ESTEATOSE HEPÁTICA AGUDA GESTACIONAL

Resumo

Demonstrar a desfavorável evolução da esteatose hepática aguda gestacional para a mãe e para o feto e evidenciar a urgência de diagnóstico e terapêutica diante do quadro. Relato: Gestante, 25 anos, na 30 semana de gestação entra no pronto socorro com cefaleia intensa, fortes dores abdominais, náuseas, vômitos e icterícia. A paciente apresenta alterações das provas de função hepática, mas nenhum antecedente de transfusão sanguínea, ingestão de drogas hepatotóxicas, uso abusivo de álcool ou sinais clínicos de pré eclampsia. Tem sorologia negativa para hepatite. Foi submetida a exame ecográfico com Doppler do fígado, afastando-se presença de complicações vasculares hepáticas ou bilo-pancreáticas. Aos exames laboratoriais apresentou glicemia de 48,7 mg/dL, uréia de 83,8 mg/dL, creatinina 2,05, plaquetopenia, leucocitose, aspartato aminiotranferase de 546,7 evidenciando um comprometimento hepático plausível. O diagnóstico de esteatose hepática aguda da gravidez foi realizado por biopsia de fígado e o quadro evoluiu com realização da cesárea e morte fetal. A mãe necessitou de internação em unidade de terapia intensiva e encontra-se estável. Metodologia: as informações foram colhidas através de análise de prontuário, entrevista com a paciente e coletas de dados por revisão de um estudo de casos no qual a paciente participou. Conclusão: observou-se que a insuficiência hepática aguda da gravidez, apesar de rara, constitui um evento clinico grave e de elevada mortalidade materno-fetal. Esse tipo de complicação exige, portanto, um rápido diagnostico e imediata interrupção da gestação para um prognostico favorável e eficácia do tratamento.