COMPARAÇÃO ENTRE CREATININA E CISTATINA C PARA AVALIAÇÃO DE FUNÇÃO RENAL

Autores

  • Joice Barbosa Oliveira
  • Ane Emanuelle Queiroga Mendes
  • Ana Luiza Gonçalves Faria
  • Laurenzo Vicentini Pais Mendonça
  • Emerith Mayra Hungria Pinto
  • Kelly Deyse Segati

Palavras-chave:

Bioquímica. Sangue. Rim.

Resumo

A avaliação do nível de função renal é a chave para o diagnóstico, a monitorização e o manejo das doenças renais, assim como para o cálculo adequado de doses das drogas que são excretadas pelos rins. A taxa de filtração glomerular (TFG), que é definida como clearance de uma substância presente no plasma, metabolizada somente pelos rins e filtrada livremente pelos glomérulos, essa metodologia é indicador de função renal em indivíduos saudáveis e doentes.  A cistatina C é uma proteína inibidora da proteinase da cisteína sintetizada por todas as células nucleadas a uma taxa de produção constante, podendo ser encontrada em vários fluidos biológicos. O objetivo deste trabalho foi comparar as vantagens e desvantagens entre os exames de creatinina e cistatina C para avaliação de função renal. Trata-se de uma revisão bibliográfica de artigos científicos obtidos nos bancos de dados Google Acadêmico, SCIELO, Pubmed, publicados entre 2000 e 2016, usando como descritores “cistatina c”, “creatinina”. Elaborou-se essa revisão bibliográfica através de 10 artigos, dos quais 7 foram utilizados na realização do mesmo. A creatinina não é afetada pela dieta nem pelo catabolismo protéico e aumenta pouco em casos de desidratação ou falha cardíaca, a não ser em casos severos. Entretanto, aumenta de forma significativa e rápida na insuficiência renal. A dosagem de creatinina é um marcador bastante específico de lesão renal, entretanto representa marcador pouco sensível para estimar a filtração glomerular, especialmente nas fases iniciais da insuficiência renal. Segundo, Gabriel, et.al., a exatidão da creatinina pode ser alterada por diversos fatores, já que a concentração sérica da mesma está diretamente relacionada à massa muscular e sofre influência pela idade e sexo. Isso possibilita uma variação intra e interindividual, o que justifica nível plasmático mais elevado em homens do que em mulheres e em adultos do que em crianças. A cistatina C vem sendo apontada como um teste propício para avaliar a taxa de filtração glomerular, apresentando característica de um marcador endógeno ideal, sendo até superior a creatinina. Apresenta como vantagem a concentração sérica constante independentemente do sexo, idade, massa muscular e peso corporal. Diante disso, não foram relatadas diferenças entre os valores referentes para o sexo feminino e o masculino. Em crianças o valor de referência é idêntico aos adultos e se estabiliza no segundo ano de vida da criança. Outra vantagem da cistatina C é a dispensa da coleta de urina durante 24 horas para a realização do clearence. Alguns autores têm sugerido que a cistatina C proporciona uma melhor estimativa da TFG nos pacientes diabéticos. Devido ao seu alto custo, a cistatina C quase não é utilizada pela maioria dos serviços, apresentando valor de aproximadamente oito vezes maior ao valor da creatinina. Entretanto, apesar dessa desvantagem no preço, ela apresenta resultados mais específicos quando se trata da avaliação da filtração glomerular, o que difere da creatinina que é um marcador característico de lesão renal. Diante disso, concluiu-se que o profissional capacitado deve avaliar o custo benefício dos dois exames, baseados nas características particulares de cada paciente.

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Publicado

2022-04-22

Edição

Seção

XII Simpósio em Estudos Farmacêuticos