Ética, vida humana x vida não humana, a sacralidade a vida humana e a eutanásia
Palavras-chave:
Vida Humana, Ética, Racional, Vida não Humana, EutanásiaResumo
Introdução:
O valor da vida humana frente ao valor dos outros tipos de vida sempre foi objeto de intensa discussão, a corrente tradicionalista defende que a racionalidade, ou seja, a capacidade de pensar, de usar a linguagem e de ter consciência de si como o critério decisivo para um sujeito ser membro da comunidade moral e beneficiar-se na distribuição da justiça. Já Peter Singer, critica essas teorias da com raiz racionalista e procura redefinir a comunidade moral em novas bases, através do Princípio de Igual Consideração de Interesses Semelhantes, para com isso incluir os seres não humanos sencientes e os seres humanos não racionais sencientes no âmbito da comunidade moral, trazendo os mesmos a um novo patamar de igualdade.
A Igualdade da vida humana e não humana a consideração e o conflito de interesses
O texto de Peter Singer e suas teorias defende a tese da igualdade e consideração de interesses. O ser humano racional muitas vezes, não tem uma “personalidade moral”, entre outras pessoas e entre seres não humanos também, além disto, é um grande problema envolvendo a ética é a igualdade entre seres existentes na terra. Todos os seres racionais tem por costume separar classes sociais, raças, etnia, querendo ou não envolvem a ética, sendo assim tendo um comportamento antiético, também podemos citar os animais que mesmo não sendo racionais tem uma memória do passado e expectativas do futuro, ou seja os animais também tem consciência entre si e segundo o autor nenhum ser vivo deve ser tratado como objeto.
Iremos tratar ao longo desse extenso problema, diante da Ética, mais filosófica, indignações do filósofo Peter Singer, em relação ao mau tratamento dos animais, desconsiderações, não se explicam o utilitarismo, que servia o bem-estar de textos, colocar os seres senciência, em um melhor nível de tratamento
A capacidade da razão de levar nos para onde não contávamos ir também poderia levar a um curioso desvio do que poderia levar do que poderia esperar fosse a linha direta da evolução. A tese de que a vida humana é sempre mais valiosa que qualquer vida não humana são alvos da crítica de Singer. No entanto, a distinção entre matar e deixar morrer é deveras
menos nítida do que a princípio nos parece. Repensar nossa ética de vida e morte pode nos levar a ver com mais seriedade nosso fracasso em fazer o necessário por aqueles cujas vidas poderíamos salvar sem grandes sacrifícios de nossa parte. Assim é errado por fim a vida de alguém, apenas nas circunstâncias em que contra a vontade desse alguém só uma pessoa pode desejar continuar a viver. Isso significa que pôr um fim a vida das pessoas, contra o desejo delas, e diferente de pôr um fim a vida de seres que não são pessoas, porque tais seres não são capazes de ter uma vontade.
Observa-se que devemos nos preocupar com o tratamento da vida humana antes que esta venha a tornar-se uma pessoa, isto é “só traga ao mundo filhos desejados”, de modo que, para o autor o fato de o embrião poder transformar se numa pessoa não significa que pertence ao indivíduo.
A Crítica a pretensa sacralidade da vida humana
Peter Singer critica o conceito de sacralidade atribuído a vida humana, por ser um conceito admitido apenas para com a vida humana e não se estender as demais formas de vida como a anima e vegetal por exemplo. Segundo Singer, a vida humana possui um valor muito especial se comparado ao valor menor que é atribuído a outras espécies e formas de vida.
Para tentar compreender o valor da vida, Singer separa em duas categorias diferentes a doutrina da santidade da mesma, sendo que a primeira categoria da ênfase ao valor especial da vida humana e a segunda no que há de valor especial na vida de uma pessoa. Eleger como especial, a vida de determinado ser, no caso do ser humano, apenas por pertencer a esta espécie, se mostra um erro no campo da moral e da ética, já que isso seria de fato, um tipo de especismo.
Na segunda categoria, Singer nos mostra que após admitida a definição de uma pessoa como ser racional, existem diferenças que nos levam a considerar o porquê pode ser pior matar alguns seres do que outros. Dentro deste ponto de vista, o ser humano (pessoa) possui uma vontade de continuar vivendo, o que não ocorre, pelo menos de forma explicita, com outras espécies.
Sendo assim, para Singer, apenas a vida dos seres conscientes possuem valor em si, já que a morte destes interrompe o desejo de continuar vivendo e, portanto, a interrupção de suas experiências.
A eutanásia na perspectiva ética de Peter Singer
O significado da palavra “eutanásia” vem do grego eu, bom, e thánatos, morte, isto é, uma boa morte, ou melhor, uma morte sem sofrimento.
Vale ressaltar, que de acordo com o autor, se tratando de eutanásia, deve-se levar em conta sob a perspectiva da morte programada como um acontecimento que deve acontecer de tal maneira que se respeite o direito e a dignidade para quem morre.
O princípio ético da autonomia, aplicado à bioética, aliando a defesa da liberdade, na qual, o ser humano possui direito de decidir sobre seu próprio corpo, concede ao indivíduo o direito de decidir entre viver e morrer.
De acordo com Engelhardt Jr., a morte exige decisões. Sobre a eutanásia sustenta que se não há diferença entre desejar a morte de um indivíduo e permiti-la. Então, não há impedimento ético para se praticar a eutanásia, se é este o desejo do indivíduo.
Em se tratando do autor Singer, no que diz respeito à eutanásia, inclui, além da eutanásia voluntaria dois outros tipos de eutanásia: a eutanásia involuntária e a eutanásia não voluntária.
A eutanásia voluntária se trata de uma ação que atende à vontade do paciente. Ao contrário da eutanásia não voluntária, a eutanásia voluntária envolve pacientes racionais e conscientes de si mesmo e, de acordo com Singer, como já referido anteriormente, tirar a vida de um ser autoconsciente é algo mais sério do que tirar a vida de um ser apenas consciente.
Em se tratando à teoria dos direitos, quando admitido o direito à vida, consequentemente não caracteriza erro solicitar que o médico atenda ao pedido de por fim à vida, visto que, o que ocorre é apenas o ato de abrir mão do próprio direito à vida.
Para o autor, a eutanásia involuntária consiste na ocasião em que a pessoa morta teve condição de decidir sobre a própria morte e, no entanto, não decidiu, seja porque não lhe perguntaram, ou seja, porque quando perguntada se desejava morrer ela responde que desejava continuar vivendo.
Segundo Singer, este caso reúne sob a mesma classe dois casos distintos. Pois, uma coisa é matar alguém que prefere continuar vivendo, e outra coisa é matar alguém que não apresentou vontade de morrer, mas que se perguntado teria decidido.
No entanto, na perspectiva de Singer, a vida de seres humanos em estado de coma irreversível não possui valor em si, uma vez que esses são incapazes de manifestar preferência. Sendo assim, não justifica mantê-los vivos.