UM ESTUDO SOBRE A ATUAÇÃO DAS DOCENTES UNIVERSITÁRIAS EM DIREITO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DE ANÁPOLIS, GOIÁS

Autores

  • Maria Fernanda Antunes Rezende Aranha Universidade Evangélica de Goiás - UniEVANGÉLICA
  • Maria Fernandes Gomide Dutra e Silva Universidade Evangélica de Goiás, UniEVANGÉLICA

Palavras-chave:

mulheres, gênero, docência universitária, sociologia do direito

Resumo

O tema da atuação das mulheres formadas em Direito atuantes na docência é marcado por uma preocupação tardia de discussão, ganhando destaque apenas na década de 1990, em consequência do aumento da atuação feminina na docência, resultado do aumento no número de cursos privados de Direito (BONELLI, 2017).

Apesar de atualmente ser possível perceber mais mulheres atuantes na docência, uma vez que, enquanto em 2012 apenas 38,4% dos docentes eram do sexo feminino, em 2015 esse número passa a 40% (INEP, 2012-2015), questões como a masculinização da profissão, a superação do teto de vidro e a dificuldade de conciliação da vida profissional com a familiar são fatores que acabam por dificultar suas carreiras.

Além disso, existe ainda outras questões, como por exemplo as relativas à discriminação e ao preconceito estrutural dentro da docência em Direito, ocasionadas, dentre outros fatores, pelo tradicionalismo do curso, que tendem a perpetuar essa realidade marcada pela predominância da figura masculina, branca, heterossexual e de classe média-alta (TCHEOU, VALENTIM, CAMPOS, p. 3-6, s.d).

Sendo assim, essa elite dominante tende a estabelecer narrativas que acabam por excluir grupos pertencentes as minorias sociais - mulheres, negros, indígenas, aqueles pertencentes à classe média-baixa ou ainda a classe baixa, comunidade LGBTQIAP+, dentre outras minorias - do quadro de docentes do curso, o que acaba sendo intensificado quando se trata de mulheres que se enquadram nesses grupos supracitados. Dados do Censo da Educação Superior (INEP), mostram que, em 2015, haviam apenas 6% de docentes mulheres que se autodeclaravam Pretas/Pardas/Indígenas, contra um total de 10% de homens para a mesma categoria.

Diante disso, o estudo teve como objetivo analisar o cotidiano de trabalho e a carreira de mulheres formadas em Direito atuantes ou que atuaram na docência, em Instituições de Ensino Superior em Anápolis, Goiás.

Referências

BONELLI, Maria da G. Docência do Direito: fragmentação institucional, gênero e interseccionalidade. Cadernos de Pesquisa v.47, n.163, p.94-120 Jan/Mar. 2017 .

FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. 3ªed. Porto Alegre: Artmed; 2009.

TCHEOU, Juliana C.; VALENTIM, Giovana D. S. CAMPOS, Isabelle O. Direito, Discriminação e Diversidade: a Transformação do Ensino Jurídico a partir da Extensão Universitária. 2017. (Apresentação de Trabalho/Outra).

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Censo da Educação Superior. 2012/2015. Disponível em: <https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/pesquisas-estatisticas-e-indicadores/censo-da-educacao-superior/resultados>

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Publicado

2022-11-30

Edição

Seção

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