FLOW E SATISFAÇÃO COM A VIDA À LUZ DA PSICOLOGIA POSITIVA EM UNIVERSITÁRIOS
Palavras-chave:
flow, satisfação, psicologiaResumo
Diferentemente daquela psicologia tradicional patologizante e reducionista centrada nas emoções negativas e transtornos mentais, a Psicologia Positiva (PP) surgiu para propor um novo paradigma e revolucionar tudo aquilo que já se conhecia sobre psicoterapia e potencialidades humanas. Ela se deu entre 1997 e 1998, nos Estados Unidos, através da iniciativa de Martin Seligman, psicólogo e ex-Presidente da Associação Americana de Psicologia (APA), Mihaly Csikszentmihalyi, Ed Diener e outros pesquisadores (SCORSOLINI-COMIN, 2012). Seligman e Csikszentmihalyi (2000) explicam que desde a Segunda Guerra Mundial o foco da psicologia era ser curativista, o que desviava a atenção dos aspectos positivos que também são parte do indivíduo. Tornando, assim, a visão da psicologia incompleta (PACICO; ROAT BASTIANELLO, [s.d.]). Por isso, o objetivo da PP resultou em atender as forças e não as fraquezas. Ao invés de curar, prevenir o adoecimento e promover o florescimento. (NUNES, 2008).
Um estudo realizado sobre o bem-estar subjetivo (BES), identificou um aspecto afetivo - que se refere aos afetos agradáveis e desagradáveis - e um aspecto cognitivo, relacionado à satisfação com a vida (PAVOT; DIENER, 2009). Pavot e Diener (1993) definiram a satisfação com a vida como um processo de autoavaliação cognitiva consciente sobre a qualidade de vida em diversos aspectos, no qual, o julgamento se fundamenta num conjunto de critérios do próprio sujeito (BEDIN, LÍVIA MARIA; SARRIERA, 2014). Uma das formas de chegar a essa satisfação com a vida é através do Flow, construto criado e fundamentado pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, fundador do Centro de Pesquisa em Qualidade de Vida da Escola e também, pesquisador da felicidade e da criatividade. Logo, Flow ou fluidez, se trata de uma emoção positiva que se dá no tempo presente através da experiência do fluxo, é uma corrente que nos carrega sem esforço. É um estado subjetivo de envolvimento intenso da atividade, levando à uma espécie de perda da consciência do self e se voltando completamente à execução da tarefa, seja ela qual for; trabalho, esporte, arte ou lazer.
O presente trabalho visa fazer um levantamento dos níveis da experiência de flow e satisfação com a vida que os estudantes conseguem alcançar. Espera-se que os níveis estejam altos, tendo em vista que a maioria dos universitários estão fazendo um curso em sua área de identificação, de maiores aptidões e habilidades. Logo, os alunos se sentem desafiados na medida necessária para atingir o estado de fluidez. Com base nos estudos existentes previamente revisados, justifica-se a intenção do estudo devido à falta de pesquisa sobre o tema, no contexto universitário e possíveis ganhos para a sociedade, bem como para a PP. Desta forma, a finalidade dessa pesquisa, é coletar dados sobre o Flow e Satisfação com a vida em jovens e adultos estudantes universitários residentes em Anápolis-GO e Goiânia-GO.
Referências
BEDIN, LÍVIA MARIA; SARRIERA, J. C. Propriedades psicométricas das escalas de bem-estar: PWI, SWLS, BMSLSS e CAS. Avaliação Psicológica, v. 13, n. 2, p. 213–225, 2014.
BORSA, J. C.; DAMÁSIO, B. F.; BANDEIRA, D. R. Adaptação e validação de instrumentos psicológicos entre culturas: algumas considerações. Paidéia (Ribeirão Preto), v. 22, n. 53, p. 423–432, dez. 2012.
CSIKSZENTMIHALYI, Mihaly. A descoberta do fluxo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
DIENER, ED; EMMONS, ROBERT ALBERTI; LARSEN, RANDY J.; GRIFFIN, SHARON. The Satisfaction with Life Scale. Journal of Personality Assessment, Champaign, v. 49, n 1, p. 71-75, 1985. Disponível em <http://labs.psychology.illinois.edu/~ediener/Documents/Diener-Emmons-Larsen-Griffin_1985.pdf>. acessos em 26 maio. 2021.
ENGESER, S., & RHEINBERG, F. (2008). Desempenho de fluxo e moderadores do equilíbrio desafio-habilidade. Motivation & Emotion, 32, 158-172.
https://doi.org/10.1007/s11031-008-9102-4.
GREENSPACE MENTAL HEALTH. Life Satisfaction | SWLS - Greenspace Mental Health Knowledge Base. Disponível em: <https://help.greenspacehealth.com/article/93-life-satisfaction-swls>. Acesso em: 09 set. 2022.
HUTZ, CLAUDIO SIMON; ZANON, CRISTIAN; BARDAGI, MARUCIA PATTA. Satisfação de vida. In: HUTZ, Claudio Simon (org.). Avaliação em Psicologia Positiva. Porto Alegre: Artmed, 2014 (p. 43-47).
KYRIAZOS, T. A., STALIKAS, A., PRASSA, K., GALANAKIS, M., FLORA, K., & CHATZILIA, V. (2018). The Flow Short Scale (FSS) Dimensionality and What MIMIC Shows on Heterogeneity and Invariance. Psychology, 9, 1357-1382. https://doi.org/10.4236/psych.2018.96083.
NUNES, P. PSICOLOGIA POSITIVA (2007). [s.l.] , 2008. Disponível em: <https://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0115.pdf>.
PACICO, J.; ROAT BASTIANELLO, M. As origens da psicologia positiva e os primeiros estudos brasileiros como a psicologia positiva surgiu? [s.l.] , [s.d.]. disponível em: <https://www.larpsi.com.br/media/mconnect_uploadfiles/c/a/cap_01_1_.pdf>. acesso em: 26 maio. 2021.
PAVOT, W., & DIENER, E. (2009). Revisão da Escala de Satisfação com a Vida. Social Indicators Research Series, 101-117. doi: 10.1007 /978-90-481-2354-4_5.
SCORSOLINI-COMIN, F. Por uma nova compreensão do conceito de bem-estar: Martin Seligman e a psicologia positiva. Paidéia (Ribeirão Preto), v. 22, n. 53, p. 433–435, dez. 2012.
SELIGMAN, M. E. P. Florescer - uma nova e visionária interpretação da felicidade e do bem-estar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2019.
SELIGMAN, M. E. P.; CSIKSZENTMIHALYI, M. Positive psychology: An introduction. American Psychologist, 55(1), 5-14, 2000. DOI: 10.1037/0003-066X.55.1.5.