neoplásico, que são a Proteína P53 e a proteína Reticulo Blastomaro Fosforilado, onde na fase de interfase os genes E6 e E7 paralisarão todo controle de multiplicação celular que poderia conter anormalidade genética.2

 

OBJETIVO

Este trabalho teve como objetivo relatar o caso de uma paciente que apresentava em região de palato duro, lesão característica de HPV, elencando as principais vias de transmissão, os tipos de lesões possíveis em cavidade bucal bem como o potencial oncogênico que algumas lesões oriundas do vírus HPV possuem.

DESENVOLVIMENTO

Paciente, leucoderma, 9 anos de idade, compareceu na COE (Clínica Odontológica de Ensino) do Centro Universitário de Anápolis-UniEVANGÉLICA, com uma queixa principal de: “Apareceu uma carne no céu da minha boca” (sic). A lesão possuía sintomatologia dolorosa, provocada somente durante a alimentação. O aspecto era verrucoso, rósea pálida, com base pediculada.

Ao ser questionada sobre a progressão da lesão, a responsável da paciente não soube informar ao certo o tempo de evolução. Com base nos achados clínicos foram levantadas duas principais hipóteses de diagnóstico: papiloma verrucoso e condiloma. Para confirmar tal hipótese de diagnóstico, realizou-se biopsia excisional na região do palato duro. Após a exérese, colocou- a em um frasco de boca larga, contendo formol 10%. Encaminhou-se para o serviço de Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (UNICAMP). O resultado do exame anatomopatológico foi de papiloma, uma lesão de baixo risco oncogênico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O vírus do HPV pode, conforme o seu gênero, apresentar alto poder oncogênico. Dependendo da região e idade do paciente, a lesão pode apresentar sugestão de abuso sexual. A imunização se faz necessária como única forma de prevenção, visto que o HPV não tem cura.

A capacitação do cirurgião dentista em reconhecer e diagnosticar lesões que se manifestam em cavidade bucal é de extrema importância com escopo de identificar a etiologia e, posteriormente, saber tratá-las.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Silva BSF, Yamamoto, FP, Cury MDP, Cury SEV. Infecção por Papilomavírus Humano e Câncer Oral: Revisão da literatura atual. Cadernos UniFOA, 2011; 6(17).
  1. Zur Hausen, H. Papillomaviruses in the causation of human cancers - a brief historical account. Virology, 2009; 384: 260-265.

 

 

 

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Publicado

2019-06-10

Edição

Seção

Resumo