A CRISE SOCIOAMBIENTAL: uma reflexão acerca do papel humano na sustentabilidade ambiental

Autores

  • José Júnio Pereira dos Santos
  • Vanderlei Luiz Weber

Resumo

1 INTRODUÇÃO
Neste presente artigo serão abordados os grandes fatores da crise socioambiental, assim como se buscará tratar da junção das questões sociais às questões ambientais.
A crise ambiental possui relação direta com a crise do comportamento humano, e ambas se revelam nas desigualdades, na perda da dignidade humana e na destruição progressiva do planeta.
Vários são os elementos que justificam a escolha do presente trabalho. Em primeiro lugar, ele visa, a partir dos distúrbios do comportamento humano e da degradação do meio ambiente, apresentar os perigos desse modo de condução, além de sinalizar novas possibilidades. Em seguida, aparece a importância de entender que o desenvolvimento sustentável leva em conta as necessidades básicas do ser humano, tais como a saúde, o acesso à moradia, ao lazer, dentre outras. Faz tornar-se mais evidente a necessidade de preservação dos recursos e a intervenção que colabore com um planeta melhor.
O grande questionamento que envolve a temática socioambiental é: como conscientizar a população da importância do meio ambiente para a vida atual e a das gerações futuras? É necessário conhecer essa realidade visualizando a problemática em abordagem, transmitir esse conhecimento a fim de conscientizar, para que, compreendendo a realidade, poder transformar ideias em programas e ações.
Por fim, o objetivo é contribuir para a reflexão social e fazer compreender que o meio ambiente é único e necessário para a preservação de todas as espécies.
2 METODOLOGIA
O presente trabalho faz uso de pesquisa bibliográfica. Este perfil metodológico foi utilizado por se tratar de tema atual e relevante, que ainda provoca muita discussão.
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As pesquisas bibliográficas visam desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias.
Para Gil (1999, p. 43), pesquisas deste tipo são desenvolvidas com o intuito de proporcionar visão geral acerca de determinado fato, sendo realizadas, especialmente "quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil formular hipóteses precisas e operacionalizáveis".
Apresentam-se como limites de pesquisa, a crise da questão socioambiental. A maioria do material encontrado evidencia o caráter técnico, mas que não exclui as atitudes humanas e as necessidades sociais.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Um dos grandes desafios sociais enfrentados no século XXI, é a busca pelo equilíbrio econômico e socioambiental. Se faz necessário observar e estudar os atuais meios de produção para que haja uma harmonia com os lucros e o meio ambiente. Nessa direção, para Castoriadis (1999, s.p.): Entramos numa época de ilimitação e é nisso que temos o desejo de infinito(...). A sociedade capitalista é uma sociedade que caminha para o abismo, sob todos os pontos de vista, por não saber se autolimitar. E uma sociedade realmente livre, uma sociedade autônoma deve saber se autolimitar, saber que há coisas que não se pode fazer (...). Vivemos neste planeta que estamos destruindo (...). Tantas maravilhas em vias de extinção. Penso que deveríamos ser os jardineiros deste planeta. Teríamos que cultivá-lo (...). A tarefa é enorme (...). O imaginário de nossa época é o da expansão ilimitada (...). Isso é que é preciso destruir (...). É neste imaginário que o sistema se apoia.
Apontam Cenci e Burmann (2013) que a crise ambiental está intimamente ligada à crise humana: a injustiça social é elemento crucial para tratar de temas ambientais e de sustentabilidade. A cultura consumista é sentida tanto socialmente como ambientalmente. Os autores ainda continuam argumentando que a modernidade possui uma racionalidade instrumental. O saber científico e a razão passaram a ser valorizados, e em consequência desse processo apresenta sinais de exaustão e vislumbram um horizonte ambiental de crise, de insustentabilidade e colapso dos ecossistemas.
Conforme Santos (2017), a busca pela satisfação e realização, pensada exclusivamente a partir da potencialização do consumo é capaz de resultar numa devastação irreparável dos ecossistemas em nosso planeta. Os autores Cenci e Burmann
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(2013) abordam que o acúmulo de lixo e a questão energética são alguns dos maiores problemas que a nossa sociedade pode enfrentar. Além desses, a crise pelo acesso à alimentação e a desigualdade na distribuição de rendas, causa a exclusão e fere os Direitos Humanos.
A partir do que foi apontado pelos atores citados, pode-se notar que a participação da sociedade civil é essencial tanto para compreender quanto para combater a crise socioambiental que vivenciamos. O consumo desenfreado, a constante devastação dos recursos naturais, a desigualdade social, o desrespeito aos Direitos Humanos e a forma como os atores governamentais ou não governamentais encaram essas questões; todos esses fatores demonstram a importância da sociedade civil. Tanto por esta ser agente ativo no processo de degradação socioambiental quanto por conter, em si, potencial solução para o problema (SANTOS, 2017).
Assim, se fecha esse raciocínio fazendo remissão à necessidade de outra lógica para um possível desenvolvimento socioambiental. Lógica essa que passa pela política dos três (3) erres que compreendem as ações de reutilizar, reciclar e reduzir o consumo, considerando essa última como o ponto crucial para a redução do lixo e da poluição ambiental.
4 CONCLUSÃO
A sociedade moderna vivencia uma crise socioambiental. Uma das maneiras de não apenas explorá-la, mas, principalmente, combatê-la, é formar uma conexão entre sociedade, disciplinamento e pontos de vista. A conscientização individual, combinada a medidas e ações coletivas se apresenta como um dos caminhos para a proteção dos Direitos Humanos e para o alcance de um modo de vida sustentável.
Assim, nossa missão não é apenas preservar o planeta. É necessário restabelecermos nossas prioridades, modificando a concepção que temos de nós mesmos e da natureza e reconstruindo as bases de nossa organização socioeconômica. Caso contrário, qualquer esforço no sentido de tentar minimizar ou eliminar os problemas ambientais será apenas paliativo e não representará uma mudança duradoura e sustentável (ALBUQUERQUE, 2007).

Publicado

2018-05-17