CONSTELAÇÃO FAMILIAR COMO FORMA DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS NO DIREITO DE FAMÍLIA

Autores

  • Jaqueline Aparecida Costa
  • Naiara Cristina Vencio Silva
  • Fernanda Heloisa Macedo Soares FACEG

Palavras-chave:

Constelação Familiar, Direito Sistêmico, Direito de Família

Resumo

O enfoque desse trabalho é entender como a constelação familiar sistêmica pode
prestar de ferramenta ao judiciário brasileiro e com isso resolver conflitos que afetam a
sociedade, tal estudo quer compreender como é a gestão deste tipo de mediação na família
que compõe a lide processual.
A metodologia utilizada como pesquisa é a bibliográfica, que será desenvolvida a
partir de materiais publicadas em livros, artigos, dissertações e teses, e além de utilizar o
método dedutivo, pois tratará de leis gerais para compreensão da questão analisada.
A presente pesquisa se enquadra em um nicho dos métodos de resolução de conflito
no direito civil. Neste sentido, é necessário entender quais os meios de resolução de conflitos,
observando que existe a autocomposição e a heterocomposição. Na heterocomposição as
partes elegem um terceiro como epicentro da discussão que substitui as vontades das partes e
soluciona o conflito; para a autocomposição, ou composição amigável, as partes, em conjunto,
se unem e chegam a um acordo. (VALÉRIO, 2016)
A conciliação pode ser observada expressamente no Art. 165 §2º CPC, o qual se trata
de uma forma de resolução de conflitos em que se elege um terceiro, obrigatoriamente neutro
e imparcial, para facilitar e harmonizar a comunicação entre as partes que já detém uma
relação, com o objetivo de um acordo satisfatório para ambas as partes (VALÉRIO, 2016)
Nesse sentido é analisado a heterocomposição, por meio da mediação como uma
forma de se resolver o conflito de maneira harmoniosa e célere, utilizando dos mecanismos
desta metodologia para dirimir um problema anteriormente a instauração de um processo
contencioso.
Apresentada as bases na mediação e conciliação, mais especifico o método de
constelações sistêmicas, este tipo de resolução de conflitos visa criar uma mediação única na
qual tenta retomar valores hierárquicos da família. Este tema ainda é pouco aplicado nos
juizados brasileiros, mas vem ganhando destaque devido a sua eficácia.
Inicialmente nas palavras de Céspedes (2017) é possivel obter grandes noções dos
conceitos de constelação familiar e constelação sistêmica para evidenciar o mesmo fenômeno,
assim entende-se que o papel da constelação familiar é entender, em síntese, os problemas
familiares em geral e os problemas que afetam a harmonia em questões específicas. Portanto,
trata-se de uma dinâmica de grupo.
A constelação familiar nasceu com os estudos de Bert Hellinger (2001), através dos
conceitos da estrutura familiar e as ditas “ordens do amor”, concepções criadas pelo próprio
autor por meio de experiências fenomenológicas e ensaios sobre o tema. Nestas constelações
familiares os entes que nela figuram sempre se sentem diferente dependendo do tratamento
que recebem, com isso sua “alma” acaba em dissonância e rejeitando o grupo que figura,
fazendo com que surjam os problemas. (HELLINGER, 2001)
Destaca-se que este método de resolução de conflitos é recente e só pode ser aplicada
após implemento do Novo Código de Processo Civil e da Lei 13.140 de 2015. Segundo os
estudos de Pinho (2011) o Código de Processo de 1973, não permitia novas técnicas de
resolução de conflitos, em especial as novas metodologias de mediação.

Referências

PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. "A mediação no direito brasileiro: evolução,
atualidades e possibilidades no projeto do novo Código de Processo Civil." Direito
Processual, Juiz de Fora, MG 12 (2011).
VALÉRIO, Marco Aurélio GUMIERI.Os meios alternativos de resolução deconflitos e a
buscapela pacificação social, Revista de Direito Privado, RDPRIV VOL. 69, 2016.
CÉSPEDES, Adele SpeckRendón. "A Constelação Familiar aplicada ao Direito Brasileiro
a partir da Lei de Mediação."TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina.
Centro de Ciências Jurídicas. Direito, 2017.
CARVALHO, Elza Vicente. "Constelações Familiares Sistêmicas." Revista Saúde
Quântica 1, no. 1. 2012.
HELLINGER, Bert, and Gabriele Ten Hövel. Constelações familiares: o reconhecimento
das ordens do amor. Editora Cultrix, 2001.

Publicado

2019-12-16