AVALIAÇÃO CLÍNICO-PATOLÓGICA DO MODELO EXPERIMENTAL DE INJÚRIA INDUZIDA PELA INALAÇÃO DE GLIFOSATO

Autores

  • YAGO JOSÉ FAGUNDES DE FREITAS Centro Universitário Evangélico - UniEvangélico
  • João Pedro Ribeiro Afonso Universidade Evangélica de Goiás - UniEVANGÉLICA
  • Ricardo Silva Moura Universidade Evangélica de Goiás - UniEVANGÉLICA
  • Shayra Kellen Arantes Souza Universidade Evangélica de Goiás - UniEVANGÉLICA
  • Vinicio Vilela da Costa Barros de Melo Universidade Evangélica de Goiás - UniEVANGÉLICA
  • Naiza Murielly Pereira Borges
  • Diego Antônio Calixto de Pina Gomes Mello Universidade Evangélica de Goiás - UniEVANGÉLICA
  • Luís Vicente Franco de Oliveira Universidade Evangélica de Goiás - UniEVANGÉLICA

Palavras-chave:

agrotóxicos, intoxicação, pulmão

Resumo

A produção agrícola no Brasil, pautada na Revolução Verde, sofreu várias transformações para se adequar ao mercado mundial, para isso utilizou-se de novas tecnologias, que em sua maioria, envolveu o uso abusivo de agrotóxicos e fertilizantes químicos, com a finalidade de maximizar sua produtividade e combater as doenças na agricultura1.

Essa modernização do campo incentivada pela Revolução Verde, “gerou um conjunto de problemas que afetam diretamente a saúde das populações que vivem no campo e nos centros urbanos”2. De acordo com a Fiocruz3 a Revolução Verde se consolidou no Brasil em 1965, mediante a criação do Sistema Nacional de Crédito Rural, que associava a obtenção de crédito de custeio à obrigatoriedade da compra dos produtos químicos pelos agricultores.

Abreu e Alonzo4 afirmam que o Sistema Nacional de Crédito Rural e o Programa Nacional de Defensivos Agrícolas, favoreceram a instalação das indústrias no país, facilitando o acesso de trabalhadores rurais aos agrotóxicos.

Devido a elaboração de mecanismos facilitadores para a obtenção de agrotóxicos e a alta produção rural no Brasil o uso dessas substâncias vem aumentando significativamente no Brasil nos últimos cinquenta anos. A exposição humana, em especial dos trabalhadores aos agrotóxicos representa um grave problema de saúde pública. Outras espécies de animais e vegetais também são afetadas pela contaminação do ambiente. Os danos causados por esses produtos químicos ameaçam a vida das gerações atuais e futuras3.

O impacto do uso de agrotóxicos sobre a saúde dos trabalhadores rurais tem sido objeto de estudo da comunidade científica. Nos trabalhadores rurais, os efeitos nocivos sobre o sistema reprodutivo e hormonal, podem provocar o aborto, além de possíveis efeitos teratogêncios, mutagênicos e cancinogênicos. Lopes e Albuquerque5 ressaltam que além dos impactos causados pelo uso dos agrotóxicos no meio ambiente, diversos casos de intoxicações e outros agravos à saúde humana são apontados em estudos científicos. De acordo com o dossiê da Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO, as principais doenças relacionadas à intoxicação por agrotóxicos são: alergias respiratórias, arritmias cardíacas, lesões renais, fibrose pulmonar, câncer, doença de Parkinson, entre outras6.

A relevância da utilização dos agrotóxicos enquanto problema ambiental e de saúde pública cresce na proporção da expansão de seu uso e das evidências dos impactos que podem causar. A utilização abusiva dessas substâncias no campo aliado com a não utilização dos equipamentos de proteção individual, faz com que a exposição dos agricultores aos agrotóxicos seja bem maior, comprometendo principalmente o sistema respiratório. Devido poucos relatos do impacto dessas substâncias no sistema respiratório, é necessário que mais estudos sejam realizados para compreendermos melhor sobre as possíveis patologias que os agrotóxicos podem causar no organismo. O objetivo específico do estudo é a análise histológica de pulmão de camundongos em modelo experimental de injúria induzida pela inalação de glifosato.

Referências

ABREU, Pedro Henrique Barbosa de; ALONZO, Herling Gregorio Aguilar.

CARNEIRO, Fernando Ferreira (Org.) Dossiê ABRASCO: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde / Organização de Fernando Ferreira Carneiro, Lia Giraldo da Silva Augusto, Raquel Maria Rigotto, Karen Friedrich e André Campos Búrigo. - Rio de Janeiro: EPSJV; São Paulo: Expressão Popular, 2015.

FIOCRUZ. Ministério da Saúde. Agrotóxicos e meio Ambiente. Coleção Saúde, Ambiente e Sustentabilidade. Fundação Oswaldo Cruz, 2018.

FOLGADO, C. Agroecologia: uma forma de promoção da saúde ao enfrentar a doença do agronegócio. Tempus actas de saúde colet. Brasília, 8 (2), p.297-300, jun, 2014.

LOPES, Carla Vanessa Alves; ALBUQUERQUE, Guilherme Souza Cavalcanti de. Agrotóxicos e seus impactos na saúde humana e ambiental: uma revisão sistemática. Saúde Debate, Rio de Janeiro, V. 42, N. 117, P. 518-534, ABR-JUN 2018.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Agrotóxicos. Comitê Técnico, 2014. Disponível em http://www.mma.gov.br/seguranca-quimica/agrotoxicos.

Trabalho rural e riscos à saúde: uma revisão sobre o “uso seguro” de agrotóxicos no Brasil. Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva, Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas. Campinas, São Paulo, 2014

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Publicado

2022-11-30

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